E se... o paraíso fosse só nosso dessa vez?

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A última reunião do dia estava chegando ao fim na Editora Prado Monteiro. Marcos terminava de acertar alguns detalhes para o lançamento do livro de Alice, filha de sua namorada. Na mesa também estavam Vera, Nana, Mário, Gláucia, as editoras Thaissa e Evelyn e, para o agrado de todos, seu Alberto Prado Monteiro, o dono da Editora que, mesmo já bastante debilitado, fizera questão de estar presente para contribuir com os toques finais de um momento tão especial para a Editora e para a vida de sua funcionária, amiga, quase nora e filha do coração: Paloma. O clima era de empolgação, mas também de certo cansaço pelas horas de trabalho empenhadas no projeto.

– Com licença... – as cabeças presentes no recinto se voltam para o som daquela voz, seguida de três batidinhas na porta que já estava aberta. – Queria saber se é daqui que vai sair o livro de uma escritora linda lá de Bonsucesso... É minha filha, viu?

– Oi, meu amor! – Marcos se levanta imediatamente para cumprimentar sua namorada com um selinho, enquanto os demais sorriem e acenam com a cabeça.

– Seja bem-vinda, Paloma! – Seu Alberto lhe transmite um largo sorriso de satisfação por vê-la ali. Era um sábado e ele lhe dera folga da mansão, já que pretendia passar o dia na Editora.

– Ó, Paloma, nós já terminamos aqui, – Nana emendou enquanto se levantava – mas você pode ficar à vontade, viu? – Nana se volta para o pai: – Eu já tô indo pra casa, pai. O senhor não quer uma carona? Você vem também, amor? – Ela pergunta para Mário que, rapidamente, se levanta e se coloca ao lado da namorada.

– Ah, eu aceito, minha filha. – assente o pai de Marcos e Nana. – Estou morrendo de cansaço... Vocês me dão licença?

Os funcionários se levantam e abrem passagem para o empresário.

– Você chegando e eu saindo, Paloma. Não se ofenda, por favor!

– Quê isso, seu Alberto! Eu já tô saindo também... Só vim aqui ver uma coisinha com o Marcos. Bom final de semana pro senhor, viu? – E cumprimenta o patrão, fazendo o mesmo com sua cunhada e com Mário.

– Meu amor, que surpresa boa te ver aqui! Aconteceu alguma coisa? – Marcos quis saber, assim que o pai, a irmã e o cunhado desapareceram após a porta.

Paloma olha ao redor, avaliando os olhares da pequena plateia silenciosa que ainda estava na sala de reuniões.

– Então, né, gente? – Thaissa se levanta – A gente ficou de arrumar aquela estante lá atrás, né? Vamo nessa?

Os demais concordam e aproveitam para deixar os dois a sós, cada um saindo e cumprimentando Paloma ao passar. Marcos espera em silêncio, o sorriso de expectativa no rosto.

Paloma desliza para as costas do namorado, envolvendo sua cintura e falando baixinho:

– Eu sei que esse menino perdido aqui já cresceu... Mas... será que ele ainda sabe o caminho da Terra do Nunca?

Marcos lhe puxa novamente para que possam ficar de frente um para o outro. Seu sorriso ainda era confuso, porém mais divertido que antes. Paloma continua:

– Eu acho que depois de tanta confusão, a gente merece um finalzinho de semana no paraíso, cê num acha, não? E eu tava aqui pensando que faz tempo que eu quero continuar o que a gente mal começou naquela noite de karaokê...

O sorriso de Marcos é radiante. Ele abraça a namorada e a ergue levemente do chão.

– Não tô acreditando nisso, isso é sério? E as crianças?

– Tá tudo resolvido já. O Ramon e a Francisca vão passar o fim de semana numa fazenda aqui perto e os meninos vão junto... A dona Teresinha vai ficar de olho em casa pra mim. Isso eu não precisava nem pedir, né? – Eles riem em sincronia. – E eu... – ela se afasta um pouco dele e aponta para si mesma e para a bolsa volumosa que só então Marcos percebeu que ela carregava – Eu tô todinha aqui pra você, meu Peter Pan da praia!

TERRA DO NUNCA MALOMAOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz