E se... tivesse sabor de para sempre?

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– Calma, só mais um pouquinho! Já tô quase terminando.

Paloma estava de costas, virada para a porta trancada, usando suas mãos para cobrir os olhos, enquanto Marcos finalizava alguns detalhes da surpresa que ele havia planejado para sua amada. Ele passara o dia preparando tudo enquanto ela estava no trabalho, na mansão de seu pai. Desfrutar de uma noite inteira a sós com sua namorada exigia certas "articulações", como encontrar alguém para ficar com as crianças e se certificar de que tudo estaria bem – e que não seriam interrompidos! – enquanto ela estivesse fora. Dessa vez ninguém ligaria, ninguém reclamaria a presença daquela mulher. Não nesta noite. Hoje, ela seria inteiramente do Marcos. Em muitos sentidos possíveis.

– Ainda não, Marcos? Tá demorando demais, homem de Deus! Não tô me aguentando mais de curiosi... AH! – Paloma se assusta com as mãos firmes de seu namorado de repente lhe envolvendo a cintura.

– Pode abrir os olhos, meu amor. – Ele sussurra em seu ouvido, causando alguns arrepios. Nos dois. Ela se volta para ele, beija-lhe de leve os lábios e depois olha ao redor.

A iluminação do loft estava baixa, algumas velas espalhadas pelo chão. Um tapete, algumas cestas, umas caixinhas de papelão...

– Hummm, entendi. Vai continuar a brincadeirinha dos sabores que a gente interrompeu outro dia? – Ela sorria com certa malícia enquanto falava, lembrando da delícia que fora aquela noite e no que poderia ter se tornado se não tivessem lhe telefonado para, como sempre, resolver os problemas da família. Paloma sorriu com a lembrança.

– Mais ou menos. Agora a brincadeira vai ser um pouquinho mais séria...

– Ui... – Brincou ela, apontando para o próprio braço. – Fiquei até arrepiada, ó.

– Vem...

Ambos se sentaram no tapete sob o chão.

– Ué, não vai me vendar?

– Vou confiar que você não vai abrir os olhos quando não deve, tá?

– Sim senhor... É pra fechar agora?

– Sim. – Ele esperou um pouco e pegou um pequeno pote. Usou uma colherzinha para pegar um pouco do que tinha dentro e, em seguida, aproximou da boca da amada. – Abre a boca... Isso, assim.

– Hummm... Doce de leite! Essa foi fácil, manda outra.

– Calma! Abre os olhos.

Ao fazer isso, Paloma vislumbrou um Marcos divertido e ao mesmo tempo sedutor, extremamente quente, e... misterioso. Foi preciso muito autocontrole para não parar a brincadeira logo na primeira etapa e beijar cada parte daquele homem.

– ...entendeu como é?

– Hã?

– Amor, você não está me ouvindo! Vou ter que explicar de novo.

– Se organiza, Paloma... – Disse ela a si mesma, rindo do quanto ficou absorta admirando seu Peter Pan.

– Eu tenho duas caixinhas aqui. Uma com recompensas e outra com consequências. Se você acertar o sabor, tira um papelzinho daqui e descobre que recompensa vai receber de mim. Se errar, tira um papelzinho dessa outra caixa aqui e lê algo que você vai ter que fazer... Preparada?

Ela sorriu e fez que sim com a cabeça. Ele espelhou o sorriso e estendeu a caixinha com recompensas para que ela tirasse o primeiro papelzinho. Ela tirou um e leu em um tom de voz suficiente para que os dois pudessem ouvir:

– "Você vai receber uma pequena massagem no pescoço". Eita que eu já gostei dessa brincadeira, viu? – Ela afastou os cabelos loiros para a frente e inclinou um pouco a cabeça para o lado, convidando. – Anda, vem entregar meu prêmio.

TERRA DO NUNCA MALOMAWhere stories live. Discover now