Quarenta e Três

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"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente."-Martha Medeiros

-Docinho,você tem visita.-Mamãe avisa entrando no quarto depois da minha permissão.

-Quem é?-Desvio o olhar do computador,onde estou verificando os últimos retoques do Palácio e das casas na floresta.

-É uma visita especial.-Ela está séria.

-Pode mandar o Chaz entrar, mãe.-Abro um sorrisinho.-É inevitável não saber que é ele devido a sua agitação.-Levanto o pulso na altura do rosto,a marca de presa brilhando.

-Qualquer coisa eu estou aqui fora.-Ela diz deixando a porta aberta.

Fecho a guia com as fotos que o designer mandou,a guia do e-mail que venho trocando com o Alleson Romera e desligo o aparelho,girando a cadeira para a porta vendo o Chaz observar todo o meu quarto como se fosse a primeira vez que pisasse ali.

-Sentiu falta do quarto?-Mordo meus lábios.

-Matei essa saudade quando você voltou uma semana depois dos seus compromissos.-Chaz respondeu,os olhos vermelho claro não parando quietos.-E que maravilha de noite.

-E o que te trouxe aqui hoje?O que tanto te atormenta?-Levanto da cadeira parando a sua frente e acariciando seu rosto.

-Muita coisa me atormenta, sangue doce.-Ele fecha os olhos e põe as mãos sobre a minha.-E uma delas é você.

-O que eu fiz?-Questiono baixo repassando em minha mente o que poderia ter feito para atormenta-Lo.

-Você existe.-Ele responde abrindo os olhos e me fazendo derreter.-E isso por si só é uma dádiva e um castigo.

-Pode explicar detalhadamente?-Peço descendo as mãos para seu pescoço.

-É uma dádiva porquê você é um ser iluminado,e uma parte do mundo pode de alguma forma ver isso.Você é forte,determinada e leal,e tantas outras coisas que compõe sua personalidade.-Chaz lambe lentamente os lábios me olhando de forma tão terna que é capaz de me apaixonar ainda mais.-É uma dádiva pois você me desperta do meu estado de estupor,instabilidade e agressividade,dos meus dias vermelhos e sedentos.Me traz a tona pequenos resquícios de uma vida mundana acaba há quinhentos anos.Me faz sentir vivo quando não há um coração bombeando aqui dentro.-Ele desce a minha mão para seu peito.-Mas é totalmente seu,meu corpo,mente e alma inexistente.

-Não é muito cedo para declarações?Não são nem onze da manhã.-Tento fazer uma piada para descontrair as batidas frenéticas do meu coração e ansiedade que as palavras dele causam.

-Na verdade,é muito tarde para declarações.-Um meio sorriso esboça seus lábios atraentes.

-O que isso significa?-Pergunto descendo as mãos para segurar as suas.-Eu sinto que me torno uma tola perto de você,sem saber o peso e real significado das suas palavras.

-Significam algo que eu já disse:eu pertenço a você.-Seus lábios roçam nos meus.Por puro instinto e desejo abro minha boca,ávida para beijá-lo e assim ele o faz,tomando meus lábios com suavidade.-Para sempre.-Ele sussurra depois de eu recuperar o fôlego,para tomar meus lábios com possessividade em seguida.

Meu pulso arde trazendo a tona sentimentos como amor e dor.Eu entendo que uma tristeza imensa está infligido o Chaz,o dominando a semanas,mas precisamente desde que o Antonie deu as caras.O vampiro vem tomando decisões das quais não sei ainda,agindo estranho algumas vezes e me demonstrando uma parte vulnerável e doce escondida dentro dele,aceitando minhas ideias mundanas e carinhos, beijando meu corpo ou segurando minha mão a qualquer momento,mas sempre fazendo eu me sentir amada.

Imperatriz em AscençãoWhere stories live. Discover now