Capítulo 4.*Caminho*

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Levanto abruptamente da cama as pernas cedendo vou escorregando caindo no chão, apoio na beirada. Não sei onde estou, vagas lembranças de soldados teve um caminhão acho que escutei barulhos de tiros, gritos. Sinto dores irradiando pelo braço direito, vejo pequenas gotas de sangue deslizando escorrendo pela mão,  um acesso venoso e uma bolsa de soro pendurada próximo.

—Que lugar é esse? — Pergunto abismada — como cheguei aqui?

Parece uma ala hospitalar, precária observando direito no teto o gesso caindo em alguns lugares as luminárias piscando frequentemente, as pinturas nas paredes descascando.
Estou sozinha nesse lugar, como pode ser possível uma ala médica vazia. Não sou prisioneira, disso tenho certeza estou sem algemas, nenhum tipo de amarra. Escuto uma tosse próximo da porta onde a iluminação é péssima as luzes oscilam mais no local.

Minha mochila onde está, nela contém o quê restou da minha vida, desesperada arrasto o corpo loucamente ao redor da cama tateando as cegas procurando.

—Ela tem de estar aqui por favor, por favor, por favor.— O desespero aumentando as lágrimas já caindo— São as fotos deles, minhas únicas lembranças.

Meus dedos tocam nas alças sentindo a textura áspera dela, o coração explodindo em alegria. Ela está a salvo, minha mochila sobreviveu abro vasculhando atrás das fotos encontro todas as fotos intactas. Retiro uma foto encontrando os rostos sorridentes da minha família, nossa última viagem a Disney, guardo delicadamente no álbum de férias. Envolvo os braços ao redor dela protegendo meu único tesouro, acariciando sua superfície desgastada e suja não importa sobrevivemos essa mochila e eu. Mantenho ela segura junto do peito, alguém pode ter retirado qualquer objeto, afoita o aperto abrindo novamente o zíper reviro o conteúdo, todos os meus pertences então aqui. Respiro aliviada, os três álbuns contínuas bem guardados junto da camisa do Scott.

Folheio as fotos vejo aquela mancha amaldiçoada, por dias fiquei olhando para ela, não era uma mancha qualquer nem causada pelo tempo, foi feita de sangue, o sangue do Scott. Enquanto ele morria mostrando aquela foto, os soluços escapando meus ombros tombam no chão lágrimas geladas fugindo dos olhos o desespero ameaçando tomar conta.

Passos quebram o silêncio na enfermaria, estou enfraquecida para levantar  continuo segurando a foto. Uma voz feminina chama a atenção dizendo:

—Senhorita você precisa deitar, está muito debilitada — é uma voz calma — vou ajudar você.

Logo braços delicados seguram meus ombros frágeis puxando delicadamente minha cintura, sou deitada na cama, os travesseiros arrumados debaixo do pescoço.

— Vou precisar colocar o soro novamente.

Tento responder meu corpo não corresponde, sou tomada pela exaustão dos últimos dias.
Vejo o perfil da mulher seus olhos castanhos serenos, sua pele morena, os cabelos presos num rabo de cavalo apertado, ela tem franja na altura das sombracelhas emolduram o rosto, nos lábios carrega um sorriso meigo e jovial. Escutei o ranger de portas abrindo passos vindo na nossa direção.

—Ai que maravilha nossa paciente acordou enfermeira Hart.

—Sim senhor.

Aquele homem caminha até o meu leito.

—Sou o Comandante Stuart Wilson, responsável por está basep.

Faço um esforço enorme para mover os lábios e pergunto:

—Como cheguei aqui?

Ele responde:

-Você foi encontrada pelos nossos soldados, seu estado de saúde era crítico, desidratada, desnutrida dois ferimentos à bala. Foi um milagre você ser encontrada, nossa tropa nunca patrulha senhorita naquela área.

Asas da destruição.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora