estou em casa

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As coisas não foram do jeito que Midoriya havia planejado na noite passada.

Ele planejou fazer perguntas a Dabi sobre Shouto e persuadi-lo, assim o fazendo contar a localização do esconderijo, pois só assim ele conseguiria criar um mapa em sua mente e fugir sem medo de ser pego.

Mas isso não aconteceu. Ele acordou preso a uma cadeira, amarrado e amordaçado. Sua cabeça doía e ele sentia que Dabi havia o torturado um pouco mais antes de prendê-lo. Rei estava ali por perto, sentada perto de uns caixotes, amordaçada e desacordada. Toga estava ao lado da mulher, trançando seu cabelo e rindo — olhando de longe ela parecia apenas uma adolescente normal, e não uma sádica.

Compress estava por perto, observando. Ele não era de falar quando estava a sós com Toga. Izuku havia notado esse pequeno detalhe quando parou de tentar fugir e aceitou o seu destino, afinal, se a polícia não viesse agora, não vinha mais.

— Izukuu! — Toga se aproximou com uma certa preguiça, o abraçou por trás e retirou a mordaça de sua boca. Seus cabelos loiros estavam soltos e ela cheirava a fumaça. — Aquele garoto que você gosta estava na TV! Ele é bem popular, não é?

Midoriya respirou fundo. Os vilões estavam amando torturá-lo psicologicamente com seu término.

— É, ele é.

— Será que a Ochako-kun também é popular? Sempre gostei de meninas populares e fortes! — ela continuou fantasiando com um sorriso enorme. Izuku não se deu ao trabalho de contar sobre o relacionamento de Ochako, mas sua língua coçava para que ele falasse sobre Kirishima.

— Ochako tem vários amigos, ela é... Bem querida.

— Awn! Quero tanto revê-la! Ela é tão fofa, tão linda! Meu coração pansexual não aguenta! Da última vez que eu a vi ela estava tão maravilhosa!

— Toga — Compress lhe chamou a atenção e acenou com a cabeça em direção a entrada, ela fez um estalo com a língua e revirou seus olhos.

— Depois conversamos, Izuzu! — falou. — Preciso que você fique quietinho para que eu não tenha que te matar!

Deku não a respondeu, na verdade, nem teve tempo, já que ela tampou sua boca e foi até Compress, que olhava para a entrada e tamborilava seus dedos por sua coxa.

Aqueles poucos dias fez com que Midoriya pudesse notar certos hábitos que os vilões possuíam, hábitos estranhos que quando vistos, ficava difícil esquecer. Toga esquecia fácil do que falava e tinha arranhões em suas coxas e braços. Compress aparentava ter toque de organização, ele passou bons minutos alinhando os caixotes e arrumando-os. Dabi? Tinha todos os problemas que há no mundo. Shigaraki também. O que se sobressaía era a pele morta que Dabi sempre cutucava e ficava observando o sangue que saía da ferida.

Era nojento. Era doloroso, mas pra o vilão parecia não importar. Talvez fosse isso que ele estivesse buscando, dor. Se auto lesionar deveria suprir sua vontade de torturar as pessoas próximas a ele.

Dabi entrou no salão com pressa e logo atrás surgiu Shigaraki, que deu uma boa olhada nas duas vítimas e passou as pontas de seu dedo por dentro de seu cabelo. Ele não disse nada, apenas caminhou até o fundo do salão e se reuniu com seus aliados, que pareciam atualizá-lo de tudo que aconteceu nos últimos cinco dias.

Midoriya voltou sua atenção a porta do galpão que estava entreaberta. Quanto tempo levaria para que ele soltasse a corda que prendia suas mãos e pernas e corresse para fora do local? Talvez Toga o matasse antes que ele pudesse chegar na saída.

Ele nunca conseguiria fugir por conta própria.

— Aonde ele está? — o berro de Shigaraki foi assustador. Izuku foi puxado de seus pensamentos e levantou seu rosto rapidamente para ver o que estava acontecendo.

crush; tododekuWhere stories live. Discover now