Capítulo 26:Ψ Dia estranhoΨ

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Escuto batidas na porta, meus pensamentos retornarem ao Bob e esse estranho dia. A voz do dele está baixa, os olhos cansados, ele entra fechando a porta.

—Oi tudo bem. —Escuto ele dizer enquanto sorri sem jeito.

Seu cabelo perfeitamente arrumado, os três primeiros botões abertos do uniforme, mostrando a camisa branca.

—Sim e você?—Questiono.

—Estou bem—ele atravessa o quarto em largas passadas levanto e Bob me abraça com doçura. No semblante dele existem preocupações misturados de carinho.

—Estou bem, mesmo—ele fala olhando no meu rosto.—Melhor agora com você.—Ele passando as mãos na cabeça.—Desculpe, nada saiu como o esperado.

—Eu sei, tudo bem—consigo dizer.— Teremos outros dias.

Ele coloca sua mão nos meus lábios, puxando meu queixo fazendo nossos olhos se encontrarem, á minha respiração acelera.

—Você não imagina, Sofi o quanto queria ter desfrutado esse dia todo com você, cada segundo dele.

Toca seus lábios nos meus, puxando para perto fazendo nossos corpos se tocarem suavemente. Minhas bochechas queimam, sinto o fogo subindo pelo meio das minha pernas.

Bob roça seus lábios no lóbulo direito da minha orelha sussurrando:

—Você não faz idéia dá força que tenho de fazer para não te agarrar todos os dias, Sofi.— E acaricia minha barriga subindo as mãos devagar— você me deixa louco.

Ele beija com vontade me fazendo suspirar, sinto Bob inspirado o aroma dos meus cabelos ao beijar meu pescoço.

— Eu te quero—fecho os olhos desfrutando das carícias — eu quero você. — Diz ele baixo causando suaves arrepios.— Quero tanto.

—Eu também quero—Bob pressiona suas mãos sobre o sutiã— Eu quero estar em cada pensamento seu, eu quero a sua boca na minha, o calor do seu corpo no meu. Eu quero sentir sua maciez, desvendando cada parte sua. Eu quero você suspirando meu nome, de um jeito que eu nunca quis outra pessoa. Por que te amo, Sofi. —Bob respira.—Sofi eu te amo, eu quero que seja minha, só minha.

Minhas pernas tremem, entro em combustão, minhas estranhas contraem de desejo, querendo ele. Ansiando por seus beijos, seus toques, querendo sentir seu corpo.

—Eu quero tudo também.

Ele beija meus lábios ardentemente, com urgência. Eu retribuo fervorosamente. Ele é um homem desesperado cheio de aflição. Eu sou o motivo do seu desespero e meus beijos e meu corpo sua única cura.

Deitamos na cama, suas mãos tremendo tentando abrir os botões da minha blusa, nossas respirações aceleradas violentamente, o coração palpitando a mil.

Seus lábios passeando por meu pescoço, vasculhando a clavícula. Ele desiste de abrir os botões acaba rasgando minha blusa e tira a dele de uma vez. Vejo seu abdômen definido, malhado. Seus ombros largos, braços fortes e musculosos. Ele está sobre meu corpo, suas pernas no meio das minhas.Admirando, seu olhar devorando, deleitando, sinto nua diante dele, completamente louca de desejo.

—Você é perfeita. —Desliza os dedos nas laterais do meu corpo, causando desejos ardentes.

Ele desabotoa a minha calça jogando no chão, logo a dele voa pelo quarto caindo num canto. Posso ver as grossas coxas, sua cueca boxer preta realçando o volume. Bob acompanha o meu olhar.

—Sou todo seu— diz ele seus olhos cintilantes de desejo.

Beija minha barriga, passando a língua no umbigo, segurando meus seios acariciando delicadamente um de cada vez. De Repente um vento frio percorre meu corpo fazendo tremer, sinto o clima no quarto esfriar . Bob continua beijando traçando uma trilha de beijo próximo da virilha, seus dedos enroscando no elástico da minha calcinha. Novamente o vento frio varre o quarto derrubando o camiseiro.

—Mas que vento é esse? —Eu pergunto observando o camiseiro caído no chão.

— Deixa o vento—Ele fala arrastando devagar a minha calcinha.

—Bob, você não sentiu esse vento?Até o camiseiro caiu.

—O camiseiro?— Ele pára olhando frustrado na direção do objeto caído.—Do quê você está falando?

—Nada Bob.—Desvio o olhar, encarando o teto  começo a afastar dele. — Desculpe, sinto muito.

Envergonhada sento na cama, cobrindo o corpo usando o lençol.

—Desculpa. Não queria estragar nosso momento— continuo dizendo.

—Tudo bem Sofi, acho que apressei as coisas.

—Não, não apressou nada, sinto muito.

Abaixo a cabeça, apoiando nas mãos, hoje nada deu certo. Justo nesse momento, estraguei tudo, seria a minha primeira vez com o Bob.

—Está tudo bem, Sofi. Teremos outros dias. —Ele fala sorrindo, percebo que o sorriso na alcançou o olhos.

—Eu sei, esperei tanto por esse dia e nada saiu de acordo.

—Sinto muito, tantas coisas estão acontecendo por causa da visita do General e seu regimento. Eles trouxeram armamento e muitas munições.—Ele veste as roupas falando.— Resumindo, um longo dia e amanhã também.

—Eles ficaram aqui?

—Sim, por uma semana— responde Bob. — uma longa semana de reuniões.

Suas palavras são secas, não queria terminar nossa noite assim mas o cansaço bateu.

—Acho melhor eu ir dormir, Bob.

Vi a tristeza em seus olhos, seus ombros curvaram.

—Tudo bem Sofi.

Ele dá um beijo e saí fechando a porta.
Vesti novamente as roupas, apaguei as luzes, deitando na cama. Os minutos passam, seguido por horas e nada do sono. Nada de descanso, aquela sensação de algo errado pairando. As palavras de Alaíde vindo.

Estranho. Isso tudo estava estranho.O quarto vazio, iluminado por uma pequena fresta de luz vindo do corredor.Estranho. De novo essa palavra. Bob fechou a porta, eu vi, tenho certeza disso.

Levanto na intenção de fechar a porta, Ouço passos silêncios no corredor, olho no relógio são duas da manhã, quem estaria quebrando o toque de recolher.

Curiosa espero a pessoa passar e lentamente pé por pé espreito no corredor. Vejo as costas do soldado, contudo o jeito dele de andar, a postura dos ombros, desperta minha atenção. Não, eu paro. Não pode ser.

Era, era Bob.

Ele não faria ronda essa noite, Bob disse que iria dormir. Por que mentiu sobre isso. Ainda veste o uniforme. Onde estaria indo, seu quarto fica no lado oposto na ala masculina.

Porém o quarto da Tiffany fica naquela direção, ela anda muito calma ultimamente. A raiva e o ciúmes tumultuam meus sentimentos. Milhares de pensamentos circulando, imagem deles se beijando.

—Esse cretino vai ver só.

Sigo furiosa no seu encalço, ele cruza os dos dormitórios rumo a ala sudeste. Caminha cerca de dez minutos serpenteando os corredores sorrateiro. Os corredores estavam vazios sem soldados, dia e noite faziam rondas e hoje não vi nada.

Ele parou diante da estátua de Benjamin Franklin, aperta a mão da estátua. Nada aconteceu em segundos, de repente um estalou vindo da estátua, ela vira revelando uma porta simples de madeira.

—Safado tem um esconderijo secreto longe o bastante para ninguém escutar os dois transando.Todo esse tempo ele estava me enganando. Os dois safados precisam de privacidade, essa noite não, vou acabar com a festa deles.

Espero ele entrar aguardo alguns minutos, aperto a mão de Benjamin como ele havia feito, A estátua gira lentamente revelando a porta, sinto o coração batendo forte.

—Preciso ver, saber a verdade não importa as consequências. Vou quebrar a cara dos dois.

Verifico o ambiente mal iluminado encontro uma escada no formato de espiral, vou descendo degrau por degrau, reunido coragem para pegar os dois no flagra. Controlo a respiração. Quero ver a expressão de espanto deles se achavam tão espertos. Só de pensar que quase fiz amor com esse safado faz minha raiva aumentar.

Quanto estou no meio das escadas uma voz quebra o silêncio e não é voz feminina.

Asas da destruição.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora