CAPITULO 21

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Aquela bendita mancha de vinho... – penso encarando o vestido branco pendurado no box do banheiro do hotel.

Logo após o ocorrido eu me prendi no banheiro, e eu não queria me limpar ou algo do tipo, só queria fugir do destino.

Quando sai do banheiro, ele havia saído. Fugiu feito uma garotinha. Assim como eu fugi. E desde que eu coloquei os pés no hotel, eu encaro meu vestido branco com aquela bendita marcha.

Mahadeva...– sussurro – Justo nessa fase boa da minha vida.

Are baba Maya, isso acontece! O destino tenta nos unir à aquilo que realmente é nosso!

LUCA VITALE

Desde que Maya foi embora, daquela forma, minha vontade de viver e ter um amor se foi. O tempo foi passando, e eu comecei a perceber que ela era simplesmente tudo que eu precisava, era a mulher que eu queria que estivesse ao meu lado.

Agora, eu sou obrigado a conviver com a vadia interesseira que é Regina. Estando ao meu lado apenas por dinheiro. As atividades da máfia aumentaram, e os locais onde realizávamos as lavagens de dinheiro se tornaram grandes empresas governadas por nós.

Gabriela com a sua belíssima fábrica e loja de roupas, expandimos o nosso mercado e abrimos filiais que estão espalhadas pelo mundo. Eu me dediquei a isso e a cada copo de Whisky.

Todas as noites, eu me lembro de Maya, da sua pele macia e seus cabelos longos e pretos. Seus olhos extremamente verdes me marcaram profundamente, como se ninguém fosse me olhar daquela forma, como se não existisse alguma outra pessoa com Maya e de fato, não existe.

– Luca...– ouço Gabriela me chamar, e eu a encaro.

Ela lança um jornal sobre a minha barriga. Maya e sua irmã, largaram toda a cultura e se tornaram duas grandes e renomadas donas de indústrias têxteis. Ela havia se tornado uma grande CEO.

Eu vivia amargurado com vontade de tê-la novamente ao meu lado.

Logo após, encontrar aqueles olhos verdes me encararem com ódio por eu ter sujado seu belíssimo vestido branco, seus olhos verdes mais acesos que nunca. Eu conheço a mulher que estava a minha frente, mudando de surpresa para ódio.

Encontrá-la dessa forma fez meu coração acelerar de tal forma, que era como se eu fosse infartar.

Ela estava tão linda.

Tão cheia de si.

Quando ela foi para o banheiro, minha primeira reação foi sair dali o mais rápido possível, eu não suportei, eu sentia algo fervilhar no meu peito.

Eu andei o mais rápido que eu pude, para o mais longe possível daqueles malditos olhos verdes, que me fizeram a amar mais que tudo, que me jogou na rua da amargura.

Quando adentrei o carro, vi que minhas mãos tremiam me fazendo fechá-las em um punho e então eu me permiti respirar.

– Você viu o que...– eu a interrompo.

– Cale a porra da boca! – digo trincando os dentes.

– Foi você! – ela se surpreende – Eu a vi indo para o banheiro tão cega que nem me viu!

Eu a ignoro, eu estava completamente inerte. Aqueles olhos verdes... Malditos olhos verdes!

Ao chegar em casa surpreendentemente todos estavam reunidos na sala, eu só precisava estar sozinho e subi para o antigo quarto onde eu e Maya dormíamos, Regina nunca colocou os pés nele, eu nunca permiti.

Mas diferente de todos os outros dias, eu me surpreendi ao abrir a porta do quarto e a encontrar, de lingerie vermelha, deitada sobre a cama.

Eu senti meu sangue fervilhar, por todos os sentimentos que eu transpareci hoje, por me mostrar tão fraco e inútil perto daquela mulher!

– Que porra você está fazendo aqui, Regina? – digo entre dentes.

– Quis fazer uma surpresa... Achei que fosse gostar, agora que somos só nós dois, sem uma ratinha árabe no nosso caminho...– ela pausa – A quatro anos!

– Eu quero que você saia daqui, agora! – digo.

– Mas amor...– eu me aproximo, e seguro com firmeza seu pulso.

Ela se levanta, e me encara assustada e confusa.

– Mas eu quis te fazer uma surpresa amor, lingerie vermelha... Você gosta tanto!

Eu a guincho para fora do quarto até o corredor.

– Nunca mais ouse entrar aqui, não faça isso, nunca mais! – aumento o tom de voz.

Vejo uma movimentação surgir no corredor e Regina tenta tapar seu corpo com as mãos. Eu estava irado com a sua atitude.

Esse quarto passou a significar muito desde que Maya foi embora.

– Luca, não faça isso! – grita Regina, histérica.

– Luca, que escândalo é esse? – pergunta minha mãe, e eu a encaro.

– Luca viu Maya hoje...– Gabriela pausa – Depois disso, ficou todo surtado.

Passo a mão nervosamente pelos meus cabelos e solto um suspiro frustrado voltando para dentro do quarto e me trancando.

– Você acabou com a minha vida, Maya! – murmuro.

Mas eu a amo tanto, e não consigo tirar aqueles malditos olhos verdes do meu pensamento.

MAYA EBRAHIM

Já se passaram horas, eu continuava sentada na mesma posição. Enquanto Deva falava na minha cabeça, sobre como o que é pra ser seu, uma hora volta.

– Shiva Deva, não me venha com esse o mesmo sol que derrete a manteiga, endurece o barro! – minha irmã suspira e me encara.

– Não sofra tanto, Maya! Só isso...– ela diz.

– Vamos comer?

– Não Maya, pare de descontar na comida! Me leve para conhecer Milão.

– Só preciso me trocar outra vez!

Deva sorri.

Deva e eu saímos para aproveitar a nosso dia de folga para conhecer Milão. Visitamos diversos pontos turísticos, e obviamente passamos em lojas para comprar umas roupas pois não seria justo vir a Milão e não sustentar a burguesa que existe dentro de mim.

Jantamos fora, e depois retornamos ao hotel. Segui para tomar um banho relaxante enquanto Deva mexia em algumas coisas na internet.

Por mais que eu tentasse, as imagens de Luca me encarando totalmente em choque voltavam constantemente na minha mente. Aqueles olhos. Aquela mandíbula marcada. Aquela barba por fazer. Que homem maravilhoso.

Ouço Deva falando com alguém no quarto, mas ignoro. Me enrolo no roupão e vou secar meus longos cabelos, e assim que termino uso meus produtos de pele.

Eu gosto da ideia de cuidar de mim.

Esfolio e hidrato a minha pele com calma, e assim que termino eu visto meu pijama e saio do banheiro.

Caminho em direção a cama, e enfio uma pantufa que havia ali nos meus pés e me viro dando de cara com um par de olhos azuis me encarando, fazendo com que eu me assuste.

– Que susto! – digo levando as mãos ao peito – O que faz aqui essa hora?

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora