CAPITULO 23

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Durante a reunião os olhares de Luca estavam vidrados em mim, e eu aproveitei a oportunidade para provocar.

Apoiei meus cotovelos sobre a mesa de forma que o decote mostrasse bem os meus seios. E eu os espremi com os braços.

Senti seus olhar descer para os meus seios, enquanto eu tentava focar na apresentação que estava sendo feita a minha frente.

Eu o desejava, eu sentia sua falta e infelizmente sabia que ele sentia o mesmo.

Com a votação final, o novo projeto foi aprovado e assim aos poucos as pessoas ali presentes foram sendo liberadas, e eu permaneci sentada à espera de Deva.

Luca permanecia sentado a minha frente com o olhar fixo em mim.

– Algum problema, senhor Vitale? – pergunto, minha voz saiu baixa e sensual.

Levantei o meu olhar que até então estava fixo em minhas unhas, para encarar o macho que estava a minha frente.

– Não me provoque dessa forma, Maya! – ele diz entre dentes – Ou eu farei questão de fode-la aqui mesmo.

Merda, Luca!

Arqueei uma sobrancelha, e abri um pequeno sorriso sarcástico.

– Nem morta eu iria para a cama com você, Luca! – esbravejo.

Ele sorri, um sorriso tão sarcástico quando o meu.

– Você não resistiria, princesa! – o princesa sai em um tom carregado de desejo.

– É o que veremos, Luca! – digo, e com isso me levanto e caminho em sua direção.

– Não queira jogar comigo!

Deslizo meu dedo indicador pelo seu belo rostinho, e aproximo seu rosto do meu.

– Você como meu ex-marido deveria saber que eu amo joguinhos! – sussurro bem próximo ao seus lábios – Pena que você quis passar mais tempo me humilhando do que aprendendo a jogar comigo!

Quando percebo que a proximidade me faz querer atacá-lo, eu me afasto e no exato momento Deva sai do banheiro como se fosse por uma intervenção divina.

– Namaste, Luca! – digo calmamente antes de deixar a sala de reuniões.

Quando coloco os pés para fora daquele  prédio, era como se eu voltasse a respirar. Eu tentava me controlar próxima a Deva pra ela não ver como esse homem me afetava, mas às vezes era difícil.

–  Eu... preciso descansar!

Minha irmã afirma, sem dizer uma palavra sequer. Seguimos para o hotel. Eu queria ser forte, queria ser como Deva, que era destemida, não se afetava por pouco e muito menos se afetaria com o aparecimento do ex.

No hotel, sinto Deva segurar meu braço enquanto caminho para o meu lado do quarto. Ela sorri, um sorriso compreensivo.

– Está tudo bem, Maya! Não precisa ser forte e resistir o tempo todo... Agora descanse, que a tarde teremos muito trabalho.

Com um nó preso na garganta, eu sigo para a cama. Onde eu retiro todas as minhas peças de roupa mantendo apenas a calcinha e o sutiã.

Mas ao invés de dormir, fiquei imaginando a forma com que Luca falou comigo e como eu queria que ele me pegasse de jeito. Eu sentia falta.

Desde quando eu o deixei, eu busquei formas de aliviar a saudade e a vontade que eu sentia dele, o que me fez desistir de tentar e aceitar.

Ele rogou uma praga sobre mim, eu estava fadada ao sofrimento, mas eu sofreria sozinha e milionária.

Me levantei rapidamente e caminhei em direção às minhas bolsas onde eu vi a proposta de contrato da Gabriela. Me enrolei em um robe e chamei Deva, passamos uma boa parte do dia discutindo alguns pontos sobre o contrato.

E logo após revisar o contrato, pegamos a nova linha de lançamento. Que precisava ser aprovada por nós para ser fabricada imediatamente.

O almoço foi servido no quarto, e logo após voltaríamos a empresa e nosso trabalho já estaria praticamente encerrado aqui.

Após colocar novamente minhas roupas, segui Deva até a sorveteria que havia próxima ao hotel e dali seguimos para a empresa.

– Não acho que seja uma boa ideia...– digo para Deva ao ver as portas do elevador se fecharem.

– Maya, é um contrato milionário!

– Não vale a pena pela família, Deva! Eles são criminosos! – digo, e suspiro – Eu não quero mais, eu não posso mais ver o Luca.

Em um breve momento de surto parei o elevador no andar em que ele estava, e me preparei para descer.

– Sua assinatura já está aqui Maya, e saiba que esse contrato prosseguirá queira você ou não! Redobre a sua consciência e depois conversamos!

– Dê uma desculpa decente pela minha ausência!

Ao deixar o elevador, peguei o ao lado que por sorte estava vazio e descendo para o térreo.

No hotel, eu me sentei de frente para o espelho onde me encarava por longos minutos, minha respiração estava ofegante e eu sentia raiva, eu me odiava por estar sendo tão fraca.

Deferi um soco sobre o lavatório do banheiro e rapidamente sai do banheiro deixando o reflexo da minha fraqueza para trás.

Ele não merece isso.

Ele pediu por isso.

Caminhei até a escrivaninha que havia no canto do quarto e enquanto ligava o notebook eu enviava uma mensagem para Deva perguntando sobre a reunião. Não obtive respostas.

Consciente do meu erro, acessei meu endereço de e-mail e abri o sistema da indústria em busca de algo que aliviasse a minha falta de responsabilidade.

Ao acessar as planilhas da contabilidade, o tempo voou e eu não pude notar a presença de Deva no quarto.

Ela caminhava rapidamente enquanto mexia em algo nas suas pastas, até que ela retirou os papéis e atiraram sobre a mesa ao meu lado.

Eu a encarei com os olhos arregalados, surpresa com a sua ação.

– O contrato!

– Deva, não fica assim! – peço.

– Liguei para baldi, e ou você decide as suas prioridades ou volta para a Índia sendo a mesma mulher fraca que a levou para lá!

Abaixei a cabeça, e soltei um forte suspiro.

– E outra coisa, hoje teremos uma festa para comemorar o contrato! – ela diz. 

– Jantar? – questiono.

– Com toda a família Vitale, parece ser algo importante para Gabriela! – diz Deva fazendo pouco caso.

Ela caminha rapidamente em direção ao banheiro.  Eu encaro o bolo de papel que havia ao meu lado, e fecho meus olhos com força.

Isso seria um pesadelo.

Esse jantar seria um pesadelo.

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora