Arco-da-Lua

》07

A lanterna de Jim não era suficiente para iluminar o lugar apertado e escuro. A lanterna do celular de Yugyeom pareceu iluminar mais a escada de concreto cheia de teias de aranha e poeira. O final da escada dava em uma porta de metal que não tinha maçaneta e nem uma fechadura para se poder ver o que tinha do outro lado. Apontaram as lanternas para todas as direções a procura de algum tipo de fechadura, mas só tinha um buraco que mais parecia um olho mágico. Yugyeom tentou olhar atrás vez do provável olho mágico e um barulho soou naquele espaço pequeno, uma voz eletrônica soou.

- Iris não reconhecida.

Yugyeom olhou assustado para os amigos e o feiticeiro.

- O que essa voz disse? – James perguntou impaciente.

- Que a minha Iris não foi reconhecida.

- Sabia que estava fácil de mais. – Jinyoung resmungou. – Um passo para trás meninos. – Sorriu falsamente antes de ficar de frente com a porta.

O feiticeiro colocou a mão sob o metal da porta e fechou os olhos, os meninos observavam a espera de algum som, algo que indicasse que a porta estava sendo aberta, mas nada acontecia, nada. Jinyoung se afastou da porta depois de longos minutos.

- A porta abre só com o reconhecimento da Iris dos seus pais, magia não faz nem cócegas. Tem que ter outra forma de abrir... – Falou alto, soando pensativo.

Mais uma vez as luzes das lanternas foram direcionadas por todo o lugar e pequeno e apertado. Não tinha nada ali, além da porta de metal e as paredes estreitas e a escada de concreto. Muitas teias de aranhas e muita poeira. O feiticeiro passou a mão pelo rastro dos insetos, onde deveria ter uma maçaneta e havia um quadrado escuro ali. Limpou a mão nas calças, antes de aproximar os seus dedos do local que apareceu um quadrado branco.

- Deve ter uma senha de emergência. – Disse pensando. Encontrou um os dedos e o quadrado ficou vermelho e um som soou pelo pequeno espaço, como se informasse o acesso negado.

Jinyoung se virou e puxou o braço de Yugyeom que tropeçou e quase foi de encontro com a porta. O feiticeiro aproximou o dedo de Yug do quadrado branco, que ficou verde, mas a sensação de vitoria se foi quando apareceu doze quadradinhos com números e símbolos.

- Datas de aniversários são óbvias de mais. Mas é uma sequencia de números que significa ou indica algo. – Ben falou. Ele estava sentado nos degraus observando tudo.

- Vai ter uma quantidade limite, não duvido que seja mais de três tentativas – James estava sentado ao lado de Ben e apontava a lanterna para o amigo e o feiticeiro. – Mas isso não me parece mais interessante quanto ao fato dos seus, ditos poderes, não abrirem a porta.

- Eu não conseguiria abrir, com os meus ditos, poderes e nem nada. – Jintyoung falou sem olhar para o Wang. – Mas quando algo está selado por magia, além de tecnologia, eu não consigo.

- Como? – Yugyeom que iria se sentar no ultimo degrau, pois estava se sentindo meio zonzo, olhou para o feiticeiro que ainda estava de costas para ele.

- A sua tia... ela é irmã de quem? – Jinyoung perguntou.

- Da minha mãe. A que cuidou de mim, antes de mandar embora para Dixton, é irmã do meu pai. – Informou confuso.

- Youngjae faz aniversário quando?

- Dezessete de setembro. – Informou e o feiticeiro digitou, mas deu como incorreta.

Ficaram longos minutos em silencio, pensando em possíveis sequências numéricas que poderia destravar a porta. Yugyeom olhava a porta com uma leve sensação de que tinha que se lembrar de algo, como se a porta indicasse alguma coisa. Ele sempre foi meio esquecido, e isso acarretava em lembrar de coisas em momentos dispersos, horas, dias, semanas, meses ou anos depois, não importa, sempre se lembrava de algo que viveu na presença de seus pais, ou durantes os anos que morou na casa a cima deles. Sabia que tinha se esquecido de muitas coisas, mas era normal se esquecer e se lembrar vagamente do que houve no passado. Mas tinha coisas que se lembrava como se tivesse acabado de fazer. Como uma sequência de números e letras que ficavam escritas na capa interna do caderno que seu pai havia lhe deixado.