Don't Leave Me - Imagine Park Jimin

Um dia ensolarado

S/N pov.

- P..porque p..p..porque eu - suas mãos mexiam freneticamente agora, tentando encontrar algum argumento válido

- Porque você nunca acreditou no que eu disse e precisava tirar a prova real? - falo seria sem me importar com seu comportamento

- S/N, por favor eu ja disse que vacilei muitas vezes e essa foi uma delas! Eu não precisei de teste algum para sentir que ele era meu filho, foi como uma conexão!

- E só agora você percebeu isso? - ele assente - bom... independente do que você fez ou deixou de fazer, quero que saiba que independente das nossas diferenças e brigas sem fim, meu filho gostava muito de você e espero que tenha um pingo de bom senso e não abra o teste de DNA!

- Porque não? - ele pergunta sem entender

- Você disse que sentiu uma conexão com ele, e teve a cara de pau de fazer isso pelas minhas costas! E se não quiser levar um processo por conta disso, sugiro que não o abra - falo com a paciência interior que me restava, enquanto Jimin apenas se preparava para sair da sala, como sempre fazendo aquilo que era mais fácil, fugir.

- Eu não vou abrir - ele diz antes de colocar o pé para fora - Minseok é meu filho independente de tudo, eu peço desculpas por ter feito essa besteira de teste e .. eu ainda te amo - Sem mais palavras ele saiu da sala, me deixando sozinha novamente com os pensamentos que vagavam entre tudo o que aconteceu.

3 dias depois

Era inacreditável ver Minseok dentro daquele caixão, uma sensação horrível me consumia enquanto as pessoas chegavam para me dar os pêsames, eu iria desabar a qualquer momento. Em silêncio as pessoas faziam suas orações e deixavam bilhetes no mural desejando forças a família e etc.

Mas nada foi pior do que quando eu vi a imagem de Park Jimin entrando pela porta, de óculos escuros e face mais esbranquiçada que o normal. Ainda não tinha caído a ficha de que ele veio de Seul para Busan para se despedir de seu filho.

- Posso me sentar? - ele aponta para o lugar ao meu lado, eu acenei com a cabeça fazendo o loiro retirar os óculos e observar a criança rodeada de coroas de flores - meus pêsames - ele diz baixinho para mim, fazendo com que eu entrelaçasse nossas mãos para dividir essa carga pesada que ambos sentiam.

De cabeça baixa as pessoas iam e vinham, até mesmo Namjoon o primeiro médio de Min foi despedir-se, e pude notar o quanto estava emocionado ao ver o garotinho que ele tanto brincou, ali sem vida. O Kim foi me receber com um abraço apertado, desejando forças e assim que viu Jimin ali do meu lado levou um susto por ver o amigo ali.

Logo o pequeno salão foi se enchendo de pessoas que se amontoavam para ver Minseok e fazer uma oração, fazendo com que eu tivesse que sair para fora por conta do tanto de pessoas. Jimin me seguiu em silêncio, mas obviamente não soltou minha mão nenhum instante, isso era bom querendo ou não ele também era pai.

Era estranho pensar que a morte do nosso próprio filho nos "uniria", afinal em que mundo eu imaginaria que quem cuidaria da doença do meu fosse Park Jimin? E com esses pensamentos fui tirada dos meus devaneios com o loiro de chamando.

- S/N, estão nos chamando para entrar - Olho para Jimin, sabendo que o tempo para se despedir de Minseok estava acabando. Sem mais delongas entramos em meio às pessoas e nos colocamos ao lado do caixão, junto a Jin, Taehyung e meus pais.

- Peço um minuto da sua atenção para desejar que este que  pequeno possa ir em paz, e desejar todas as forças aos pais, avós e amigos que estão aqui presentes - o celebrante fala, como uma despedida a Minseok - para quem não tem religião peço sua colaboração para um minuto de silêncio, e os demais para rezarem de acordo com suas crenças. O pequeno Minseok se foi cedo mas deixará muitas saudades, um verdadeiro menino de ouro!

O salão ficou em silêncio, podendo ouviu as respirações pesadas e os soluços vindo de muitas pessoas que conheciam meu filho tão bem. Eu apertava a mão de Jimin com força, sem ter a coragem de olhar para meu pequeno ali deitado, era como um pesadelo. Com o tempo o pessoal começou a se encaminhar para fora do salão, indo em direção ao cemitério para o enterro.

- Os pais querem um momento a sós? - o celebrante pergunta se referindo a mim e Park, que assentimos.

Toque novamente no rostinho pálido e gélido de Min, como eu ia sentir saudades de tudo o que vivemos, das nossas aventuras na madrugada, dos desenhos animados de manhã, das gargalhadas gostosas que ele deu até seu último dia na Terra. Eu queria apenas mais cinco minutos para falar para o pequeno o quanto eu o amava.

- Vai em paz meu anjinho, eu te amo muito! Você sempre vai ser.. - soluço novamente sentindo as lágrimas me tomarem - o presente mais especial e precioso que já ganhei na vida!

- Ei amigão - escuto a voz baixinha de Jimin - meu filho, eu sei o quanto você é especial e nesse pequeno tempo que passamos juntos percebi o quanto eu perdi por não ficar ao seu lado! Eu espero que um dia possa me perdoar, sabia que eu te amo! - ele beija a testinha de Minseok e começa a chorar novamente.

Com o caixão fechado, nos dirigimos até o cemitério onde a luz do sol estava em seu pico, era inacreditável a coincidência disso. Meu filho amava o sol porque dizia que dias ensolarados eram bons para comer sorvete com o Tio Jin e o Tio Tae, e nadar na piscina.

Pessoas jogavam flores coloridas para dentro do túmulo de Minseok, me explicaram que assim ele ficará longe de maus espíritos. Mas eu ainda não conseguia acreditar, que meu pequeno estava enterrado em meio aquele concreto, Taehyung desatava a chorar enquanto segurava uma flor amarela para enfeitar o túmulo de Min, Jin tentava esconder através dos óculos os olhos inchados e a face cansada, meus pais se encontravam mais distantes mas não estavam muito longe de se encontrar igual a Kim, e eu apenas olhava a fotinha do pequeno com a data de nascimento e morte.

O cemitério foi esvaziando, e as flores aumentaram no túmulo de Min, mas eu ainda continuava lá tentando assimilar se aquilo era real. Foi só então que me dei conta de Jimin ainda ao meu lado, observando o túmulo em silêncio.

Meu filho amava dias ensolarados, ele nasceu em um desses e se foi também.