Seis amigos, adolescentes, enfrentando as situações da vida pela primeira vez. Romance, festas, decepções, conflitos, problemas, amizades desfeitas e novos laços construídos.
"Quantos amigos vocês tem? E quantos deles você considera seus verdadeiros...
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A frase de Alice ainda reverbera dentro da minha cabeça quando entro em casa, não sei como resolver esse problema sem criar mais problemas, porque a minha vontade é me vingar da Babi por envolver o Fábio nessa história de perseguição que ela tem comigo, mas isso só trará mais confusão e não é isso que eu quero nem preciso agora.
Minha mãe não está mais magoada comigo, mas tenta a todo custo mostrar que a minha atitude foi errada e que eu terei que lidar com as consequências, no entanto quando me vê entrar na cozinha seu olhar de "conheço você e sei que está com problemas" me avalia por alguns minutos.
— Oi mãe, tudo bem?
— Tudo bem e você? Como foi a aula?
— Bem.
— E...
— Mais nada, tudo normal como sempre.
— Tem certeza?! – seu olhar curioso continua fixo em mim.
— Não, mas eu vou saber lidar com isso, faz parte do processo.
— Você sabe que pode falar comigo quando quiser não é?!
— Sei sim, mas fique tranquila, eu dou um jeito.
— Espero que sim. E que não seja mais confusão.
— Não é, prometo. – respiro fundo e a ajudo a colocar a mesa para o jantar.
Durante o jantar meu pai contou sobre algumas coisas que aconteceram no trabalho e minha mãe também fez alguns comentários sobre o dela. Eu apenas observei enquanto comia tudo que tinha no meu prato, já que agora o caminho é fazer da comida minha amiga e não inimiga, muito menos vilã.
Me distraí pensando sobre a reação do Fábio quando ouviu as palavras da boca de Alice. Pensei que ele fosse partir pra cima da Babi de tanto que ele ficou irritado, as palavras dele deixaram bem claro que ele assim como eu, estava de saco cheio dos joguinhos dela, mas ainda bem que com a ajuda da Alice, consegui fazer com que ele se acalmasse.
Ele só o fez porque prometi que não deixaria isso me abalar e que falaria com Mauri sobre o assunto. E eu vou, porque a verdade é que só queria fazer com que tudo isso parasse, que eu me tornasse invisível às pessoas maldosas daquela escola.
Preciso fazer alguma coisa, mas não sei o que, estou confiante que uma conversa com meu psiquiatra me dê um caminho para resolver isso sem ter que envolver meus pais indo até a escola para conversar com o diretor.
Termino de lavar a louça com a minha mãe e ela está animada falando sobre o final do ano, pensando em como fazer a decoração de natal. Sempre foi um ritual da nossa família, reunir todo mundo ao redor da árvore decorada e trocar presentes, esse ano não seria diferente.
Passa das oito da noite quando recebo uma mensagem de Alice no WhatsApp, ela está muito animada com algum vídeo que encontrou no YouTube e diz que eu preciso ver, mas quando ela me manda o link meus dedos tremem e quase deixo o celular cair no meu rosto. Sento na cama e olho fixamente para a tela sem coragem de clicar no link.
