inícios e términos

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Midoriya Izuku

Eram seis horas da tarde. Todos já estavam acomodados em seus quartos e as garotas já deveriam ter terminado sua tarde de estudos e iniciado com o Clube do Chá e Biscoitos que dava orgulho a Lady Whistledown e Miss Marple.

Midoriya estava parado em frente a sua escrivaninha, pensando no que deveria pôr no papel, ele sabia que deveria abrir seu coração, mas seus sentimentos eram confusos, quase impossíveis de transformar em palavras conexas, se nem ele entendia o que sentia e porquê sentia, como esperava que um outro alguém fosse entender?

— Ele é inteligente, vai entender.

O menor respirou fundo e se inclinou, ele pegou a caneta e começou a escrever.

“̶Q̶̶u̶̶e̶̶r̶̶i̶̶d̶̶o̶ ̶T̶̶o̶̶d̶̶o̶̶r̶̶o̶̶k̶̶i̶ ̶S̶̶h̶̶o̶̶u̶̶t̶̶o̶̶,̶ a̶̶q̶̶u̶̶i̶ ̶é̶ ̶o̶ ̶I̶̶z̶̶u̶̶k̶̶u̶.̶”

“T̶̶o̶̶d̶̶o̶̶r̶̶o̶̶k̶̶i̶ ̶S̶̶h̶̶o̶̶u̶̶t̶̶o̶̶”

“Oi, Todoroki-Kun. Sei o quão estranho deve ser para você estar lendo uma carta, ninguém mais escreve cartas hoje em dia, não é? Mas, esse é o único meio que encontrei para falar abertamente sobre o que sinto.

Eu sempre fui grande fã de escritores, sabe? Conseguir escrever sobre uma confusão que toma o seu peito pouco a pouco é algo digno de admiração, eu os invejo, pois diferente de todos eles, não possuo esse dom de saber falar sobre o que sinto.

Sei que isso não faz sentido para você, mas, Todoroki-kun, eu tenho nutrido sentimentos por você, tenho fantasiado sobre você, sobre nós. Você é o único problema que não consigo resolver, você é aquela mancha na pintura que me tira o sono, que me faz pensar no motivo pelo qual você está ali.

Eu acho que eu estou apaixonado por você. Eu acho que gosto de você mais do que eu deveria.

Me desculpe se você não gostar de homens e tiver que ler toda essa baboseira, eu entendo se você quiser não me ter mais como um amigo. Eu vou carregar esse fardo em silêncio.

Se você gosta de mim, por favor, me deixe saber.

Se você não sente o mesmo por mim, queime essa carta e me ignore. É só isso que peço.

Me desculpe.”

Midoriya deixou a carta e releu aquelas linhas várias e várias vezes. Não estava bom o suficiente, mas deveria servir. Com calma ele levantou da cadeira e saiu do seu quarto, caminhou pelo corredor e parou em frente ao quarto de Shouto. Com o coração na mão, ele passou o papel por debaixo da porta e saiu dali correndo em direção à sala.

— Midoriya? Pode me ajudar com as lições de história depois? — Tokoyami o questionou. O esverdeado olhou um pouco assustado para seu amigo e assentiu com a cabeça. — Você está bem?

— S-Sim... — ele respondeu um pouco agitado e rapidamente caminhou até o corredor feminino, com pressa andou pelos quartos e parou em frente a porta do quarto de Ochako Uraraka.

Ele ouvia algumas risadinhas e murmúrios vindo do cômodo. Será que aquilo era o certo a se fazer? Ele já havia escrito a carta, não precisava de mais dicas femininas sobre como conquistar um homem, mas, precisava de apoio. Ele precisava contar para alguém o que havia feito, mas também não queria criar esperanças falsas.

— Deku? — Jirou chamou repentinamente e o esverdeado piscou seus olhos e observou a menina, que mantinha seu cenho franzido e um olhar confuso.

— Gente, ele veio! — Tsuyu falou enquanto se inclinava para ver a porta.

crush; tododekuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora