CAPITULO 25

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– Maya, onde você vai? – pergunta Luca, segurando meu braço.

Parei rapidamente e me virei para encara-lo.

– Eu realmente pensei que poderia conviver civilizadamente ao seu lado, mas não dá! Eu não suporto olhar pra você, Luca.

– E eu já estou cansado de você, Maya. Vivendo eternamente presa a esse passado. Eu estaria muito melhor se você nunca estivesse entrado na minha vida.

– Então saiba que eu não tenho interesse de permanecer nela!

Dou as costas a Luca, e volto a caminhar em direção à cozinha onde eu pego um copo de whisky e começo a bebê-lo. Deva caminhou em minha direção e parou ao meu lado.

– Acha que eu fiz cena? – pergunto – Alguém viu?

– Não chegou a ser cena, mas o Luca agarrando seu braço chamou um pouco de atenção! – ela diz rapidamente e eu a encaro de olhos arregalados – Calma! Nada urgente! Continue sendo profissional.

Virei o copo de whisky que estava em minhas mãos, e eu senti o líquido arder na minha garganta enquanto eu afirmava.

Após sairmos da cozinha algumas pessoas foram conversas conosco, incluindo proprietários e empresários importantes. De longe eu via Luca me encarar, mas eu fingia não ver e tentava não me abater com isso.

Ele estava acompanhado de Regina que me encarava com sangue nos olhos.

– Como é trabalhar com seu ex esposo? – tal pergunta me surpreendeu me fazendo encarar a pessoa a minha frente com a sobrancelha arqueada.

– Como é?

– Luca é o sócio marjoritario da empresa de Gabriela, não acha oportuno?

– Não vejo problema em querer o melhor para a sua fábrica, e convenhamos, no ramo, nossos tecidos são incríveis.

– Você é a Maya né? – afirmo – Eu sou Daniel. Sou "sócio" – diz fazendo aspas no ar – da família.

Sócio da família?

– Eu prefiro não saber sobre essas coisas já que temos apenas um contrato profissional, com licença! – digo me retirando, mas ele me interrompe.

– Me desculpe, pensei que soubesse sobre o principal ramo da família.

Mas é claro que eu sei sobre.

Apenas dou um sorriso amarelo.

O homem a minha frente tentava insistentemente puxar assunto, e eu o ignorava ou respondia com poucas palavras.

A noite se arrastava lentamente, eu me sentia levemente embriagada após tantos copos de whisky. Deva permanecia ao meu lado enquanto conversávamos com Alessandra que insistia em nos elogiar.

Ao final da noite, Deva e eu estávamos satisfeitas e conseguimos contato com alguns empresários que se interessavam nos nossos trabalhos.

Daniel nos perseguia a noite toda, e queria nos levar em casa mas negamos veemente. Eu não confio nele, e pelo visto Deva também não.

Um dos motoristas da família nos levará de volta para o hotel. A presença de Luca perturbava a minha mente e as palavras usadas perturbavam mais ainda, nós dois estávamos em negação por um motivo óbvio, que ainda existia sentimentos entre nós, mesmo que houvesse se transformado em ódio.

Na manhã seguinte, após o café, Deva e eu discutíamos algumas questões importantes com baldi sobre a filial nos Emirados.

– Kaled está tentando fazer a sua cabeça! – digo batendo a mão com força sobre a mesa.

– Maya, não grite comigo! – esbraveja baldi – Você não está sendo profissional, tá perdendo o foco que é o seu trabalho.

– Vai me tirar da direção e entregar na mão dele? – questiono com ironia.

– Se for preciso, eu o farei!

– Baldi, Kaled faliu a nossa primeira filial, Maya ontem conseguiu mais de dez contatos e novos fornecedores para a empresa.

– Deva, deixe isso para lá. Faça o que quiser, baldi. As consequências serão suas.

O ouvi suspirar, e ele levou a mão até a testa. Sinal que estavam nervoso. Deva colocou a mão nos meus ombros tentando transmitir calma, e eu apenas dei os ombros.

– Maya, recobre a sua consciência, Deva está certa, não podemos retira-lá da direção.

– E sobre Kaled, eu...– sou interrompida.

– O investiguem!

Deva me encarou, e eu suspirei.

– Como assim o investigar?

– Suspeitamos que ele esteja usando a indústria para lavar dinheiro.

Apenas concordamos.

Na manhã seguinte, Deva havia saído para a indústria bem mais cedo que o normal para acompanhar o setor financeiro, e eu iria no horário comercial para acompanhar a produção.

Parei em uma cafeteria em frente à indústria, onde eu me deliciei em um perfeito café italiano.

Senti olhares em minha direção, o que me fez levantar a cabeça para ver o que acontecia, e surpreendentemente Daniel acompanhado de Antoni que abriu um sorriso extremamente amigável.

– Podemos nos sentar? – pergunta Antoni.

– Sim, claro! Mas eu já estou de saída! – digo tomando o último gole do meu café – O que fazem aqui?

– Estamos a trabalho! – responde Antoni, sendo imparcial.

– Vamos matar alguém! – diz Daniel, e automaticamente eu arregalo os olhos – O que foi?

Antoni sorri, e eu apenas faço um sinal negativo com a cabeça. Ajeito minha bolsa e preparo para me levantar.

– Na verdade, queríamos conversar sobre você e Luca.

– Não temos o que conversar! – digo, me colocando de pé.

– Ele está surtando, e tememos que ele tente fazer algo!

Gargalhei.

– Nahin! Me deixe fora disso!

Daniel suspira.

– É o seguinte: Sabem que você e a sua irmã estão de volta, sabem onde vocês estão, e principalmente sabem que você  é o ponto fraco de Luca, ou você senta com maturidade e conversa sobre uma forma da família oferecer proteção à vocês, ou vamos permitir que os membros da máfia russa exploda cada miolo da sua cabeça, você entendeu? – o tom usado pelo Daniel foi de fato assustador.

Eu suspirei. Arebabaguandi.

– Podemos convidar a minha irmã pra isso?

– Acredite, você escolheu bem!

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora