19. Brook

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Sonny?

Que tipo de nome é esse?

Ok, talvez foss-

- É só meu apelido - ele diz com pressa, como se tivesse lido meus pensamentos.

Por algum motivo suspirei aliviado.

A garrafinha de água se encontrava vazia, e eu já me sentia menos afetado pelo álcool, focando melhor no rosto de Sonny.

Sonny! Até que combina com ele!

- E o seu...? Nome? - diz apontando para mim.

Ele parecia...Familiar aos meus olhos, como se eu já tivesse visto aquele rosto antes. Ele... Não consigo dizer.

- Brooklyn - falei um tanto distraído.

- Eu já morei lá - ele diz pensativo - se parece com você.

- Comigo? - minha expressão era questionadora.

- Sim, é uma cidade bonita, assim como você! - ele diz sorrindo calmamente.

Sorri ameno, tentando ser simpático, o que era difícil, já que aquela cena ainda se repetia diversas vezes em meu consciente.

- Você parece triste - sério?!

- Não, eu... Tô de boa. - Abaixei a cabeça e Sonny assentiu.

- Quer conversar? Olha eu sou um ótimo ouvinte... Por mais que desconhecido pra você.- ele diz com um sorriso incerto.

É, talvez eu precise falar sobre aquela merda com alguém... Desabafar seria bom .

- Quer sair daqui? A gente pode ir pra fora se quiser - eu apenas assenti.

Ele não parecia pervertido, nem inconsequente, nem má influência. Parecia até confiável.

Sonny me ajudou a levantar, e com dificuldade consegui dar algums passos até chegar a porta, descendo os poucos degraus da entrada da casa, com os braços ao redor do Sonny.

Ele me ajudou a sentar na calçada da rua, ao seu lado, já que não tinha muito movimento por ali. O som grave que vinha da casa preenchia o fundo daquele ambiente desejado por mim. Eu me encontrava em um estado caótico, porém um pouco mais sóbrio.

Ainda pensava naquela cena abominável. Não sei se grito ou choro de raiva.

- Então Brooklyn... pode me falar o que te deixou assim?

Sonny me tirou do transe que pareceu durar anos na minha percepção, me fazendo olha-lo de supetão e com olhos arregalados.

Ele riu.

Ele tem um sorriso bonito!

Meu Deus... Quê?

- Brook...- falei automaticamente - pode me chamar de Brook.

- Ok, Brook, me diga. - diz ele me incentivando.

Por onde eu começo?

- É... Eu estava dançado na sala, e resolvi procurar meu namorado. Procurei por todos os cômodos da casa, e flagrei ele em um quarto, com outro... Eu... quero muito socar a cara dele.

Tentei explicar, falando rapido e descontroladamente, o que não consegui evitar. Quase perdi o controle quando vi Harvy de longe, saindo da casa e fugindo do meu campo de vista.

- Ridículo - pensei alto.

- O quê? - Sonny diz um tanto perdido.

- Desculpa, não é você. - falei sem jeito.

- Tudo bem. - sorriu.

Sonny foi muito gentil comigo, me aconselhou a ficar calmo e não pensar naquilo, apenas esquecer. Me asseguro de que irá cuidar de mim até que eu estivesse melhor.

Mas foi inevitável não lembrar de Jack. Poxa até ontem estava tudo indo muito bem, pra hoje acontecer essa merda ?!

Será que joguei pedra na cruz?

Depois de um certo tempo tentei conversar melhor com Sonny, conhecê-lo. Ele pediu meu número, eu não neguei... afinal quem negaria?

Eu falei o básico de mim, enquanto ele falo mais do que o necessário de si. Mas até que gostei de lhe ouvir. Ele parece ser uma boa pessoa.

Enquanto conversávamos, avistamos Mike e Júlia, eu quase perdi minha voz tentado chama--os, felizmente com sucesso. Mike disse que levaria Júlia para casa, e que talvez dormirá por lá mesmo. Não me surpreendi, Mike quase mora com a garota. Falei deles para o Sonny também.

Meu celular não parava de vibrar, até q me estressei e resolvi desliga-lo. Deve ser Rye ou o infeliz do jack.

- Então Brook, eu quero ir pra casa, mas não quero te deixar sozinho...

Sonny me parecia tão íntimo que até me assustei. Processei suas falas e...

- NÃO - quase gritei - quero dizer... Não me deixa sozinho - desviei o olhar, eu visivelmente parecia um tomate, de tão vermelho.

Sonny não disse nada, parecia pensar em algo, e tinha um expressão indecisa, até que convidou pra ir com ele. Eu não sabia o que dizer, já que eu conhecia ele há apenas duas horas.

Por insistência da parte dele, eu cedi. E também eu estaria sozinho aqui. Ele me ajudou a levantar e me guiou o caminho todo.

Só espero que ele também não faça nenhuma merda.

𝐀𝐬 𝐋𝐨𝐧𝐠 𝐀𝐬 𝐖𝐞 𝐃𝐨𝐧'𝐭 𝐊𝐧𝐨𝐰 || 𝐉𝐚𝐜𝐤𝐥𝐲𝐧 ||Onde as histórias ganham vida. Descobre agora