Capítulo 23

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Se aquele filho da puta não estivesse morto eu ia ter o prazer de matá-lo. Eu ainda estava borbulhando de ódio pelo desgraçado ter me enganado.

- Elle?

Aeron me chamou. Ele estava preocupado. Eu sabia disso. Desde o momento que saímos do apartamento depois de uma nova varredura do governo e bem como a juntada daquelas novas informações para mandar a Cúpula, a qual solicitei uma reunião de emergência.

- Está tudo bem, só estou pensando.

Estávamos entrando no complexo Stacy. Ele estava atento a mim como se contasse cada respiração. O espaço pequeno daquele carro, a qual o deixava espremido, me deixava vulnerável a sua análise.

- Te ver tão calada assim me deixa inquieto.

Passei pela guarita sem precisar parar. Lancei um olhar na direção dele. Seus olhos azuis estavam mais escuros e cheios de atenção a mim.

- Fica tranquilo...

- Você está preocupada demais!

Eu não sabia que era tão transparente. Porém a questão nem era essa. Aeron só era atento demais.

- Vai passar. Só preciso deixar o pessoal a par disso e eles vão resolver o problema.

Obviamente eu estava mentido, porque eu não ia deixar isso nas mãos dos outras e simplesmente esquecer, eu queria saber que merda era aquela e as minhas suspeitas eram as piores.

- Acho que não está sendo sincera.

Eu entrei no estacionamento e quando parei o carro encarei ele sem acreditar que dizia isso.

- Como?

- Você não é de deixar as coisas pela metade, já percebi minha loirinha.

Respirei fundo evitando me apegar aquele apelido que devia eu me fazer sentir aquecida.

- Tá, eu assumo, não vou deixar pra lá, quero saber pra quem esse idiota trabalhava.

- Pode ser perigoso Elle...

Respirei fundo passando as mãos pelo meu cabelo.

- Meu trabalho é assim!

O rosnado dele foi alto e totalmente insatisfeito.

- Nenhuma fêmea devia passar por isso!

- Não me venha com essa...

Aeron me olhou sério e então cruzou os braços sobre o peito musculoso. Foi difícil não ficar olhando aqueles bíceps.

- Você é minha, quer que eu fique sorrindo como um idiota enquanto te vejo correr perigo?

Engoli em seco. "Você é minha!" aquilo soou tão bem. Virei o rosto não querendo que ele visse a reação das suas palavras.

- Meu trabalho não tem nada haver com o que temos.

- Seu trabalho tem tudo haver!

O rosnado dele foi bravo, senti o movimento, então sua mão tocou meu queixo, me virando para o encarar. E então ele continuo:

- Qualquer coisa que te coloque em perigo tem haver com o que temos. Acho que eu ficaria como se você se machucasse?

Sua mão grande cobriu meu rosto com carinho. Os olhos dele brilhavam com sinceridade, o azul, estava mais evidente, me atraindo, seduzindo.

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