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- Vamos as explicações... – O feiticeiro andava calmamente de um lado para o outro, enquanto os três garotos estavam sentados a sua frente o observando.

Após o choque com o pequeno espaço, onde continham armas e muita, mas muita munição, começaram uma busca por todo o local. Se as barrigas chiavam de fome e a garganta seca de sede, eles ignoraram, tinham que olhar todo o lugar e levar o que fosse possível, ainda naquele dia, não poderá dar o luxo de ir e vir a aquela casa durante uma semana.

- Como nos papeis aqui apresentados, temos relatos concretos sobre certas criaturas que atuam durante a noite. Então devemos ter cautela a partir de agora. – Suspirou após falar. Odiava aquilo. Odiava ser um feiticeiro. Odiava o mundo em sua grande maioria. – Agora são... – Olhou para o visor de celular, quase sem bateria, onde indicava que era: - três e meia... acho que vou explicar melhor quando chegar em casa. Vamos, peguem as coisas e vão levando para o carro.

Havia várias caixas em um canto, tão empoeirado quanto qualquer outro naquela sala. Eram muitas coisas e teriam que levar tudo, se possível. Assim que os três garotos subiram a escada com caixas e ele ficou sozinho, se aproximou de onde estavam as armas e olhou todo o espaço, iluminado pela luz da lanterna de seu celular. Suspirou e estalou o dedo e se virou para puxar uma caixa para mais próximo da porta. Depois de uma hora, já levavam as ultimas caixas, quando Yugyeom deu falta de algo.

- Cadê? – Perguntou olhando o buraco que havia atrás das prateleiras de livros.

- Estão seguros. – O feiticeiro respondeu.

- Você despachou tudo àquilo com magia e não pode fazer isso com essas caixas? – James perguntou já irritado.

- Não posso usar muita magia aqui dentro. – Disse após puxar outra caixa. – Apenas tentei, pensei que não iria consegui, mas consegui. Tentei com outras coisas, mas não deu certo. – Suspirou. – Como eu falei mais cedo, esse lugar está fortemente selado com magia. – Jinyoung pegou uma das caixas e a levou para fora.

Os três garotos observaram o feiticeiro sair do local e os deixar na sala subterrânea empoeirada. A desconfiança do feiticeiro só aumentava. Mal compreendiam como Jinyoung fazia as coisas, mas como era a única pessoa que tinha para ajudá-los, para ajuda Yugyeom em desvendar o que o perturba há anos. A ajuda de Mark era um enigma, o primo do coreano nunca o deixaria atravessar o oceano para embarcar em uma "aventura" perigosa. Até que poderia ser uma aventura, mas tudo estava longe de ser uma aventura divertida durantes as férias, uma inocente viagem por um portal mágico. Tudo estava tão longe de ser o que realmente era e o que realmente precisava ser, ou que os iludia em ser algo, nada, absolutamente nada era muito conclusivo, nada era muito esclarecido, nada era muito dado ao entendimento imediato, assim como o que os pais de Yugyeom eram. Ele tinha a plena certeza que ele eram jornalistas, tinham fotos de formatura, onde continha uma faixa que dizia: Formandos de Jornalismo; e havia um premio de melhor jovem jornalista em destaque, que o sue pai havia recebido no inicio da carreira. Mas o que mudou ao longo dos anos para que os que antes parecia ser a profissão, que ambos haviam escolhido e se conhecido através dela, para mudar completamente, ao ponto de ter um espaço escondido com armamento pesado, dentro de uma sala subterrânea, bem abaixo da casa onde viviam tranquilamente com o filho. Se eles viviam tranquilamente.

Se no país o armamento com armas de fogo era proibido, somente a policia era permitido ter, como eles tinham acesso a tudo aquilo?

Yugyeom não tinha muitas lembranças conclusivas sobre a sua infância. Se lembrava da escola e dos amiguinhos que tinha nela. Mas as crianças não gostavam muito de brincar com ele, pois diziam que ele era estranho e que os seus pais disseram para nunca brincar com ele. Sentia-se isolado na maioria do tempo, parecia mais que os seus colegas de escola tinham medo dele. Quando os seus pais morreram, corriam boatos por toda escola ele que havia matado os seus pais em um surto e que, não deveriam ficar peto dele, pois ele poderia surtar e os matar. Quando mudou de país, se sentiu estranho, não tinha muito costume com o idioma, por mais que o soubesse medianamente. Mas o que mais estranhou foi que ninguém perguntou, pois ninguém sabia, ninguém se afastou, pois ninguém sabia, ninguém deixou de sorrir, pois ninguém nunca soube além de que ele havia perdido os pais recentemente, como? Ninguém nunca ousou a perguntar além de James e Benjamin.

Arco-da-LuaWhere stories live. Discover now