O choque de Dimitri

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Ele ficava ali, para me lembrar que eu não estava completo, que minha companheira tinha o poder de me libertar e também para me esfregar na cara as malditas regras do livro, pois somente se ela quisesse...

Pai eterno, isso acabaria um dia?

Me joguei na cama, ainda ruminando um motivo viável para Jena estar tão arisca.

— Dimitri.

Dianinha apontou sua bela cabeça na porta, sorriu lindamente e lhe lancei um olhar chateado para lembrá-la de sua ajuda medíocre.

Ao ver minha cara seu sorriso sumiu, enrugou o nariz mostrando irritação.

— Vai me deixar entrar ou vai ficar me olhando como quisesse torcer meu pescoço?

— Vai entrar ou ficar parada feito estátua na porta?

Mantendo a cara emburrada ela fechou a porta, seu pulo na cama quase fez meu coração parar e não porque eu estava virando caçador, mas de susto.

Quando o colchão balançou cheguei a imaginar um bebê saltando de dentro de seu vestido e caindo no chão.

Está tudo bem? — Nicolae perguntou em minha mente e gelei, não queria assustá-lo, mas minha mente fértil não ajudava muito.

— Não é nada. Pode falar para Diana andar mais devagar e não fazer movimentos bruscos?

É uma gravidez, não uma doença terminal. — Rael ralhou e mordisquei o lábio inferior. Essa conversa estava envolvendo irmãos demais, e eu não queria lembrar a Rael o que tinha acontecido na primeira gestação de Diana, então fechei a mente o melhor que pude para os dois e foquei em minha irmãzinha que mantinha os olhos esticados em mim, ávida por saber como tinha sido meu encontro com Jena.

A olhei de torto. — Por sua culpa ela me tacou uma bofetada.

Diana levou a mão a boca fingindo surpresa, mas seus olhos brilharam de diversão e cheguei até a captar um brilho extra de triunfo.

Cerrei os olhos. — Esse olhar é de maldade... Está torcendo por Jena, não é?

Diana riu, deitou de costas na cama e encarou o teto, me olhou de canto e assentiu de forma travessa.

Deitei ao lado dela completamente esquecido da raiva, pois era divertido ver a carinha alegre de Diana. — Quer me ver apanhar da loba?

— Quero. — Ela riu e me apoiei nos cotovelos só para encará-la oferecendo meu olhar mais indignado. Escondendo a diversão que sentia ao vê-la tão tranquila, completamente alheia a todas as merdas que estava acontecendo e que eu não podia contar para preservá-la de se preocupar.

— Não acredito.

Ela deu de ombros sem mostrar nenhum remorso. — Só digo verdades.

— Falei aquelas coisas que me mandou decorar.

Os olhos dela brilharam de contentamento. — E o que ela disse?

Sem me oferecer tempo para contar, ela insistiu, seus olhos agora famigerados de curiosidade.

— Me conta! O que ela falou? Qual foi a reação dela?

Neguei solenemente, barganhar era meu único trunfo para arrancar algo dela. — Primeiro quero saber o porquê. Senão não conto nada.

Dianinha me ofereceu um olhar astuto e cruzou os braços, típico de quando ficava irritada. — Você que sabe, então não te ajudo mais.

A sondei esperançoso de ver um sorriso, uma denúncia de que estivesse brincando, mas ela falava sério. Não dava para ganhar de Diana quando ela ficava assim, era uma batalha perdida, eu sabia porque fui eu que a mimei desse jeito. Então só me restava uma jogada suja, mostrar insegurança, porque Diana tinha o coração mole quando via fraqueza em seus príncipes.

Tratado dos Párias - Supremo Alfa.Where stories live. Discover now