As horas se passaram e o estúdio começou a ficar cheio, Tom foi o último a chegar, assim que ele entrou nossos olhos se encontraram, meu coração apertou, doeu e se sentiu maltratado,mas, eu sabia que ele também se sentia assim, então desviei o olhar para a tela do meu computador, eu não conseguia encara-lo, não agora, não assim! 

As gravações começaram e eu sempre cuidando para que todo o sistema funcionasse perfeitamente, não pude dizer que eu não o olhava as vezes, mas nossos olhos não se encontraram mais, o que eu podia fazer? Nada! Se ele quis distancia assim seria, eu sempre respeitei tudo e todos e com certeza iria respeitar a decisão dele. A hora do almoço chegou, eu não sentia fome, só queria que o dia terminasse.

-(S/N), venha até a tenda, tem bastante coisa boa pra comer! - Chamou Robert com aquele sorriso incorrigivel.

-Eu... Acho melhor não! - falei sabendo que o clima iria ficar tenso.

-O que? Não! Eu insisto, (S/N).  - ele disse arrumando  óculos de grau em seu rosto.

-Vai lá! - ouvi Darryl sussurrar em meu ouvido.

Apenas assenti com a cabeça e levantei, Robert me ofereceu o braço e eu aceitei.

-O que está havendo entre você e o garoto? -o homem perguntou enquanto íamos para a tenda.

-Entre nós? - Perguntei somente refletindo a pergunta que ele já havia feito.

-Terminaram? - ele continuou.

-Terminar? Difícil, nem havíamos começado nada - menti e meu coração apertou. - Mas não se preocupe, eu estou bem! - menti novamente.

-Fico feliz por estar bem, querida! - ele falou sério, tenho a sensação que ele sabia que era mentira.

Quando chegamos meus olhos caçaram Tom, ele estava rindo enquanto conversava com Chris Evans, como se ele soubesse, o rapaz se virou em direção a entrada que era onde eu estava, vi seu sorriso desaparecer na mesma hora, seus olhos me mediram da cabeça aos pés, não pude deixar de lembrar que Darryl disse que eu estava horrível. Mantive minha cabeça elevada e fui até a mesa, pude sentir seu olhar me acompanhar o tempo todo, peguei uma panqueca de carne que estava disponível na mesa. 

-Você sumiu! - senti uma mão pousar no meu ombro. 

-Eu estava o tempo todo naquela mesa do TI que fica só alguns metros de onde vocês gravam. - falei me virando para a mulher atrás de mim.

-Eu sei, mas esperávamos que você viesse aqui! - Scarlet falou sorrindo.

-Eu achei melhor não! - falei dando uma olhada rápida para Tom que ainda me olhava sério.

-Entendo... - a mulher falou antes de tirar um pedaço do brownie em sua mão.

Apenas sorri e comi um pedaço da panqueca.

-(S/N) - ouvi Chris me chamar.

-Sim? - falei.

-Soube que seu trabalho está tão incrível que você irá participar dos outros filmes da Marvel, parabéns! - o loiro falou levantando o copo em sua mão como em um brinde.

-Eu não estava sabendo que era para todos os outros filmes - falei.

-Ainda não contaram? - ele se surpreendeu - Droga! Estraguei a surpresa.

-Estragou mesmo! - falei.

-Mas então, está feliz? - o rapaz perguntou.

-Acho incrível! - falei - Minha equipe ficará maravilhada, mas me candidatei para uma vaga de emprego na Microsoft de Manhattan.

Pela primeira vez eu vi uma expressão no rosto do Tom, ele me olhou como se me questionasse alguma coisa, com raiva e dor. O que eu podia fazer? Talvez eu não fosse madura o suficiente para aceitar ficar trabalhando no mesmo lugar que ele, aquilo que tivemos foi o mais próximo de amor que eu já cheguei, o que eu poderia fazer?

-Não acredito! - Elizabeth Olsen falou se levantando pela surpresa. 

-Gente, o que é isso?- falei - Os meninos vão ficar e tenho certeza que vai entrar alguém incrível no meu lugar.

-Pessoas incríveis não podem ser substituídas, garota! - Sebastian Stan falou.

-Eu agradeço o carinho, mas é uma oportunidade única! - falei.

Tom ainda não havia dito nada, só me encarava, achei que aquela deveria ser a minha deixa, levantei com meu prato, dei um tchau coletivo e saí, no meio da caminho ouvi uma voz me chamar, uma voz conhecida, meu coração disparou, eu parei de imadiato e me virei bem devagar.

-O que foi, Thomas? - perguntei ao olha-lo.

-Por que vai embora? - ele perguntou sério e se aproximando.

-É uma oportunidade única! - falei.

-Trabalhar aqui também é uma oportunidade única, (S/N). 

-Eu entendo, mas, não posso desperdiçar essa chance, desculpe! - falei me virando para continuar andando, meu coração reclamou, mas não dei bola. Após alguns passos o ouvi.

-(S/N)! -Ele gritou e eu parei.

-Sim? - falei sem me virar, esperando que ele me convencesse a ficar.

-Espero que ache o que você procura! - ele falou com a voz mais baixa.

Apenas assenti com a cabeça e continuei a andar, meu coração esmigalhado, mas que insistia em continuar  a bater, bater por ele...

TOM ON 

Assim que ela começou a andar novamente eu me arrependi de não ter pedido desculpas, ou puxado qualquer assunto com ela nessa semana diabólica que se passou, eu queria ter pedido que ela ficasse, mas não podia, aquela era a chance dela e pedir que ela ficasse comigo era como prender um pássaro que nasceu livre em uma gaiola, uma lágrima me traiu quando eu menos esperei, eu sei que tivemos problemas, mas eles pareciam nada agora, ri pela ironia, tudo é um ponto de vista, um maldito ponto de vista.

Não voltei para a tenda, eu queria ficar sozinho, achei um lugar solitário no set e lá me sentei, no chão mesmo, olhei para o céu com aquelas lágrimas nos olhos, frações de segundos, palavras e atitudes mudam tudo, o céu azul sobre a minha cabeça parecia que estava ficando cinza, acredito que era porque eu por dentro estava acinzentando. Agora não importa, nada mais importa, o tempo passou e vida mudou, fomos apenas uma página da vida um do outro, uma página que irei guardar para sempre! Após uma hora sentado lá, reparei que eu deveria ter voltado para as gravações, levantei e fui, entrei no estúdio e procurei por ela, como sempre, linda e concentrada naquele computador, fiquei a olhando como se eu pudesse decora-la ou então congelar aquele momento para que eu nunca mais esquecesse. O que tivemos foi especial para mim, mas teria ela esquecido tão rápido ou talvez não tivesse sido assim tão importante como foi para mim. Desde que a vi pela primeira vez eu tive a certeza que havia nascido para ama-la, mas agora, ela estava indo embora e o sentimento continuou comigo e acho que continuaria para sempre...

-Alguns amores não nasceram para ser nossos! Digo isso com propriedade - Chris disse enquanto tocava meu ombro.

-Esta falando da Jenny? - perguntei o olhando.

-Exatamente, quando isso acontece, só aceitamos! - o loiro falou se virando - Vem, vamos gravar!

Apenas assenti, dei uma última olhada nela e depois fui gravar... 

A mulher do Computador - Imagine com Tom HollandOnde as histórias ganham vida. Descobre agora