Capítulo 4 • O Jantar

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É como um trem que trilha para lugar nenhum
Que nunca para e eu não posso ver o sinal de saída
Estávamos indo pro norte
Eu vejo o precipício, estamos nos aproximando?
The Maine - Inside Of You

É como um trem que trilha para lugar nenhumQue nunca para e eu não posso ver o sinal de saídaEstávamos indo pro norteEu vejo o precipício, estamos nos aproximando?The Maine - Inside Of You

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Me olhei através do espelho pela terceira vez seguida em menos de 1 minuto. Eu estava me sentindo extremamente nervosa.

Eu até gostava do que via, meu vestido preto com as alças finas ia até metade das coxas e era a peça favorita do meu guarda-roupa — eu o usava para quase todas as ocasiões em que eu não podia vestir meu moletom — e normalmente me sentia bonita com ele. Porém hoje, em especial, eu não conseguia me sentir tão bem. Ao me maquiar, passei o batom vermelho e decidi delinear os olhos, exagerando sem querer no delineado.

— Droga! — Grunhi. — Essa porcaria ficou toda borrada.

— Você está linda. — Fran se intrometeu, passando a mão pelo meu cabelo. — Seu olho fica super destacado quando você deixa pretão. — Arqueei minha sobrancelha, ponderando se ela estava sendo sincera ou se apenas queria me confortar. — Vamos lá, Ma... Qual é o real problema?

— Eu não sei... —Confessei, olhando-a de volta pelo espelho. Francine continuava acarinhando meus fios, como se fosse uma mãe orgulhosa pelo primeiro encontro da filha. —Acordei estranha, parece que tem algo ruim no meu estômago e nada que eu vesti ficou legal. Acho que vou ficar na TPM.

— Você está ansiosa. — Sorriu e me lançou uma piscadinha. Bufei revirando os olhos. Essa ruiva está de palhaçada com a minha cara?

— Você fala como se eu estivesse indo á um encontro com alguém que eu realmente tenha interesse.

— E não tem? Eu me lembro bem de algum tempo atrás você me enchendo o saco dizendo "Se aquele Joe não fosse tão canalha eu até dava uma chance". — Fiz uma careta pelo seu comentário estúpido e assim que abri a boca para responder, ela ergueu o dedo indicador, me impedindo. — Você está ansiosa sim. Está linda e arranjando defeito em si mesma, típico de quem está se sentindo inseguro.

— Não estou insegura, merda. É apenas Joe Scott. Ele não tem nada de diferente dos outros caras. — Ela semicerrou os olhos, sem dar crédito nenhum ao que eu dizia. —Ok, ele é diferente sim. É um babaca que usa garotas como step.

— Mas as garotas sabem muito bem onde estão se metendo, Marie. E você também, né?

— Sim, eu sei. — Finalmente concordei. Melhor concordar do que dar mais trela para que ela tagarelasse.

A campainha soou, atrapalhando nossa conversa. Agradeci silenciosamente por isso, pois não estava nenhum pouco afim ouvir o discurso da Fran.

— Eu atendo! — Spencer gritou, de outro cômodo.

Continuei terminando de me arrumar, ainda sob os olhares desconfiados da minha amiga. Duas batidinhas na porta me fizeram virar, vendo o meu loiro favorito — Spencer que não ouça meus pensamentos — entrar pela porta.

TÓXICOWhere stories live. Discover now