Capítulo 19

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Após dois dias de jejum e oração eu estava aqui acordando em pleno sábado sabendo que hoje seria o dia do meu casamento

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Após dois dias de jejum e oração eu estava aqui acordando em pleno sábado sabendo que hoje seria o dia do meu casamento. Não sei o que vai acontecer nesse dia, mas sei que Deus tem o melhor para nós. Tive dois dias maravilhosos na presença de Deus e não sei dizer o quanto estou maravilhada com a presença Dele na minha vida, me encheu de paz e tirou de mim as dores que eu carregava.

- Bom dia. - Juliana entra com as duas serviçais da rainha e eu olho pra elas e digo que falta pouco para eu me livrar delas. Abro um sorriso amplo e elas pensam que é por causa do casamento e eu rindo do que pensei.

- Bom dia meninas. - digo para as três juntas. - Estou faminta trouxeram meu dejejum? - pergunto olhando para Ana uma das babonas reais.

- A senhorita vai comer hoje? Anda rejeitando todas as refeições com excessão do jantar. - ela fala me olhando com receio.

- Por que pensa que não quero comer não me trás comida? - questiono e ela fica amarela com medo que eu a entregue a minha tia.

- Por favor não diga a rainha que cometi um erro, ela não perdoa e me mandará trabalhar no pesado. - Ela diz se ajoelhando.

- Calma Ana, minha menina não é como a sua rainha. - Juliana diz séria. - Sabemos que cometeu uma falha, mas ela é misericordiosa não é Ema?

- Claro que não tem necessidade de desespero. Só cobrei porque hoje vou comer. - digo e ela se levanta.

- A senhorita é muito diferente do que dizem. - Lucia a outra fala.

- Diferente como? - pergunto.

- É que dizem que a senhorita é chata e cruel, fala e age como se fosse um homem com punhos de ferro. - Ana diz com vergonha.

- Que absurdo! - Juliana diz e eu sorrio muito da situação, a fama de menino que tenho claro que viria parar aqui no palácio.

- Ana por favor vá buscar meu dejejum e Lucia prepare meu banho, hoje vai ser um dia corrido. - digo me levantando e caminhando até a janela. - Isso que aconteceu aqui hoje serve de experiência para vocês duas não julgar as pessoas sem as conhecer.

- Já estamos esses dias todos lhe servindo e vimos a diferença, principalmente o carinho que trata sua dama, como se fosse alguém do seu sangue. - Lucia diz e sai pra o banheiro.

Fico olhando para o jardim da janela do meu quarto e vejo uma grande movimentação de pessoas indo e vindo, trabalhando e acredito que seja para o casamento. Olho pra Juliana que tem feições preocupadas e tento a tranquilizar.

- Calma Ju, elas não tem culpa dos boatos que minha mãe soltou no castelo. Achei até que foi pouca coisa que disseram. - digo e ela abaixa a cabeça um tanto triste. Ana chega com a comida e sento calada pra comer.

- Ema eu gosto muito de você, sinto como se fosse minha amiga, estou triste com tudo que ouvi hoje, não queria lhe contar quando lhe vi com um belo sorriso no rosto, senti vergonha de saber coisas que vão lhe entristecer. - ela diz sentando a minha frente.

- Conte-me. - digo tão somente.

- Ouvi a conversa da rainha com o imperador sem querer, quando vi que falavam de você não conseguia deixar de ouvir. - ela disse abaixando a cabeça. - Eu sei que é errado, mas foi mais forte que eu. - completa já chorando.

- Só me conte o que ouviu, já está arrependida demais para eu lhe passar um sermão. - digo afastando a bandeja de perto de mim e rejeitando a comida.

- A rainha disse que é hoje quando se casar, você vai assinar o papel onde diz que não quer ser rainha nem imperatriz, que dá a ela o direito de criar seus filhos e que não dormirá no mesmo quarto com o imperador como ele quer, nem se verão todos os dias, dando a ele o direito de ter quantas mulheres quiser e inclusive te tirar do castelo se ele desejar. - ela vai falando as lágrimas rolando e eu sentindo pena dela ter ouvido palavras tão duras a respeito de uma pessoa que goste.

- E o imperador?

- Ele discutia com ela, estava alterado dizendo que ela estava indo longe com a raiva dela por você e que não iria fazer nada disso. Inclusive ele disse que dormir com você é um desejo dele e que ela não vai interferir. Mas ainda tem mais uma coisa. - ela disse e eu levantei a vista para ela que antes estava nas frutas na minha frente. - Ela não permitiu seu pai lhe levar ao altar, você vai subir com ela.

Foi algo que não pude segurar, minhas lágrimas que antes só ameaçavam cair começaram a rolar sem controle, eu amo meu pai e sempre sonhei ele me levando ao altar, só porque não é da realeza que ela o persegue assim. - Sinto muito. - ela diz me abraçando.

- Nós oramos para Deus fazer a vontade Dele e creio que assim será. - digo e ela enxuga minhas lágrimas. Vou para o banho e me demoro mais que o necessário lá. Quando saio tenho visita de minha mãe, a costureira do palácio e minha amada tia.

- Tem que provar o vestido ver se falta algum ajuste. - minha tia diz ríspido.

- A senhorita vai gostar do modelo vai ver. - a costureira diz e eu sorrio para ela.

Provo o vestido e ficou perfeito em mim, não tem muito luxo e eu gosto disso nele, se minha tia mandou fazer um vestido de camponesa para me magoar se enganou eu amei, estava com medo que fosse um vestido pomposo. Quando elas saem eu peço as meninas que se retirem e vou orar, entregando todo esse evento nas mãos de Deus. Adormeço e sou acordada por Juliana e uma comitiva que iria me arrumar para o casamento.

- Pronta? - Juliana me pergunta quando me vê já vestida. - Está linda!

- Obrigada, sinto como se estivesse indo para uma prisão. - digo a ela sendo sincera, o fato de amar Ricardo não ameniza a dificuldade de viver com minha tia no castelo e com tudo que ela preparou para mim para punir meu pai por não ser nobre.

- Sua mãe e a rainha estão na ante-sala para te levar. - ela diz fazendo careta, beija minha testa e me abençoa, me diz que vai ficar brechando tudo e que confia que dará tudo certo. Confirmo com a cabeça e sorrio para ela tentando demonstrar tranquilidade, onde na verdade estou tão nervosa que minhas pernas demoram me obedecer.

- Estou pronta digo para as duas já arrumadas a minha espera, seguimos para o salão de bailes onde se dará o casamento e me sinto sendo guiada a minha prisão, pois será assim, viver confinada dentro de um quarto. Olho para Ricardo no altar e sinto pena dele ter viver a sombra da mãe, não ter autonomia para decidir sua própria vida, ele me olha com um meio sorriso me mostrando o tanto que está desconfortável comigo sendo guiada por minha tia e minha mãe onde era para ser meu pai.

 Olho para Ricardo no altar e sinto pena dele ter viver a sombra da mãe, não ter autonomia para decidir sua própria vida, ele me olha com um meio sorriso me mostrando o tanto que está desconfortável comigo sendo guiada por minha tia e minha mãe on...

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Honrada por DeusWhere stories live. Discover now