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Cobra☀️

Acordo com uma dor de cabeça do caralho, tento me levantar mas só aí me do conta que estava acorrentado.

Olho em volta, estava em um lugar imundo, molhado, fedido, parecia até esgoto, mas sei que não era.

Ao lado estava a Luna, dormindo igual um cachorro.

O que me deixou surpreso, eu achava que era ela que tinha me sequestrado, mas ela estava nas mesmas condições que as minhas.

Um tempo depois ela acorda gemendo de dor, ou sei lá, não me importo também, não esqueci que ela me quer morto.

Luna: O que você tá fazendo aqui?- fala com a mão na cabeça, meio tonta.

Cobra: Se eu soubesse você pode ter certeza que não estava aqui sentado olhando pra essa sua cara feia.- tento quebrar a corrente, o que não dá certo.

Ela para e fica olhando tudo, assim como eu havia feito, a mesma se encolhe no chão.

Alguém abre uma portinha e joga uma marmita pequena.

Abro com muita esperança, parecia que havia horas que eu estava aqui, mas logo vejo que a comida estava estragada.

Luna: Se não vai comer me dá!- fala do outro lado.

Me estico e do a marmita pra ela, a mesma faz careta quando sente o cheiro.

Luna: Quem ta fazendo isso?- fala triste.

Cobra: Provavelmente Fumaça, ele é o único que me odeia e que tem uma ligação com você.- ela faz careta.- Foi invadir meu morro é?

Luna: Foi o que pareceu, você não viu os fogos?- fala com grosseria.

Cobra: Pelo visto não deu muito certo.- olho pra ela com ironia.

Luna: Eu ia te pegar, estava tudo perfeito.- fala com a voz trêmula.

Cobra: Eu queria viver i pà.- continuo com meu tom de ironia.

Luna: Muitas pessoas que você matou também queria isso.

Cobra: Começou.- reviro os olhos.- Quem vê pensa que você é a virgem Maria, da espaço pra santa passar.

Ela fica um tempo parada olhando pra minha cara, não podia ver muito a sua reação, estava escuro.

Luna: Vai ser difícil conviver com você.

Cobra: Que nada pô, já já aparece alguém e mata nós.- falo tranquilo e ela arregala os olhos, só vi duas bola branca.

Continuamos quietos, o clima estava estranho entre nós, achava até que ela estava dormindo.

Luna: Por qual motivo você matou ele?- fala com a voz calma.- só queria saber isso, por favor.

Eu fico em silêncio, o que acabava com nois dois.

Eu sei que se falasse ela não aguentaria, ela morreria de tanto chorar.

Mas, eu gosto de ser transparente com as pessoas, mentira não cola.

Estava em meio termo, a indecisão tomava conta de mim.

Luna: Não quer falar ok, vou ficar o resto da vida imaginando que você fez isso por ser uma pessoa ruim, má, porque é isso o que me parece.- cruza os braços e se deita no chão.

Cobra: Sua opinião sobre mim não vai me afetar em nada.- ela assentiu.

Ouvimos uns passos do outro lado da porta, uma luz se acendeu e, tanto eu quanto a Luana nos levantamos e ficamos atentos, esperando que alguém entrasse.

Mas, só ficou nisso, por alguns minutos alguns homens conversavam do outro lado, mas não dava para entender o que eles diziam.

- Se quiserem usar o banheiro da dois toque na porta.- um cara grita.

Luna: Estamos presos, a porta tá longe!- fala no mesmo tom.

- Só sinto pena.- ouço risadas do outro lado.

Fiquei com vontade de rir, mas me dei conta que também estou fudido, então fiquei na minha, na minha mente só passava o JP, ele pressentiu o mal, ele sempre sabe.

Tanto ele como minha mãe deve estar em prantos agora, acabamos de passar um perrengue com o moleque e agora sou eu.

Foda

Amor CriminosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora