XI - A espiã que sabia demais

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Reino: AquariusCapital: SadalsudLocal: Sadalsud

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Reino: Aquarius
Capital: Sadalsud
Local: Sadalsud

O RITMO INTENSO do batuque tocado pelo Mensageiro de Güaelÿard, a Deusa da Morte dos povos do ar, que embalou a chegada da Ave Fantasma, o Transportador dos Mortos, reproduzindo O Chamado, diminuía ao mesmo tempo em que uma ave negra desaparecia feito fumaça sob o céu noturno coberto como um quadro pelo brilho difuso das cores verde, azul e roxo, enquanto carregava consigo a cesta feitade bordo das planícies, em que jazia o corpo congelado e as memórias de um homem.

Yolisa odiava funerais, mas ainda assim achava que combinavam com o clima caótico de Aquarius.

Ajeitou o capuz do sobretudo branco sob seu cabelo roxo e platinado, cobrindo a cabeça, pois em um piscar de olhos parecia que a intensidade da neve tinha aumentado, e os flocos brancos caíam em abundância.

Ouviu-se uma última batucada dada pelo Mensageiro de Güaelÿard, a única pessoa vestida de cinza no local, usando uma larga e longa bata com vários símbolospretos na manga, na parte da frente e no capuz que cobria a sua cabeça e parte da máscara branca que usava, impossibilitando saber se a figura era homem ou mulher.

O pequeno grupo de pessoas fez uma última reverência honrando a Senhora dos Mortos, filha das três Deusas Zodiacais do ar, e em seguida, começaram a se espalhar.

Yolisa acompanhava tudo a distância. Soube daquela cerimónia fúnebre uma hora depois de chegar a Sadalsud, após mais de dois ciclos fora trabalhando como infiltrada.

Na realidade, nem era tão amiga assim do falecido, mas conhecia-o o suficiente para se importar. Os dois já tinham trabalhado juntos em duas missões, e pelo pouco que conviveu com ele, pareceu-lhe uma ótima pessoa.

Contemplando as pessoas presentes no funeral, que basicamente era composto por civis, que eram familiares e amigos, chegou a reconhecer um ou dois agentes da O.I.I.C.A.

Ouviu um bip, e seu dispositivo de comunicação móvel anunciou mais uma vez a ligação de Polona, uma informante e ex-namorada sua, irritada com a insistência da mulher, decidiu bloqueá-la. Desde que tornou novamente o sistema do seu dispositivo operacional, não parava de receber ligações dela, e Yolisa não estava nenhum pouco interessada em saber o que queria pois sempre que se envolvia com ela, coisas ruins aconteciam.

Um charmoso aquariano, que assim como Yolisa acompanhou o funeral a distância, se aproximou dela a passos lentos. Ele também estava vestido de branco, com uma camisa de gola alta branca que cobria parte de uma cicatriz recente no pescoço, usava luvas e um sobretudo pesado, como se ignorasse o facto de ser imune ao extremo frio de Aquarius.

— Pensei que odiasses funerais.

— E quem gosta? — Yolisa retrucou, provocando um sorriso em Momir. — Isso aí é novo? — Perguntou, indicando a cicatriz com a cabeça.

— Estava prestes a perguntar o mesmo sobre esses pequenos cortes no teu rosto.

Embora como agentes da Organização eles tivessem a possibilidade de desfrutar de procedimentos extremamente caros, desenvolvidos em Aquarius, como curar completamente um ferimento, desde o mais simples até aos mais graves, deixando a pele como se nunca tivesse sofrido um arranhão, Momir era do tipo de Yolisa que se recusava a ser curado a cem por cento e eliminar a cicatriz. Os dois tinham várias espalhadas pelo corpo, como símbolos que contassem uma história.

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