BÔNUS • Drake Ross

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Como agradecimento pelo nosso primeiro "k" (08/02), fiz esse bônus com um POV diferente e bem esclarecedor. Espero que vocês gostem! 🖤

Ela tinha batom vermelho e roxo por todas as páginas
Machucados cobrem os seus braços
Agitando os dedos com a garrafa na mão
E o melhor é
Que ninguém sabe quem você é
Só mais uma garota sozinha no bar
3OH!3 - Don't trust me.

DRAKE ROSS

O vestiário estava um caos.

Já era o quarto treino que o filho da puta faltava. Eu tentei mantê-lo no time, mas se há algo que eu aprendi em minha vida é que não podemos ajudar que não quer a nossa ajuda.

— Eu vou ter que tirá-lo do time. — O treinador disse, abrindo a boca pela primeira vez desde que a discussão começou. Todos se calaram, ao ouvir o veredito.

— A gente precisa dele. — Insisti. Joe era um jogador impulsivo e temperamental, sempre arranjava briga com os adversários mas jogava como ninguém e arranjar outro Running Back á essa altura era loucura.

— Regras são regras. Peça que ele me procure amanhã, estarei em minha sala o dia todo.

Assim que o treinador saiu, o falatório começou outra vez.

— Porra e agora? — Tony grunhiu. — Esse filho da puta não pode fazer isso com a gente.

— Você está falando do treinador ou do Scott? Porque foi ele quem nos deixou na mão. — Mark provocou. Eu sabia que ele estava doido pra tirar Scott do time e esses vacilos foram o ápice para conseguir o que queria.

— Não fode, Mark. — Respondi. Não ia ficar discutindo, Scott já estava fora e não tinha o que fazer a respeito.

Saí do vestiário bufando, pelos passos atrás de mim já sabia que Tony estava em meu encalço. Mas estava puto demais para ouvir mais um enchendo a merda do meu saco.

— Você sabe o por que da falta de interesse dele, não sabe? — Parei, cruzando os braços e virando para ele.

— Joe nunca quis jogar, uma hora ou outra ele ia nos deixar na mão. — Dei de ombros. — Eu só não esperava que fosse agora, tão perto de um jogo importante.

— Ele está estranho. — Torceu a boca, fazendo careta. — Não sai mais com os caras, não treina e hoje mesmo estava trancado no quarto com uma garota.

— Qual é irmão? — Ergui a sobrancelha sem entender. — Deixa ele, pô. Se ele quer curtir a vida dele de outro jeito não temos nada a ver com isso.

— Eu não tenho nada a ver com isso até o momento que ele se envolve com alguém que eu goste. — Agora eu estava entendendo onde Tony queria chegar. — Marie é a minha amiga e eu conheço muito bem o Joe. Sei que coisa boa não vem dele.

— E se ele estiver afim dela, irmão? Qual é o problema?

— Ele não está. Eu tenho certeza que não... É do Joe que estamos falando. — Controlei a vontade de revirar os olhos. O corredor estava começando a ficar movimentado outra vez e eu só queria ir pra casa tomar um bom banho. Mas o bebezão queria se intrometer na vida dos outros e me levar junto.

— Tony, vamos fazer o seguinte. Eu vou conversar com o Joe e ver qual é a dele. Você vai se acalmar e deixar as pessoas viverem sua vida ok? — Ele fechou a cara, totalmente contra a minha proposta. — Irmão, ele é louco pela garota desde que a viu pela primeira vez, você acha mesmo que é só uma foda pra ele? Além disso, se realmente for só uma foda... Você acha que ela não sabe com quem está lidando? Justo a Marie? Se ele pisar na bola com ela é capaz de sair castrado.

— Mas naquela festa ele chegou até a falar que queria apostar que...-

— Ele estava bêbado e não se lembrava nem do próprio nome, cara. — O interrompi, perdendo total paciência pra aquele papinho. — A gente viu que ele só foi se deitar porque aquela garota o levou praticamente nos ombros. Você tem que relaxar. Proteja sua amiga estando por perto quando ela precisar.

Dei as costas antes que ele começasse com todo o discurso outra vez. Eu já estava puto demais com a situação do meu time. Ser capitão é ter o peso geral nas costas e ainda ter que resolver problema pessoal dos jogadores? Eu to ficando mole, não é possível.

Pretendia passar na casa da minha garota mas estava um caco, hoje eu não seria uma boa companhia para ela. Digitei uma mensagem avisando que havia acabado de chegar na fraternidade e destranquei a porta. O silêncio reinava o lugar, graças a Deus.

— E aí, brother. Já chegou? — A cabeça de Joe apareceu da porta da cozinha e eu respirei fundo. — Que cara de merda é essa?

— Merda é ter que achar alguém pra te cobrir nos jogos, já que você está fora do time. — Entrei na cozinha e me sentei em frente á bancada. Havia um copo cheio de Coca-Cola e eu o virei, bebendo tudo de uma vez. Se não posso socar o Joe, vou acabar com o estoque dele. — O treinador te tirou por causa da sua irresponsabilidade.

— Foi mal cara. — Respondeu, como se tivesse pisado em meu pé ou feito algo sem muita importância. — Mas você sabe que eu não estava no time definitivamente né? Combinamos que seria temporário.

— Mas você podia ter escolhido algum momento que não fosse tão importante, não é? — Ele revirou os olhos. — Esse jogo é importante pra mim cara. Ele pode definir o meu futuro.

— Eu sei. Fui irresponsável, admito. Eu vou consertar isso, amanhã falo com o treinador. — Franzi o cenho e assenti, ainda me fazendo de chateado. Joe era filho de um grande amigo do nosso treinador, se ele quisesse voltar para o time obviamente seria aceito só por esse motivo. — Eu estou meio disperso mesmo, não sei o que está acontecendo comigo.

— Tony comentou que você tem saído com a Marie. — Joguei verde. Já que ele tocou no assunto eu aproveitaria pra ajudar meus amigos e acalmar os ânimos de todos. — Ela é o motivo dessa sua falta de atenção?

— É foda. — Ele se sentou ao meu lado, apoiando os cotovelos na bancada com o olhar longe. — Eu estou curtindo ela de verdade. Mas ela... É instável sabe? As vezes parece querer, mas do nada muda. Sem contar que ela não me da abertura nenhuma.

— Então você está apaixonado?

— Não pô. Não é tudo isso. Eu estou... afim.

— Se você diz. — Dei de ombros. — Só toma cuidado cara. Se ela não estiver afim não vai de cabeça, senão você que vai acabar na merda. As vezes ela quer só sua amizade e você está vendo coisa onde não tem.

— É, eu sei. — Ele deu um sorriso sarcástico. — Isso que ferra com a minha cabeça.

— Só não entra de cabeça irmão. — Dei dois tapinhas no ombro dele. — Vai ser melhor para ambos.

— Pode crer. — Ele abriu um pacote de Doritos, tentando disfarçar a cara de chateado. — Vou ser menos intenso.

— Isso aí. Agora me dá essa merda, você só vai comer nessa casa depois que conseguir voltar pro time. — Puxei o pacote, colocando-o embaixo do braço. Me levantei, saindo da cozinha. — A Marie não costuma levar os caras a sério. O que te faz pensar que seria diferente com você? — Parei na porta, olhando para ele. — Ela é parecida com você irmão, toma cuidado.

Esse era o único conselho que eu tinha para dar. Ver dois amigos afim da mesma garota ia dar merda. Ainda mais de uma garota como a Marie. Ela era gente boa pra caralho mas eu conhecia bem a figura.

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