Capítulo 6

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Domingo, 10 de março de 2030.

     Jaehyun, Yangyang, Sicheng e Mark haviam saído para conversar fora da escola na tarde daquele dia. Foram numa cafeteria simples e muito bonita e organizada, numa rua pouco movimentada de Seoul. Jaehyun aproveitou para contar o que vira dois dias atrás.

- Por que o Taeyong não veio? - Jae perguntou.
- Ficou estudando em casa. Vai começar as provas do primeiro trimestre e ele está morrendo de medo de perder a bolsa. - Sicheng respondeu. Era o mais próximo do bolsista entre os meninos.
- Quando ele entrou na escola?
- Ano passado no primeiro. Ganhou a Future de rap do meio de 2029 e conseguiu a bolsa para o resto dos anos do ensino médio. Entrei na mesma época. Afinal, Jaehyun, porque você entrou só esse ano?
- Ah... Não estava me sentindo bem na outra escola. Era uma escola comum. - E nesse momento passara todas as coisas que aconteceram no ano passado na cabeça dele, mas não se sentia pronto para contar-lhes.
- E... como foi ver o androide? - Mark respondeu, mesmo com um certo medo de saber.

E após contar, não era possível descrever o sentimento de cada um. Uma grande nuvem de interrogação tomava conta dos alunos de artes, como era possível um androide agir dessa forma sem nem mesmo estar pronto?

- Será que ele já tinha visto algum aluno? - Yangyang perguntou.
- Eu não sei nem se ele já viu alguém, quando eu vi não tinha nada.
- Já. No anúncio dele era só um desenho computado. Mas já foram feitos testes. Acho que eles ainda vão trocar umas peças. As vezes tem uma pequena vantagem de ser o filho dos criadores do Jungwoo. - Mark soltou um leve sorriso, sorriso que dava leve alívio aos meninos, preocupados com toda essa questão.

- Bom, como estão indo as aulas extras de vocês? Já escolheram música?
- Eu já escolhi. - Yangyang, Sicheng e Jaehyun responderam diante da pergunta de Mark.
- E você Min? - Sicheng perguntou, interessado.
- Meus pais não me deixaram participar esse ano, por causa de toda a questão do robô e da briga em casa. Não faz sentido, afinal eu ia ganhar uma bolsa mais barata do que o que eu já pago. - riu. - Mesmo assim estou fazendo as aulas extras, lembra na sexta? Ten se ofereceu pra me ajudar a melhorar.
- O Jungwoo vai participar?
- Só Deus sabe. Nem meus pais. Mas, se participar, vai dar no mesmo que os androides das outras categorias. A gente nunca nem viu o men- androide dançando.
Jaehyun riu diante do erro do mais novo.
- É estranho, né? Ele é tão real que nem parece uma máquina. Ninguém o trata como uma máquina.
- A verdade é que todo mundo tem medo de tratar androides como humanos. Mas eles estão cada vez mais perto de nós. Talvez até melhores que nós.- Yangyang comentou, dando impressão de que começara a criar uma opinião bem diferente do que pensava anteriormente sobre essa "nova espécie".
Jaehyun e Sicheng se entreolharam, querendo discordar do menino.
- O que acham de passar em casa? Moro aqui perto, podemos ver algum filme e conversar mais - Sicheng sugeriu.

E afinal foram todos para casa do chinês, onde foram muito bem recebidos por sua irmã mais velha, que cuidava do menino na Coréia do Sul, já que seus pais estavam na China. Realmente colocaram um filme para assistir, mas nem prestaram muita atenção: havia tantos assuntos para colocar em dia. Taeyong apareceu mais tarde lá depois de ter estudado.

Jaehyun finalmente se sentira confortável na frente de 4 amigos que havia feito na escola nova, depois de anos sem conseguir sequer fazer contato visual com os alunos da escola antiga. Foi muito bem recepcionado e sentia que poderia confiar neles sempre que precisava. E os meninos deixaram isso bem claro. Jaehyun era um menino com o coração de ouro, inteligente, talentoso, mas nunca teve a chance de mostrar ao mundo: seus familiares e falsos amigos faziam questão de fechá-lo.
E diante de um momento confortável entre os amigos, resolveu contá-los sobre seu androide.
- Jae, sabe que pode contar com a gente, certo? Esse tipo de coisa anda acontecendo tanto que é impossível deixar para nós mesmos. Sinto muito. - Taeyong, um menino sempre gentil e amoroso, aquecia o coração do menino que não conseguiu conter as lágrimas. Homem também chora e pode chorar, certo?

Love (Ro)bot (Jaewoo) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora