Vai ficar tudo bem

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...continuação do capitulo anterior...

Dome on

Caminhei, um pouco receoso, até ao quarto e bati na porta esperando Pavel me dar permissão para entrar, mas ele nada respondeu. Voltei a bater e continuei sem resposta. Resolvi entrar, abrindo a porta lentamente, e deparei-me com um quarto vazio. Ouvi a água cair no banheiro e deduzi que ele estivesse no banho, então pousei o comprimido e o copo e sentei-me na cama á espera que ele saísse. Eu estava extremamente nervoso, o meu coração batia forte e as minhas mãos estavam suadas. O medo de ser rejeitado estava a dar cabo de mim.

Poucos minutos depois, ele abriu a porta, mas parou imediatamente assim que me viu ali sentado. Ele vestia um pijama largo e azul, os seus cabelos estavam molhados e caiam delicadamente sobre a testa. Ele permaneceu quieto, com os olhos a encher de lágrimas, provavelmente surpreso por me ver e eu também não tinha coragem de dizer uma única palavra.

- o que fazes aqui? – ele finalmente perguntou num tom baixo permanecendo no mesmo lugar.

- Vim ver como estavas – respondi levantando-me.

- vai embora – a sua voz estava tremula.

- Pavel, por favor. Eu só quero ajudar – tentei me aproximar, mas ele afastou-se.

- NINGUÉM PODE AJUDAR. NINGUÉM... - ele gritou encostando as costas na parede a chorar.

O meu coração estava partido por vê-lo assim e eu não conseguia entender o motivo daquela descarga emocional tão grande.

- o que se passa, meu amor? – perguntei, caminhando até ele para o abraçar – fala comigo.

Inicialmente ele não me abraçou de volta e até tentou empurrar-me, mas eu apertei-o mais forte contra o meu peito e ele acabou por se render encostando a cabeça no meu ombro e rodeando o meu corpo com os abraços.

- o-os meus pais m-morreram – ele disse repentinamente no meio do choro.

Eu não sabia o que dizer perante aquela situação. Na verdade, não havia nada que eu pudesse fazer para amenizar aquela dor. Eu percebia perfeitamente aquilo que ele estava a sentir. A minha mãe tinha morrido há um tempo atrás e doeu imenso vê-la partir. E contrariamente á minha mãe que odiava o meu Pavel, os pais dele sempre foram fantásticos comigo.

- Pavel , vai ficar tudo bem – acariciei os seus cabelos ainda húmidos.

- eu preciso tantos deles – ele tentava dizer.

- eu sei meu amor. Tem calma. – levei-o até á cama, onde me sentei e coloquei a sua cabeça no meu colo – tenta descansar um pouco. Eu vou estar sempre aqui. Não vou a lugar nenhum.

O seu choro foi sessando aos poucos e os seus olhos iam fechando com sono.

- Dome – ele disse com uma voz sonolenta – amanhã o Joong e o Nine vão comigo a casa dos meus avós. Queres vir? Eles devem estar com saudades tuas.

- é claro que sim. Mas agora descansa – respondi.

Na época em que nós namorávamos, eu tinha conhecido os seus avós num jantar de família em casa de Pavel e eles foram tão fantásticos comigo que eu comecei a visita-los com mais frequência. Pavel sempre me apresentou como o seu namorado (o que me deixava feliz) mas, infelizmente, eu fui cobarde o suficiente para nunca o apresentar assim para quem quer que fosse. O seu avô dizia sempre a coisa certa na hora certa e a sua avó fazia uns bolos maravilhosos que eram a minha perdição. Desde o meu término com o Pavel eu nunca mais os vi. Na verdade, eu não tinha coragem de aparecer naquela casa depois de tudo o que eu tinha feito com o neto deles. O Joong sempre me contava o quanto eles estavam a sofrer por minha culpa e eu sentia-me demasiado culpado para conseguir encara-los.

I Hate Loving You ( Joong Nine, PavelDome)Where stories live. Discover now