I Hate Loving You ( Joong Nine, PavelDome)

Um perdão desconfortavél

Nine on

- Joong, eu não estou com cabeça para discutir – revirei os olhos assim que ele me sentou novamente na cadeira.

- quem falou em discutir? – ele perguntou num tom levemente entristecido.

- diz de uma vez o que queres... - pedi suspirando sem forças para lhe levantar a voz.

- eu só quero conversar. Já faz alguns dias desde a última vez que falamos – eu encarava-me com um olhar sereno.

- talvez porque a nossa última conversa não correu muito bem

- Nine... - ele tentou dizer algo sendo rapidamente interrompido por mim.

- Joong, eu não tenho tempo para conversas. Faltam poucos minutos para começar a primeira aula e daqui a pouco a sala começa a encher – e naquele exato momento um grupo de quatro alunos entrou na sala não reparando na nossa presença ali.

Joong olhou-os de um modo repreensivo e estabeleceu entre nós uns segundos de silêncio antes de me puxar com força pelo braço e arrastar-me para fora.

Eu apenas gritava coisas como "o que estás a fazer?" ou "eu não posso perder a aula", completamente perdido por não saber para onde ele me levava.

Poucos metros depois ele parou em frente a outra sala que normalmente não era utilizada, abrindo a porta com rapidez e voltando a fecha-la com a mesma intensidade assim que me guiou para dentro dela.

- aqui podemos falar sem interrupções – ele afirmou permanecendo em pé na minha frente, apoiando as costas na porta impedindo-me assim que conseguir sair.

- porra, eu já disse que não há nada para falar.

- HÁ SIM, NINE – ele gritou, assustando-me e obrigando-me a recuar meio que como num impulso.

Eu continuei calado afastando-me cada vez mais dele e logo pude perceber o seu olhar zangado mudar para arrependido instantaneamente. Eu sabia que ele não me faria mal, mas eu odiei que ele tivesse gritado comigo, e a única coisa que eu queria era sair dali e continuar com a promessa que fiz a mim mesmo de ignora-lo sempre que ele se tentasse aproximar.

- desculpa. Por favor desculpa – ele quase suplicou dando alguns passos na minha direção e tentando tocar no meu braço. Toque esse que eu impedi logo agarrando a sua mão e afastando-a de mim. E acho que foi aí que ele realmente percebeu que eu estava verdadeiramente magoado com tudo o que se tinha passado entre nós.

- deixa-me sair – eu pedi sem nem sequer olha-lo – por favor.

- Nine tu tens de me ouvir – ele falava calmamente – eu sei que eu fiz asneira, que disse coisas que não deveria ter dito, mas tu tens de me desculpar. Eu já me sinto suficientemente mal comigo próprio – eu sentia o desespero aumentar a cada palavra proferida.

- tu voltaste lá. Porquê? – ele olhou-me confuso provavelmente sem perceber o que eu tinha acabado de dizer – tu prometes-te que não voltavas a lutar. Porque é que voltaste? – expliquei.

Ele não respondeu de imediato, apenas cravou os olhos no chão impedindo-me de ver a sua expressão. Eu sorri de uma forma sarcástica e caminhei até á porta que agora não estava mais protegida pelas suas costas, mas novamente, ele dificultou a minha saída.

- Nine... - ele virou o meu corpo da sua direção, mas eu empurrei-o.

- TU TENS NOÇÃO DO QUANDO NOS DEIXASTE PREOCUPADOS, SEU ANORMAL – gritei mostrando-lhe pela primeira vez como eu agia quando estava verdadeiramente com raiva – as pessoas que te amam preocupam-se – falei impulsivamente arrependendo-me no momento a seguir das palavras que tinha escolhido.