Pallete - As cores da alma

0.1 - Rouge 🌹

"Amá-lo é como dirigir um Maserati novo

Em uma rua sem saída

Mais rápido que o vento, tão apaixonante quanto o pecado

Terminando tão de repente"

🌹

Park Jimin

Lá estava ele de novo, sorrisos por todos os lados, tagarelando com alguns colegas enquanto caminhava pelos corredores, espalhando felicidade por onde passava.

Sinceramente, eu o odeio.

Maldito francês estúpido, só o que quer é fazer piadas em todas as aulas e atrapalhar o nosso aprendizado. Irritante.

Ele se mudou para a escola faz pouco mais de de três meses e todos simplesmente caíram de joelhos por ele como se estivessem enfeitiçados, ou algo assim. Do dia para a noite, era o queridinho de todos, típico garoto popular fútil que vive a quebrar corações com seu cabelo tingido e sua jaqueta de couro idiota.

— Jimin? Está ouvindo? — Kook estalou os dedos na frente dos meus olhos.

— O que? — Fui retirado de meus devaneios.

— O Jin chegou. — Apontou o moreno que adentrava o refeitório.

Estávamos no costumeiro intervalo, Seulgi, Jungkook e eu. Apenas comendo e conversando sobre as aulas que tivemos a pouco, quando Seokjin chegou apavorado - e atrasado - ao nosso encontro.

— Olha só, mas a que devo a honra? Caiu da cama, Bela Adormecida? — Disse rindo.

— Meu Deus, Seokjin, o que aconteceu com o seu cabelo? — Seulgi comentou.

— Cabelo? Olha o pescoço dele. Está todo marcado! — Jungkook apontou em seguida. — A noite foi boa, hein?

— Haha. Como vocês são hilários. — Bufou, irritado. — Perdi a hora, acho que o despertador não tocou.

— Ou a pessoa dormiu contigo desligou... — Fiz cara de desentendido enquanto nos levantávamos em direção às salas. — Mas falando sério Jin, por que não nos conta quem é?

— Já falamos disso. Ainda não é nada sério, não precisa dessas coisas formalizadas. — Deu de ombros.

— Mas tem certeza de que ele não é um canibal? Quer dizer, olha o seu pescoço. — Jungkook puxou um pouco da gola do suéter azul marinho, revelando ainda mais marcas.

— Gente. — Parou de supetão e nos olhou, frustrado. — Está tudo bem, beleza? Eu prometo. Preciso ir ao banheiro, ok? Já volto.

Antes que pudéssemos impedi-lo, Nayeon apareceu na nossa frente com um ar empolgado demais para uma segunda-feira de manhã.

— Vocês precisam ver isso, venham logo!

— Ir aonde? O que aconteceu? — Jungkook perguntou.

— Taehyung pintou mais uma!

Ah, então era disso que se tratava. Eu já não podia mais ouvir esse nome sem sentir dor de cabeça. Taehyung isso, Taehyung aquilo, Taehyung, Taehyung, Taehyung. Isso é desgastante.

Essa era, provavelmente, a coisa que mais me irritava, aquele maldito francês tinha um jeito diferente de se relacionar com suas "vítimas". Como manda o estereótipo, Taehyung era o típico francês de boina, com um estilo excêntrico, que transmitia um jeito diferente e artístico e usava isso para exibir seus casos como se fossem troféus patéticos.