3. Estação de metrô

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POV MINA

- Posso entrar? - Bati na porta que estava entreaberta.

- Se eu disser não você vai insistir? - Não era aparente um sorriso.

- É assim que me trata Jeongyeon? - Era normal ela me tratar dessa forma e eu não dar a mínima.

- Pra você é chefe Yoo. - Disse ela enquanto grampeava algumas folhas, e me aproveitei para entrar logo e sentar em uma cadeira. - O que você quer Mina?

- Você me odeia? - Ela parou o que estava fazendo por alguns segundos enquanto pensava na resposta.

- Que absurdo. - Voltou a gramprear. - Se veio pedir favores, já vou adiantando, pode sair.

- Por que colocou mais uma estagiária sobre meus cuidado? Ela mal saiu das fraudas.

- Está questionando minha autoridade senhorita Myoui? - Jeongyeon curvou as sobrancelhas e eu pude ver como ela era extremamente irritante.

- Quando sua "autoridade" - Fiz aspas com os dedos. - Me afeta diretamente, então sim.

- Você acha que tudo gira em torno de você não é? - Dessa vez ela colocou tudo o que estava segurando sob a mesa.

- Aposto que você fez isso só pra me ferrar de novo. - Cruzei os braços. - É assim que você faz. Não se importa com ninguém a não ser seus princípios.

- Não que isso te diga a respeito, mas Chaeyoung aqui foi um favor pra uma amiga.

- Ah é Jeon? E você tá comendo essa amiga? Tem alguma coisa séria rolando ou é só interesse de foder com a vida dela assim como fez comigo? - Eu a provocava de raiva, mesmo parecendo extremamente plena.

- Você acha que pode vir aqui no meu escritório e falar comigo dessa forma Mina? - Ela bateu na mesa. - Saia dessa sala antes que eu jogue você e suas coisas na rua!

- Nós duas sabemos que você não faria isso. - Me levantei e aproximei meu rosto dela. - Você pode me tratar mal o quanto quiser Jeongyeon, mas eu nunca vou esquecer que foi você quem ferrou a minha vida.

Nesse momento vi seu sangue ferver e ela cravar suas unhas em sua própria mão ao apertá-la. Achei que me daria um soco, mas claro, ela não faria isso. De novo.

- Saia. daqui. - Ela disse pausadamente. - E não toque mais nesse assunto.

Vi ela apertar os olhos morrendo de raiva. Eu realmente a tirava do sério, mesmo com a paz serena em que eu estava.

Se fosse qualquer pessoa eu já teria feito uma cena, mas era Jeongyeon. A idiota da Jeongyeon.

- Minari! - Sana gritou ao me ver saindo da sala. - O que aconteceu ali?

- Fogo no parquinho. - Ouvi uma voz soando juntamente de nós duas.

- Apareceu a margarida. - Sana caçoou ao ver que era Momo se aproximando. - Por onde estava?

- Estava arrumando minhas malas, Jeongyeon resolveu me mandar cuidar de uns casos na Tailândia, parece que a coisa tá feia lá.

- Vontade é de mandar ela pra-

- Olha a boca suja Mina. - Momo me interrompeu. Ela não gostava que eu usasse esse tipo de palavreado e nem eu na verdade, mas aprendi com Sana, e às vezes soltava sem querer.

- O que foi essa discussão toda?

- Foi Mina tentando brigar com Yoo. Todo dia é uma coisa diferente. - Sana respondeu.

- Achei que vocês já tinham se resolvido. Quando não estão brigando, uma está tentando impressionar a outra.

Tadinha da Momo tão inocente, não sabe que odeio Jeongyeon com todas as forças?

- As duas só vão parar de brigar quando a chefinha pedir desculpas pra Minari. - Sana se atreveu. - Não é? - Não respondi, apenas ignorei. - Tá tudo bem? - Ela segurou minha mão.

- Tá sim. - Eu a soltei. - Onde está a estagiária?

- Estagiária? - Momo me olhou esperando uma reação, mas logo entendeu. - Ah, por isso você tá pistola.

- Não tô pistola nada, só quero acabar com esses casos pra essa garota sair do meu pé.

- Por falar nela. - Sana encostou seu ombro no meu quando avistou a garota entrando na sala errada.

- Ei Chaeyoung! - Ela gritou. Estávamos a um metro de distância. - É a sala três.

[...]

- Aqui estão os resultados da autópsia da vítima encontrada morta pelo marido. - Sana distribuiu as folhas para nós quatro que estávamos sentada envolta de uma mesa redonda da sala de reunião.

Vi Chaeyoung abrir aquelas folhas grampeadas e não reagir ao que tinha visto.

Provavelmente ela viu que estava errada e foi uma idiota. Pensei comigo mesma, e resolvi abrí-las também para ler a autópsia e....

- Nada?? - Foi Momo quem disse indignada.

- Isso mesmo, não temos absolutamente nada. - Sana cruzou os braços e nos encarou. - Não consta veneno, AVC, ataque cardíaco, nada! Ela simplesmente morreu.

- O coração pode ter parado? - Disse Chaeyoung que só me fez revirar os olhos ao ouvir aquelas palavras mas preferi ignorar.

- Ninguém simplesmente morre sem nenhuma causa. Essa autópsia está muito mal feita. - Fechei as folhas e as joguei na mesa me levantando. - Mande fazer outra.

- Mina não temos mais tempo. - Sana interferiu.

- Como assim não temos mais tempo? - Ela olhou para Chaeyoung fazendo menção de que ela deveria me contar algo. - O que foi? - Perguntei sem paciência.

- Mais dois casos aconteceram essa manhã detetive Myoui. Uma delas foi encontrada pelos filhos e a outra.... - Ela fez uma pausa. - Foi em uma estação de metrô, e as câmeras gravaram.

- O que?? Por que não me contaram isso assim que cheguei??

- Porque assim que chegou foi brigar com Jeongyeon. - Momo revirou os olhos.

Ai eu mereço tanta incompetência!

- Já temos acesso às câmeras? - Perguntei esperando que a resposta fosse sim.

- Ainda estamos tentando. - Sana respondeu. - Os corpos delas já estão na necrópsia.

- Mas eu não autorizei, nem vi os corpos.

- Sim Mina mas... Jeongyeon contratou um detetive superior ontem depois que você foi pra casa.

- Mas que porra! - Bati a mão na mesa assustando as três. - Ela não pode fazer isso o caso é meu!!

- Ela pode. - Momo se levantou. - Eu vou ficar um tempo fora e pedi que ela fizesse isso pra não deixar você sozinha no caso.

- Agora você se importa comigo? - Que audácia! Nada justifica Yoo querer me substituir assim!

- Mina agora não é hora. - Sana tentou me acalmar. - Não na frente de Chae.

- Importa-me lá essa garota. - Abri a porta e saí em direção ao estacionamento já destravando meu carro.

- Detetive! Aonde vai? - Revirei os olhos assim que vi quem era.

- O que você quer Chaeyoung? - Parei de frente pra ela já com a porta do carro aberta.

- Ainda estou em horário de trabalho. - Sua voz parecia tão inocente e fofa, mas ao mesmo tempo... Me irritava.

- Sei. - Entrei e coloquei o cinto.

- Você não me respondeu aonde está indo detetive. - Aishh garota.

Respirei fundo.

- Você não queria me ver em ação? - Dei a partida. - Já andou de metrô?

Logo a vi abrir a porta e se sentar no banco do passageiro. - ?????.

- Sou sua sombra detetive Myoui, já se esqueceu?

TRICK IT - 1ª TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora