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Yugyeom não sabia quanto tempo estava ali, tinham lhe servido comida, ele tinha dormido todo torto na cadeira em que estava sentado, o céu sempre parecia o mesmo escuro e com muitas luzes vindas de prédios vizinhos e carros que passavam lá fora. Mais cedo havia tateado os bolsos a procura do celular, mas não tinha o encontrado, não havia o perdido. Alguém o pegou sem ele ao menos ver ou perceber, tinha as suas suspeitas que fosse o homem de terno cinza que aparecia de meia e meia hora.

Houve alguns momentos que ouviu alguns barulhos, mas o homem sempre aparecia e dizia que estava tudo bem e que em breve alguém viria para conversar com ele, mas esse em breve que nunca chegava.

- Talvez eu pergunte... – Jinyoung se pronunciou quebrando o silêncio.

- Ficou curioso de repente? – Ela indagou. Não gostava de voltar a assuntos passados, assuntos como o de nove anos atrás, em que queria evitar, pois o erro foi seu, sabia e não podia deixar com que Jinyoung soubesse. Ele já sabia de mais.

- Você comentou que não tinha respostas, mas sei que tem, só quer evita-las. – Ele não esboçava nada ou não deixava que ninguém percebesse o que poderia se passar pela sua cabeça, nem mesmo os seus olhos mostravam, o nada, o vago, esse era o perigo de Park Jinyoung e toda a sua família, agiam de forma calma e quase passiva, nunca se sabia quando eles já deram os primeiros passos.

- Por que acha isso? – Tentava ao máximo possível se manter calma, já estava dentro da armadilha e um passo em falso tudo daria errado.

Jinyoung a observava, ele sabia que ela estava atenta e que evitaria o assunto sobre a morte dos pais de Yugyeom, era obvio que tinha algo errado e ela evitaria que ele não soubesse, ou não pudesse entender os sinais que o corpo dela emitia ou o som que a magia quase explosiva que a rondava. Ela sentia medo. Um problema entre os feiticeiros, não tinham muita paciência e quando eram levados ao limite, não era uma coisa muito bonita de se ver.

- Por que é o obvio. Os Kim não eram santos e nem detinham dominação alguma de algum tipo de poder. – Sun engoliu em seco.

- Você os conheceu para saber?

- O filho deles é a prova. – Suspirou, já estava cansado de está ali. - Se algum deles tivessem essa porcaria na qual chamamos de dons, o garoto teria nascido com eles.

- Ele tem visões sobre o futuro. – Ela foi rápida em dizer.

- Ninguém nasce prevendo o futuro. Ainda mais quem nunca teve contato com magia. Você sabe que isso só acontece com quem teve acidentes com magia.

Sun evitou o olhar de Jinyoung.

- Onde você quer chegar?

- Só quero saber a verdade.

- Eles morreram, essa é a verdade.

- Por que eles morreram? Eles eram só jornalistas...

Ele reparou que uma das mãos dela se fechou, a mão tremia como se ela estivesse irritada ou com medo. Ou era os dois?

- Fiquei sabendo que você conseguiu entrar no covil deles, protegido por tecnologia e por magia. Eles eram só jornalistas?

- Mas isso não justifica o fato do garoto ter as visões e ter visto os pais serem mortos na sua frente. – Ela o olhou estática. – Ele nunca me contou como eles morreram... exatamente, mas é obvio que vocês usaram magia.

- Por que acha que fomos nós? – Ela parecia tremer.

- Eles estavam atrás de alguém da sua confiança, que estava metido com alguma coisa, que vai muito além de você e os seus assuntos. A mesma pessoa que eu vi dentro da minha casa, na noite me que mataram os meus pais.

- Acho que já chega. Preciso ver o garoto ainda. – Ela se levantou, mas ela mal ficou de pé, quando foi puxada para a cadeira. – O que é isso?

- Já ouviu a teoria de que a magia tem som, mesmo não sendo um espectro visível, tipo o vento, ainda sim, faz barulho. São chiados quase imperceptíveis. É incrível como é algo que parece mentira, mas com um pouco de concentração conseguimos ouvir, além de sentir...

- Você ficou louco? – Ela inda tentava se levantar, mas o seu corpo sempre voltava para a cadeira, como se a cadeira fosse um imã e o seu corpo fosse metal que era atraído pelo imã.

-Eu achei que você fosse ir até o Yugyeom primeiro. Mas veio até mim. Não posso dizer que você está com sorte. – Sorriu.

A porta por onde Yugyeom havia entrado. Se abriu e o homem de terno passou sorrindo, muito forçado, e Yug o retribuiu com o sorriso falso.

- Em breve a pessoa que aguarda estará vindo. Surgiu... um pequeno... imprevisto, mas já está sendo resolvido. – Um barulho alto veio de fora, mas parecia ter vindo de andares a baixo. O chão tremeu. Estaria o prédio desabando? – Eu... e-eu... eu vou ver como as coisas estão e se precisaremos sair. – Disse saindo rapidamente.

O chão tremeu novamente. Ele ficou com medo. Não tinha combinado qualquer sinal com Jinyoung, e como ele fugiria? Jinyoung estava andares a baixo dele.

Olhou ao redor a procura de qualquer coisa que pudesse lhe ajudar, mas pareia que não tinha nada ali.

Olhou para a janela e viu que o dia já estava amanhecendo. Quanto tempo ele tinha passado ali dentro? Não tinha comido nada do que o cara de terno cinza lhe trouxe, nunca comia nada de onde não sabia nem ao menos uma parte de onde tinha vindo. Uma vez Youngjae brigou com ele sobre comer tudo o que lhe oferecem e ele nem sabia de onde vinha, que foi a vez quando deu intoxicação alimentar. Quando era criança sua mãe também havia o alertado sobre. E naquele momento estava com fome.

Mas ele precisava sair vivo dali. Andou de um lado para o outro até se lembra do que estava escrito no livro.

Quando voltou para a sala para buscar o garoto ela estava um pouco mais clara, por conta do sol que já havia nascido, mas não havia mais ninguém ali. Acendeu as luzes, olhou de baixo da mesa em todo o local. A porta estava trancada e como ele havia conseguido do sair?

Só podia ser com ajuda do feiticeiro que mantinha a sua chefe presa andares a baixo.

Saiu correndo da sala, deixando a porta aberta e não vendo que Yugyeom estava atrás da cortina no canto escuro da sala.

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Feliz ano novo. Demorei um pouco, mas finalmente consegui postar.

Arco-da-Lua está no seu final. Talvez o próximo capítulo seja o ultimo, eu escrevi só a primeira parte, ainda falta algumas coisas, mas também planejo escrever um epilogo.

Até o próximo capitulo. :)

Arco-da-LuaWhere stories live. Discover now