Babictor- Uma história de amor escondida por trás das câmeras

Episódio 79- A Lua tá cheia refletindo o seu rosto

EP 79

Acordo e me viro para o lado de novo para tentar dormir. Não consigo!

Fico me remexendo na cama esperando o sono vir novamente, mas nada acontece. Decido dar uma olhada no Coringa para ver como ele está, e ele estava igual a uma pedra.

Decido abrir a cortina para ver se faltava muito para amanhecer e vejo que está tudo preto lá fora. Pô, que horas devem ser? Eu cheguei aqui e já eram 00h. Deve ser no mínimo umas 4h30...

Como nem celular eu tinha para conferir que horas eram, eu decido sair andando pelo hospital. Pegar um pouco de água, ir lá fora tomar um ar, enfim...

Abro a porta do quarto evitando fazer muito barulho, por mais que as chances de o Coringa acordar fossem quase impossíveis, eu não gosto de ser muito escandalosa.

Vou andando pelo hospital vazio, congelante e sem vida até a varanda, que era muito linda por sinal.

Estava tudo tão iluminado. Dava para ver as plantas sendo iluminadas pelo brilho da lua, e as estrelas brilhando no céu. O vento gelado da madrugada batendo no meu rosto e eu apenas respiro fundo. Tento captar todo o ar que eu consigo.

Enquanto estou plena respirando, escuto um barulho de algo se mexendo e levo um susto.

-Quem tá aí? -são as únicas palavras que eu consigo dizer.

Como já era de se esperar, ninguém me responde, e eu abro a porta da varanda com a intenção de voltar para o quarto e não sair de lá até o dia amanhecer.

Porém, sou interrompida quando esbarro em alguém.

-Desculpe. -digo, me levantando rapidamente do chão, e ajudando a catar os papéis que tinham caído da mão dele.

-Tá tudo bem. – O homem com uma voz grossa que eu já conhecia me responde.

-Will? -olho na cara dele pela primeira vez.

-Bárbara? -ele pelo visto também não sabia que tinha esbarrado em mim.

-O que você está fazendo aqui? – nós dois perguntamos ao mesmo tempo e acabamos rindo da nossa situação.

-Ah, eu vim aqui tomar um pouco de ar. Minha vida tá virando de cabeça para baixo praticamente. E você? -respondo.

-Por quê? Quer conversar? Eu costumo vir aqui de madrugada, ver as estrelas, e tudo mais... -ele me responde passando a mão nos cabelos castanhos, essa mania me lembrava do Coringa.

-Ué, mas você não tem que trabalhar? -pergunto apontando para os papéis na mão dele.

-Agora não tem ninguém no hospital. Já terminei todos os meus exames diários, eu geralmente acabo essa hora, e aí eu venho para cá relaxar um pouco. -ele disse mostrando os dentes perfeitos.

-Ah, tá tudo bem então. Tem certeza que eu não vou te atrapalhar em nada?

-Relaxa, Bárbara. Eu sou todo seu a partir de agora. -ele disse brincando e eu fiquei meio sem graça, mas tudo ok.

-E então, o que que tá pegando? -ele me pergunta.

-Ah, para ser sincera nem sei por onde começar, tá foda as coisas... -disse.

E assim foi o resto da minha madrugada, ficamos conversando até o dia amanhecer.