Babictor- Uma história de amor escondida por trás das câmeras

Episódio 88- Verdades que nunca foram ditas

EP 88

2 SEMANAS DEPOIS......

Acordo com o barulho do despertador. O Will está dormindo no quarto do lado. Olho para a mesa e respiro fundo quando eu vejo que só conseguimos montar metade daqueles papelzinhos minúsculos até agora.
Fico triste em saber que essa foi a única pista que achamos... Se não conseguirmos descobrir o que tem aí, vou ter que aturar o Bruno pelo resto da minha vida.
Faz duas semanas que eu não vejo o Coringa, que eu estou com uma PUTA saudade. Com uma dor no peito que eu não sei explicar.
Preciso ir ver ele HOJE. Nem que seja a última coisa que eu faça. Vou falar com o Will, preciso da ajuda dele.

Saio do meu quarto e bato na porta do quarto em que o Will está ficando.
Ele não me responde. Então chego a conclusão de que ele ainda deve estar dormindo.
Abro a porta devagarinho e sento na beirada da cama:

-Ei? Will! -chamo ele.

Ele se remexe na cama, mas não chega a abrir os olhos.

-Ei, acorda! Vamos tomar café. -não ia já chegar pedindo favores e falando de Victor para ele.

Ele abre os olhos e diz:
-São que horas?

-09h00.- respondo.

-Ah, okay. Já estou descendo para tomar café então. Vou só me arrumar e escovar os dentes. -ele diz e eu preferi não insistir.

-Ok. Estou te esperando lá em baixo então. -disse saindo do quarto.

Desço e vejo que minha mãe já colocou a mesa, e já deixou o café pronto.
Procuro ela pela casa, mas não a encontro.
Quando volto para cozinha novamente, vejo que ela deixou um bilhete na geladeira:
"Filha, tive que sair mais cedo hoje para o trabalho. Deixei o café pronto para você e para o Will. Tem geleia de morango e requeijão na geladeira. Beijos! Amo você"

-Minha mãe é uma deusa. - penso comigo mesma.

Já que estava tudo pronto, espero o Will descer e enquanto isso vou rolando o feed do insta.

-Oi, bom dia de novo. -ele disse rindo, passando a mão nos cabelos, depois de alguns minutos.

-Bom dia novamente galã de Hollywood! -disse brincando por que ele vive passando a mão naquele cabelo.

-Aiai -ele diz rindo.

-O que tem de bom aí hoje?? - ele pergunta olhando em direção a mesa.

-Olha aí. -respondo ele

-Nossa grossa, pra que tanta ignorância assim logo de manhã? - ele diz rindo

-É por que eu te amo, você sabe né? - respondi mandando beijinho para ele.

-Sei, eu também amo você. -ele diz repetindo o mesmo gesto que o meu.

Enquanto ele passava a geleia de morango no pão, eu fiquei pensando sobre tudo o que aconteceu entre a gente. Todas essas vezes em que meio que "rolou" um clima entre a gente... A gente tá praticamente que amigos íntimos, dormindo na mesma casa, sabendo coisas um do outro, abraçando, etc. E eu reúno toda a coragem que eu estava juntando esse tempo todo e pergunto para ele:

-Will, o que tá acontecendo entre a gente? -pergunto com muita dúvida. O pior é que eu não espero nenhuma resposta dele. Se ele falar que tá acontecendo algo, eu não vou saber como reagir. E se ele falar que não está acontecendo algo eu também não vou saber reagir. Ele é muito misterioso.

-Como assim? - ele pergunta e eu respiro fundo. Sério que eu vou ter que repetir tudo de novo ?

-Tipo, sei lá, você acha que tá rolando um clima? -pergunto e sinto minha bochecha corar. O que será que ele deve estar pensando de mim neste exato momento?

-Ue, porque você acha isso? - ele pergunta e a reação dele me assusta. Ele não demonstrou nada. Não ficou tímido, e não tá passando a mão no cabelo toda hora... Ele não está nervoso, isso eu posso ter certeza.

-O jeito que você sempre tá disponível para mim, o jeito que você é carinhoso, que a gente conversa, enfim... -disse me arrependendo logo em seguida por tudo que eu falei. POR QUE CARALHOS EU FUI DECIDIR FALAR ISSO COM ELE AGORA? Só pensei em enfiar um pedaço de pão na boca e mastigar beeem devagar até eu pensar em uma resposta decente.

-Babi, eu gosto de homem. -ele disse rindo para mim, e eu sinto o pão que eu acabei de mastigar embrulhar no meu estômago. Mas eu consigo me controlar para não colocar tudo para fora.

-Ahn? Sério? - pergunto. Eu senti um alívio enorme, mas ao mesmo tempo me sentia uma completa idiota por achar que estava rolando algo entre a gente.

-Sim, é sério. -ele disse rindo, e mastigando o pão com geleia de morango.

-Cara, desculpa. Eu achei que estivesse rolando algo entre a gente esse tempo todo e não tinha coragem de falar com você, e você nunca deu nenhum sinal. - tento me explicar.

-Tá tudo bem. Mas que ideia de girico hein? Se eu gostasse de mulher, pode ter certeza que eu não iria aguentar esperar esse tempo todo com você. Na minha primeira oportunidade eu já teria te beijado. -ele disse e eu só queria enfiar minha cara no pote da geleia.

-bom, acho que o certo a se dizer, seria um obrigada. - disse forçando um sorriso, sentindo meu coração acelerado e minhas bochechas vermelhas.

-ei, não fica assim. Tá tudo bem entre a gente. Eu sei que você é bem tímida e sei muito bem também que não foi fácil para você ter toda essa coragem para vir me perguntar isso. Eu te entendo perfeitamente. -ele diz e me puxa para um abraço.

-Will, obrigada! -disse, olhando nos olhos dele.

-Não tem de que. -ele diz e volta a me abraçar.

-Eu te amo. -digo enquanto ainda estávamos abraçados.

-Eu te amo. -ele diz.

Depois deste momento fofo/constrangedor, eu não sabia como eu iria dar corda para o assunto do Coringa... Mas fodase, ele sempre topa tudo comigo mesmo.

-Will, preciso da sua ajuda. -disse

- Diga-me.

-O Coringa. Eu quero muito ver ele. Mas eu não posso ir lá no hospital. Quero que você vá lá por mim e tente descobrir qual é o quarto que ele tá, se o Bruno ainda está lá, qual é o estado dele. POR FAVOR.

-Tudo bem. Qual é o nome do hospital?

-Tem um cartãozinho dentro da minha bolsa, pera. -saio da cozinha e vou no meu quarto procurar o cartão dentro da minha bolsa.

-Aqui. Segue este endereço e pronto! - disse voltando pra cozinha e entregando o cartão para ele.

-Beleza. Vou lá agora então. A tarde eu tenho um compromisso. -ele diz

-hmmm compromisso é? -disse fazendo uma cara maliciosa para ele.

-é sim.- ele diz rindo entendendo o que eu quis dizer.

- para de graça, Babi. Não é nada demais!- ele diz logo em seguida se virando para a porta.