Capítulo 05

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Acordo com meu celular tocando e quando vejo que é uma ligação do Edu, decido ignorar, ainda não tenho cabeça para conversar com ele, a minha noite foi agitada, dormi pouco, mas o pouco que dormi foi um verdadeiro flashback de tudo que aconteceu. As imagens ficavam passando diante dos meus olhos em um loop sem fim e quando eu acordava, meus pensamentos não me deixavam em paz.

Pensei em tudo que minha mãe me disse, refleti sobre minhas próprias conclusões, mas a verdade é que ainda não consigo entender o que estou sentindo, é um misto de arrependimento e felicidade, ao mesmo tempo em que as lembranças dos beijos do Edu me deixam com um sorriso bobo no rosto, meu subconsciente me recrimina por agir assim, me questiona sobre o porquê de ter tomado uma atitude como essa se somos tão amigos.

— Bom dia, posso entrar? – meu pai abre a porta do quarto, mas não entra.

— Bom dia pai, pode sim. – sento na cama.

— Está melhor? – senta ao meu lado com olhar preocupado.

— Sim. – respondo sem entender o porquê da pergunta.

— Sua mãe disse que você estava com dor de cabeça e que eram problemas de mulher. – fala sem graça.

— É pai, homens têm lá suas vantagens. Mas já estou melhor. – sorrio com a cara que ele faz.

— É tão estranho pensar que você já cresceu.

— Já faz um tempo que eu cresci pai. Mas eu ainda aceito os mimos de quando era pequena. – deito a cabeça em seu colo.

— E não vai ter vergonha dos seus amigos caso eu faça isso em público?

— Não. – então ele beija meu rosto.

— Bom saber. Agora preciso ir trabalhar, sua mãe está preparando o seu café. – levanta e bagunça o meu cabelo.

— Bom trabalho pai, vou me arrumar e já vou até a cozinha. – ele fecha a porta e eu vou até o guarda roupa me arrumar para a aula.

Pego uma saia jeans de pregas que chega até acima do joelho e coloco uma saia de tule por baixo para dar volume, uma regata branca e uma jaqueta também jeans, combinando com a saia, coloco uma bota de cano curto e salto baixo de couro preta e me olho no espelho.

A imagem que reflete é algo que eu gosto, mas nunca usei assim, todas juntas e confesso que não é muito parecido com o que costumo usar na escola. Mas ao mesmo tempo, sinto uma necessidade estranha de ser diferente do que eu sempre fui e por isso, decido ir assim mesmo hoje.

Passo as mãos pelos cachos com um toque de creme para domar o volume e começo a fazer uma maquiagem simples quando o toque do meu celular tira a minha atenção do espelho, olho no visor e vejo a foto de Eduardo, meu estômago gela e um arrepio percorre a minha espinha, mas não é o mesmo que se sente com um mau presságio, na verdade é bom, mas trato de ignorar a chamada e também a sensação que tive.

“Não foi isso que decidi, então, foco Roberta!”

Termino de me arrumar e pego minha mochila indo para a cozinha encontrar minha mãe, que já colocou a mesa
e está sentada lendo o jornal online em seu tablet, já vestida para o trabalho.

— Bom dia mãe.

— Bom dia. - ela levanta os olhos do aparelho e me encara de cima a baixo.

— Gostou? - viro o corpo para ambos os lados mostrando a roupa.

— Sim, mas não é nada parecido com o que você usa. - sua expressão é de curiosidade.

— Eu sei, a intenção é mudar mesmo. - concluo sentando à sua frente.

Melodia do AmorWhere stories live. Discover now