"amigos"

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Uma semana se passou.

Se passou uma semana do resgate mal sucedido e de toda aquela confusão. A liga dos vilões havia fugido — ainda não se sabe como, tendo em vista que os heróis cercaram todo o local. E os policiais conseguiram a tal bala que anulava individualidades que tanto almejavam.

Sete dias havia se passado. Por sete dias Midoriya ficou desacordado. Quando ele acordou, os alunos foram proibidos de vê-lo por razões médicas, eles precisavam fazer alguns testes de sangue para ver como funcionava a droga que havia sido inserida nele e se corria risco dele perder a individualidade para sempre. Foi torturante ficar sem notícias por tanto tempo. Aizawa tentou ao máximo disfarçar a situação e a ausência de Izuku com diversas atividades práticas, lições de casa, treinos. Mas não adiantou, não para Shouto.

Uraraka sabia daquilo, Bakugou também.

Eles sabiam o quão doloroso estava sendo para Shouto conseguir lidar com aquela situação. Depois daquele resgate, ele havia sido afastado de novas missões por ter deixado com que um civil se machucasse gravemente. Essa pequena falha no plano irritou tanto o coronel que estava a frente da missão que o fez ir pessoalmente na U.A apenas para tirar satisfações com Shouto.

Depois desse dia em questão, Shouto começou a passar mais tempo dentro de seu quarto e evitar o contato com os outros alunos.

Agora, Bakugou e Uraraka estavam deitados sobre o carpete fofo cor de rosa que havia no quarto da heroína. Eles fitavam o teto e se comunicavam através de suspiros — era algo bem útil quando você estava cansado demais para tentar conversar. Um sentimento de tensão cripitava no ar e parecia estar antecedendo uma explosão. Era como se alguém houvesse implantado uma bomba naquele dormitório, e todos só estivessem ouvindo os beeps e ignorando o fato de que em breve a casa iria explodir.

— Deveríamos fazer algo — Ochako sussurrou enquanto suspirava mais uma vez.

— Sobre?

— Sobre o Shouto. Ele não sai do quarto, não fala com ninguém. Eu estou preocupada com ele — ela respondeu de um modo lento. Bakugou suspirou pesadamente e sentou no chão. — Você deveria falar com ele.

— Princesa, eu não estou em um ótimo dia para dar conselhos. É você quem deveria visitá-lo, você é a melhor amiga dele — Bakugou retrucou enquanto bocejava. — Fora que o Shouto vai precisar de algo para abraçar, confesso que eu sou ciumento, mas prefiro que ele te aperte do que me aperte.

— Você é tão chato — Ochako tentou levantar, mas seu namorado a puxou para o seu colo e a abraçou como se ela fosse um ursinho de pelúcia.

— Eu não sou chato. Você é quem é chata, você nem abriu o presente que eu te dei de aniversário! Porra, amor. — Ele fez um estalo com a língua e mostrou um semblante chateado. Lentamente ele pôs seu queixo na curva de seu pescoço e a beijou no mesmo local.

Uraraka sentiu seu coração dar cambalhotas. Ela amava quando Bakugou beijava seu pescoço e fazia todas aquelas coisas carinhosas, ela amava quando Bakugou a acariciava na bochecha. Ela amava quando Bakugou agia daquele modo por vontade própria porque sabia que seu namorado era inseguro sobre as explosões e tinha medo de machucá-la sem querer.

Era tão bom saber que aos poucos ele estava se entregando e perdendo o medo de demonstrar seu amor.

— Eu fiquei ocupada. Fora que eu te disse que não queria presente. Você não precisa gastar comigo, não quero ser interesseira.

— Gata, presta atenção, mulher minha vai ser mimada todos os dias. Não me importo se você gosta ou não. Quando casarmos, você vai acordar todo dia com um buquê de flores, uma caixa de bombons e comida na cama. Esse tópico não está aberto a discussão. — Ele foi claro. Uraraka não o contrariou, apenas levantou suas mãos e assentiu de modo condescendente.

crush; tododekuDonde viven las historias. Descúbrelo ahora