Capítulo 10: ¥Tramóias¥

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Há cinquenta quilômetros dali na falsa calmaria um grupo encontrava-se reunido nas ruínas abandonada da velha casa, ainda é possível ver os moveis revirados, as portas escancaradas dos armários revelando as diversas vezes que foi vasculhar por dezenas de pessoas, as fotos dos antigos moradores espalhadas pelo chão, desbotadas nas paredes.

Ao lado da lareira uma mulher armada mantinha seu olhar frio no grupo sentado. Ela bateu impaciente na arma posicionada no cós da calça cargo caqui, os fios rebeldes dos seus cabelos escapavam do coque, o dia estava se provando longo. Ela desejou terminar logo a etapa e seguir aos outros planos. Esses momentos acabavam com seu auto controle, qualquer coisa poderia dar errado. Seu agente infiltrado na base pode ter sido descoberto, o mensageiro pode ter sido descoberto, ambos podem terem sido descobertos e mortos levando tudo por água abaixo.

Ela analisava a deterioração das imagens presente nas fotos, parou em uma foto da família sorridente na praia " todos estão mortos" ela pensou olhando o rostinho feliz da criança. A mulher afastou os pensamentos deixando a foto deslizar no chão. As fotos causaram uma inquietação despertando suas memórias, ela perdeu muitas pessoas no decorrer dos últimos anos.

O barulho de botas pisando no assoalho fez a mulher e seu grupo sacarem rapidamente as armas apontando para origem do barulho, aguardaram cinco segundos pelo sinal, o coração da mulher bateu forte contando um segundo é uma emboscada, dois segundos eles vão atirar, três segundos fomos traídos, quatro segundos será que conseguimos, cinco segundos um assobio, três pisadas no chão revela a chegada do último membro da reunião.

Seu coração retorna ao ritmo normal, ela recomeça a respirar aliviada. Na verdade o alívio é grupal duas batidas de palmas vinda do colega ao lado sinaliza segurança para o recém chegado.

— Bom verem todos aqui — Disse ironicamente a mulher — Todos no horário por sinal.

—Foi um milagre chegar aqui.—O recém chegado mencionou.

—Tanto faz — replicou ela — E a garota?

— Está lá recebi a confirmação do contato.

—Ótimo.— Respondeu ela aliviada —podemos prosseguir.

—Ótimo é só isso, fiquei cinco dias de campanha esperando a resposta para você falar ótimo.

Ela observa as roupas sujas, sente o odor de sujeira do recém chegado,as olheiras escuras ao redor dos olhos. Num gesto imperceptível ela joga um pacote de biscoitos sabor queijo nas mãos dele e uma garrafa de água.

—Obrigada — diz arrependido retirando sua toca encardida —só estou muito cansado, desculpe o atraso.

Ela interrompe dizendo:

—Estamos todos cansados, falta pouco para executar dos nossos planos logo tudo naquela base irá queimar como o inferno.

Uma onda de agitação toma o grupo, tantas expectativas, horas a fio de planejando as peças encaixando uma à uma meticulosamente posicionadas. O grande momento aproxima rápido.
Ela deixou escapar um sorriso malicioso dos lábios enquanto sentava junto do grupo.

—Pautas por favor temos pouco tempo senhores —Ela disse estalando os dedos  puxando uma grande pilha de anotações —Vamos logo.

Enquanto planos eram revisados ordens delegadas o cair da noite surgia lentamente sobre eles, a luz pálida da lua espreitava timidamente entre os buracos no velho telhado. Uma coruja piou ao longe, saudando a chegada da noite. A mulher desvio seus pensamentos do grupo rebelde na sua frente, suspirou com pesar lembrando da pessoa que ficou para trás, sendo seus olhos e ouvidos dentro da base se expondo a tantos perigos mortais vivendo no meio dos inimigos.

Asas da destruição.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora