trinta e sete

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Eu nunca havia experimentado a sensação de estar quente e incomodado, mas por volta das três da manhã, eu tive que levantar e sair do quarto. Eu conseguia ouvir cada respiração que Baekhyun dava e seus movimentos na cama como nunca antes. Eu tive uma breve ideia de ir dormir no quarto de Jongin e Chanyeol, mas Baekhyun iria saber que eu estava incomodado e quente.

Eu não olhei para o meu rosto no espelho porque eu não queria ver isso. Ao invés disso, me sentei na beirada da banheira e suspirei, apoiando os cotovelos nos joelhos, fazendo uma leve massagem em meu couro cabeludo. Era um hábito que eu havia pegado quando era mais jovem, na época eu chegava a puxar meus fios, sendo capaz de arrancar alguns bons tufos. Meu terapeuta na época, Dr.Ming, havia me dado uma bolinha anti stress, mas não havia ajudado. Eu já estava 'irreparavelmente' quebrado.

Eu tinha aceitado que era problemático há muito tempo atrás. Era uma das razões que eu havia prometido a mim mesmo não me envolver com ninguém. Ninguém deveria ter que lidar com meus problemas, fora eu. Era fácil, porque não havia ninguém com quem eu queria ficar de qualquer forma.

Até agora.

Baekhyun havia dito que ele me queria, e eu não podia mais negar. Eu o queria também. Queria tanto que mal conseguia aguentar. Eu passava praticamente cada momento acordado com ele, e eu lembrava as horas que estávamos separados. Não porque eu eu precisava dele o tempo todo, mas eu sentia falta dele quando ele não está por perto. Houve algumas vezes quando eu via algo ou alguém e pensava, "o Baekhyun iria adorar isso", ou, "a única pessoa que acharia isso engraçado é o Baekhyun". Eu sentia falta dos seus comentários para tudo.

Ele havia me dito que eu não estava apaixonado por ele, ainda. Ah, mas eu estava perto. Se isso não é um quase amor, eu não sei o que é então.

Uma batida interrompeu meus pensamentos.

— Você está bem?

— Sim. Eu não posso ter um pouco de porra de privacidade?

— Desculpa. É que você está aí há um tempo, eu queria me certificar de que você não estava passando mal ou algo do tipo. Já vou voltar para a cama. E também, eu estou pelado, então se você abrir a porta nesse momento, você vai ter o show completo.

— Eu passo.

— Você que sabe. — eu o ouvi se virar e voltar para nosso quarto e fechar a porta.

Eu fiquei no banheiro por mais alguns minutos, decidindo que se eu estava quente e incomodado ali como na minha cama, merda.

Eu não falei nada quando voltei para a cama.

— Sabe, se você está desconfortável com o que eu disse, está tudo bem. Eu meio que joguei isso para cima de você do nada. — ele falou. — Eu posso voltar atrás se você quiser.

—  O problema não é que eu esteja desconfortável com isso, o problema é que eu quero isso! — gritei. Era oficial; eu não havia enlouquecido por ter um parafuso preso. — Você está feliz? Jesus. Você diz algo assim e então espera que eu apenas não me importe com isso. Isso é como provocar alguém com um bolo gigante e então o colocar em um daqueles negócios de sobremesa giratórios . — eu não estava no meu meu momento mais eloquente naquela hora.

— Isso significa que eu sou o bolo?

— Cala a boca, era uma metáfora.

— Então você me quer?

Tanto que dói.

— Sim. — eu sussurrei.

— Agora?

My Best Mistake (sebaek)Where stories live. Discover now