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Luana 21 anos

Luana 21 anos

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Luana🌙

Acendo meu baseado e começo a tragar pra esquecer de toda essa merda.

Aí eu paro pra pensar, porra, eu sou fudida desde que nasci! Meu parto foi em uma boca, lugar sujo, cheio de noias, drogas e armas.

Quem cuidou de mim? Deus.

Com 4 anos de idade eu já me "sustentava". Todo dia no farol, faça chuva ou faça sol.

"- moço, tem um trocado pra me arrumar?", Minha mente já estava cansada de tando repetir essa frase.

Com 6 minha mãe morreu, um alívio, uma pessoa a menos pra mim cuidar, sobrou eu e meu tio.

Com 9 perdi minha virgindade, e não foi porque eu quis, fui abusada, com pouca idade meu tio teve coragem de enfiar seu pau em mim.

Com 12 já estava perdida. Não ia mais pra escola, bebia e usava drogas todos os dias, estava seguindo o caminho da minha mãe.

Então conheci um garoto, Felipe, meu primeiro amor.

Eu estava completamente apaixonada, ele me ajudou a sair daquela vida, voltei a estudar e fiz até alguns cursos, e então...

"- Luana, não sei como falar, mais o Felipe está na emergência, sem vida."

Não acreditei, ele vivia fazendo isso, sempre quando chegava lá estava ele, com algumas flores e chocolates, sempre alegrando meu dia, mas desta vez não foi assim, na mesma semana vi seu caixão entrando sete palmos abaixo da terra.

E agora estou aqui, com 21 anos, sem nada e sem ninguém.

Se algum dia eu fui feliz foi graças a ele, Felipe era minha luz, minha felicidade e a dor da sua morte permanecia em meu peito. Eu ouvia meu coração bater, e eu desejava que ele parasse, desculpa.

- Moça, quer ajuda?- um menino pequeno se sentou ao meu lado.

Luna: Cadê seus pais, eles não vão gostar de te ver aqui comigo.- olhei pra ele.

- Meu pai ta na boca.- ele abaixa a cabeça.- meu nome é João Pedro.

Luna: Que lindo.- bagunço seu cabelo.- Sou Luna.

- JP!- um homem grita.- vem aqui agora!

João: Desculpa Luna, tenho que ir!- ele sai correndo e seu pai o puxa pelos braços.

Conhecia ele, seu pai era o Cobra, dono do morro.

Termino de fumar e jogo o cigarro no chão, pisando no mesmo. Olho pra frente e sigo o caminho de casa.

Karen: Luana.- me para.- Fiquei sabendo do Felipe esses dias, sei que faz alguns meses mais eu sei que ele era importante pra você, sinto muito.

Luna: Também sinto.- continuo andando.

Karen: Se quiser conversar eu tô aqui.

Luna: Para de se fazer Karen, você nunca ligou pra mim, muito menos pro Felipe.- ela fala algo mais eu não escuto pela distância.

Karen é minha prima, nunca me deu um real pra me ajudar, ou pelo menos um abraço pra me consolar, sinceramente, tô pouco me fudendo pra ela.

Entro em casa e me viro pra fechar a porta, minha casa era bem simples sabe? Mais foi tudo com o meu suor, não tem nada de luxo, mais pra mim tem muito valor cada móvel aqui.

Vou no quarto do meu tio e vejo se ele estava lá.

Ele ainda morava aqui, mais vinha uma vez no ano ou duas, vive em bar em bar, boca em boca e fugindo de bandidos, nada mudou.

Da última vez eu expulsei ele da minha casa, ele havia trazido alguns bandidos, a polícia chegou e eu fiquei 2 meses na cadeia, por ser a dona da casa, depois disso nunca mais o vi.

Coloco uma panela no fogão e acendo o fogo, faço minha comida e depois tomo um banho e me visto.

Fiquei andando pelo morro e vi algumas pessoas irem para o baile, por que não.

Subo para o baile e o som alto me anima.

Via muitas mulheres com o shorts curto se esfregando em homens armados, enquanto eles usavam drogas e riam alto.

Mais pra frente tinha um camarote, onde os poderosos se exibiam, fui até lá e um homem me parou.

- Pode entrar aqui não gatinha.- fala com malícia me olhando.

Cobra: Deixa ela entra.- o pai do João aparece e o cara me deixa entrar.- o que foi?

Luna: Nada.- falo sem demostrar muita coisa.

Ele é um gostoso da porra, fala tu

Cobra: Que droga tu usou mina?- me puxa pelo braço e me joga no sofá.

Luna: Não encosta em mim seu filho da puta!- me levanto e encaro ele, logo em seguida recebo um tapa na cara e eu começo a rir.

Cobra: Qual o seu problema em?!- era visível ver sua raiva por não conseguir mandar em mim.

Apoiei meus braços no seu ombro e fiquei nas pontas do pé, quase ficando na sua altura, beijei seu pescoço e sorri saindo de perto dele.

Ele me olha sem entender e me puxa pela cintura, começando um beijo que envolvia malícia, desejo e milhares outras emoções, nos separamos e sorrio pra ele.

Cobra: Qual seu nome?- ele fala ainda próximo a mim.

Luna: Um bom bandido nunca revela seu nome, você deve saber disso.- brinco com ele.

Eu estava longe de ser bandida, e isso era visível, era só olhar pra mim, por isso ele gargalha da minha cara.

Nego com a cabeça e desço do camarote encarando ele, que me seguia com o olhar.

Você é o meu novo brinquedo, Cobra.

Amor CriminosoWhere stories live. Discover now