Capítulo 4

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Terça-feira, 12 de fevereiro de 2030.

     — Quê? Como assim você perguntou pro professor onde são feitos os androides? — Mark perguntou.
     — Calma! Eu estava curioso. Queria ver o que eles tanto aprontam nessa escola. Sei lá! — Jaehyun tentou se explicar.
     — Jaehyun, querendo ou não, você não vai conseguir entrar. Das 3 alas, a ala B é a única fechada pra estudantes. E não nos interessa nenhum tipo de magia negra que eles realizam naquele lugar. — Sicheng tagarelou.
     — Não é magia negra, acho que deveria saber que é a mesma tecnologia que fez sua perna — Taeyong retrucou para o chinês.
     — É, e a mesma que tirou a minha perna verdadeira de mim. — Taeyong não respondeu, em prol de não gerar um clima tão pesado. Os amigos se entreolharam.
     — Enfim, enfim. Eu não sabia que era fechada. Era só curiosidade.
     Um silêncio constrangedor tomou conta do local. Até que Taeyong resolveu quebrar o silêncio com uma resposta certamente inesperada:
     — Eu te ajudo a invadir. Depois das aulas, fica tudo vazio. Você consegue pelo menos ficar alguns minutos lá.
     — Ah não, agora foi ele quem enloqueceu. Você é bolsista Tae, se te encontrarem lá vai perder a bolsa, eles não vão nem pensar duas vezes! — Sicheng não sabia mais como lidar com a ideia idiota.
      — Tem razão. Então eu vou com ele. Não tenho nada a perder, já perdi meus pais por um robô — Mark se ofereceu.
      — Então está bem. Mark me leva até a ala B no final das classes de hoje.
      — Não, não, não. — impediu Yangyang, que não tinha dito nada até aquela hora. — O androide ainda não está pronto. Se te encontrarem, as chances de acharem que você tentou o destruir antes mesmo de pronto, ou tentou comprometer algo de seu projeto, são gigantescas. Espera o anúncio oficial. Sim, pode demorar umas semanas aí, mas só para nos garantirmos.
     E assim o fizeram.

     Quebra de tempo: Sexta-feira, 8 de março de 2030. [nenhuma informação relevante desse tempo, além de Mark voltar para casa, mas suas relações com os pais estavam vetadas].

     — Finalmente! O tal Jungwoo ficou pronto. E pelo menos o anúncio demorou bem menos do aquela palestra do projeto do protótipo. — Sicheng comentou durante a primeira aula do período da tarde.
     — E é hoje mesmo que vai rolar a invasão? Precisamos contatar Mark depois. — constatou Taeyong. Jaehyun sorriu para eles, com um ar debochado. Não sabia o que esperar da sala, mas sabia que ia ser interessante.

     E assim, no final da aula extra de Mark, aula que Jaehyun não tinha de sexta, os dois foram em direção à ala B, perto da sala dos funcionários. Obrigado, Ten.
     — Espera, tá trancada! como a gente vai entrar? - perguntou Jaehyun.
     — Jaehyun, eu sabia que ia estar trancada. Então, antes de vir, peguei a chave no quarto dos meus pais. Ouvir a conversa deles sobre o androide esses dias valeu a pena. Ela inclusive, com toque, desativa os alarmes. — Mark sorriu e deu-lhe a chave.
     — Você é um gênio.
     — E-eu não vou continuar daqui. Vou esperar. Não tenho coragem de vê-lo. — Mark avisou.
      Jaehyun deu um abraço no mais novo, que se sentiu confortado, e desceu uma pequena escada com dois lances de degrau que levava à parte de desenvolvimento tecnológico.

     O menino se deparou com uma gigantesca porta de vidro, fechada com dois cadeados digitais e outras senhas com tecnologia de ponta. Atrás da porta, era possível observar máquinas ligadas que não paravam de trabalhar, peças emitindo luz e pedaços de sucata de androide, rodeados de ferramentas. Uma luz baixa, como uma de emergência, iluminava o local pelo menos o mínimo. Mas telões de alta resolução estavam ligados e apresentavam o modelo A4900C de robô, o mais novo da linha Art Factory, produto cem por cento coreano.

      E lá estava ele. O androide. Desativado, mas de pé devido à sua estrutura. Encostado na porta de vidro à extrema esquerda. "Capricharam na estética desse meni- androide. Pelo menos é bonito. Pera, o que eu estou dizendo??" comentou para si. Se aproximou.
"Kim... Jungwoo?" Recitou, lendo em seu uniforme.

     De repente, uma led colada na direita da cabeça do androide ligou, e trocou de cor três vezes em menos de dez segundos: vermelha, amarela e verde, quando se estabilizou. Jae não sabia que poderia ativar o androide por dizer seu nome, na verdade, nem era sua intenção ligar a máquina.
"que... porra... é essa."

      "Olá? Alguém está aí? Não consigo identificar nada. É alguém não registrado? Olá?" Dizia o robô, confuso, não como qualquer robô que simplesmente solta uma frase programada quando é desativado, como "Olá, sou o modelo A4900C da Art Factory, Kim Jungwoo. Em que posso ajudar?" ou algo assim.
      Jaehyun também reparou que seus olhos não tinham sido colocados ainda, provavelmente havia dado algum problema. Por isso, Jungwoo tinha um sensor que identificava pessoas registradas, que era quem frequentemente visitava a área.
     "O que é você???" Jaehyun disse, perplexo, encostado na porta de vidro.
     A pequena led em sua testa ficou vermelha novamente diante a pergunta do humano. Expressões de angústia eram verificadas no rosto tão real de Jungwoo.

     E segundos depois, o androide desligou. Sua bateria, ainda em fase de testes, havia descarregado.
Foram pouquíssimos momentos de interação, mas o que Jaehyun vira naquela sala não sairia de sua cabeça por dias. Já lidara tanto com androides, mas aquele protótipo dançarino era ainda uma experiência misteriosa, não saberia o que esperar.

     E, subindo a escada novamente, Jaehyun começou a remoer o que aconteceu naquele dia.....



~oi :) escritora aqui

então, eu sei que esse capítulo pareceu bem ridículo até porque ninguém invade a ala de uma escola só com una chave já que antes você é questionado e parado por 82628272 seguranças

mas essa invasão teve que acontecer pra continuação da história. ah, e obrigada você que leu até aqui :)

Love (Ro)bot (Jaewoo) Where stories live. Discover now