Thanks, Kal

Capítulo 8 - Such a tease (18+)

- Foi uma ótima surpresa. - respondi com a voz mais baixa. - Mas você é um homem de muitos contatos. Poderia ter vindo pelo Kal, por exemplo. - brinquei.

Sem nenhum aviso, senti sua mão em minha cintura e seu corpo próximo demais depois de dar um passo em minha direção. Senti o rosto queimar com os seus olhos ligeiros me estudando. Isso somado ao fato de ter bebido uma garrafa de vinho sozinha, já era suficiente para sentir calor.

- Ele está sendo bem cuidado. - disse.

Senti seu hálito quente enquanto falava, com minhas mãos sobre seu peito. Como alguém poderia ser tão sexy falando do animal de estimação? Eu sei, não era esse o ponto. A verdade é que usamos as palavras para tentar manter distância segura e adiar o tempo entre um beijo e outro como se fosse um prêmio ou recompensa.

O ar estava denso e toda aquela inquietação que senti no banho estava novamente querendo tomar conta. Henry me deixava em dúvida sobre o que era certo fazer. Foram tantas vezes que ensaiamos uma interação com mais intimidade, que agora eu não sabia exatamente onde era o botão do start.

- Pensei em dizer oi antes de ir para casa. - prosseguiu.

Suas mãos afagaram meu rosto e seus lábios tocaram os meus em um beijo delicado de início. Não questionei, nem resisti, afinal, era o que eu queria depois de tanto tempo longe. Deixei que me conduzisse no seu ritmo e ele deixou escapar algo como um gemido de alívio, intenso como só ele conseguia ser.

Santo deus, estava acontecendo!

O som do nosso beijo me despertava sensações das quais achava ter domínio. Abri os olhos e me afastei um pouco, interrompendo nosso momento.

- Seja lá qual for seu conceito de amizade, eu topo. - brinquei.

Henry sorriu lindamente e ambos ficamos mais à vontade por eu ter quebrado o gelo.

Querendo controlar a tensão sexual entre nós, ofereci vinho, convidando-o a me acompanhar até o sofá. Na tela, ainda subiam os créditos finais do filme e naquele momento, eu não tinha nada melhor para fazer a não ser aproveitar sua presença. Continuamos conversando, enquanto começava outro filme que não era do nosso interesse.

- Como foi esse período de gravações? - perguntei.

- Bem trabalhoso. No fim do dia, estou morto de cansaço. Eu pegava no sono sem perceber. - contou.

- Imagino. O que exatamente você faz nesse papel? - Tomei um gole do vinho, depois de abrir a segunda garrafa da noite.

- Sou o filho mais velho do rei, como já devo ter contado, e ele prefere ir para as batalhas em campo do que assumir o poder. É mais ou menos isso. A maior parte das minhas cenas exige bastante preparo físico por causa das lutas em trajes pesados.

Henry prosseguiu explicando detalhes da trama e eu me esforçava para não parecer distraída com sua gola da camiseta revelando um pouco do peito, seu antebraço desenhado ao gesticular, seu relógio, as veias das mãos. Me sentia ligeiramente embriagada. Já Henry parecia inalterado, falando sobre o personagem com todo o desembaraço.

- Acordo bem cedo para treinar. A série tem cenas de luta que precisam de ensaio e à noite, após a filmagem, que dura em média de 7 a 8 horas, treino novamente.

Eu quis muito me aproximar e comprovar o resultado de todo aquele preparo físico. A cena do filme com seu corpo sobre o da atriz pipocava na minha cabeça, bem ali entre nós. Sentia como se ele pudesse enxergar meu pensamento em forma de nuvem pairando sobre a cabeça.

- Nossa! Você deve estar mesmo exausto.

- Sim, estou. Mas adoro meu trabalho, é recompensador. Como tive esse intervalo após as gravações, corri para casa.