Vinte e Cinco

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"A amizade é um amor que nunca morre."-Mario Quintana

-Mostrem sua arte.-O professor de arte pediu.-Esses muros são a liberdade da sua criatividade.

-Por quê eu acho que isso não vai dar certo?-Pergunto para a Rosa.

-Porquê não vai.-Ela respondeu.

Os muros brancos da quadra de basquete foram cedidos para que fizéssemos o desenho que nos desse na telha,mas o professor deixou claro que não poderia ser nada obsceno.O problema para mim nem é esse e sim permitir que alunos de mentes férteis tenham tintas e pincéis em mão, pela expressão de alguns ideias diabólicas surgem em suas mentes assim como na minha.

-Comecem o trabalho.-O professor pede.

Mergulho o pincel na tinta vermelha e faço provavelmente o primeiro desejo que aprendi,um coração.E depois uma flor preta repleta de pétalas.Passo o pincel pelo muro desenhado lábios finos e rosados,duas presas e sangue escorrendo.

-Olha os desejos sendo expostos.-A boca do Luih está próxima do meu ouvido.

-Se você experimentar vai saber o quão bom é.-Viro o rosto para encarar seus olhos que não estão magoados como pensei.

-Eu dispenso essa experiência.-O pincel amarelo desliza pelo meu nariz.

-É guerra?-Questiono com um sorriso pintando o braço dele de vermelho.

-Os dois!Parem já!-O professor grita.

Tarde demais.Os alunos passam a pintar o rosto um do outro, colorindo o chão e deixando respingos na parede branca tornando-a uma obra de arte assim como nós.

-Eu mandei parar!-O professor grita jogando os braços para cima.

O rosto da Rosa ganha uma tonalidade azul escuro quando passo o pincel e o meu uma cor verde,tudo misturado a risos e gritos do professor.

-Vem aqui,vou te deixar amarelo.-Ando atrás do Luih.

-Se você conseguir me pegar.-Ele ri correndo.

Corro atrás dele rindo tanto,que a sensação de alegria preencheu cada pequena parte do corpo e me deixou ver a bela vida que eu tenho.

Sou atingida por tinta azul, manchando da saia para baixo, mas a blusa branca está salpicada de cores.Sinto algo gelado descer pelas costas e tinta preta manchar o chão.

-Mais o que é isso?Parem já!-Ouço a voz da Melinda quando o pincel desliza pelos lábios do Luih.

Me viro para a diretora com um sorriso largo nos lábios e batidas descontroladas sem me importar com o castigo que vem pela frente.

-Não me importa quem começou, a única coisa que sei é que todos vão pagar.-A voz da Melinda é dura.-Todo o segundo B irá para a detenção no sábado,quem resolver dar uma de engraçadinho vai passar dois sábados.

-Melinda!-Alguém reclama.

-Ainda estou sendo boa em dar só um sábado de detenção e não me irritem mais essa semana.-Melinda diz.-O castigo está dado.

Alguns alunos reclamam do que receberam enquanto outros argumentam que a culpa foi totalmente nossa e estávamos cientes do que fazíamos.

-Ah,eu não me arrependo.-Dou de ombros.-Foi divertido.

-Nem me fale.-Rosa ri.

-Já posso até ver como a detenção vai ser engraçada.-Gabriel Akinn diz pondo a mão na barriga de tanto rir.

-Acho que vamos ganhar mais um sábado de detenção ou perder o domingo.-Rosa diz.

-Quem se importa?-Jane passa os braços pintados ao redor do corpo dela e do Akinn.

Imperatriz em AscençãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora