Capítulo 9 : #Scott#

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-NÃO,NÃO?

Ficou repetindo sem parar encarando na escuridão do quarto, vou ficar sozinha novamente dói demais.Mantenho os olhos fechados, que faz, quando amanhecer tudo mudará, os moradores irão reagir de diferente com medo.

A noite está terrível além das pessoas tem aquela coisa invadindo meu corpo, não consegui lutar contra ela, me senti forte e fraca ao mesmo tempo sem nenhum controle. Quanto mais penso nisso, maiores se tornam meus medos de acontecer novamente, foi apavorante ser controlada. Aquela força salvou a minha vida senti as munições acertando repetidas vezes ambas caindo, ainda posso escutar o zumbido delas se amassando na pele.
Jamais quero sentir novamente.
Nunca.
Nunca.

E a Charlie ela manteve a calma diante da cena bizarra, das munições amassadas aos seus pés não questionou eu continuar viva após os tiros. Ela não hesitou em acobertar o ocorrido implorando ajuda a Hart, porquê ele fez tal ato, ela deveria ter medo, fugir.Porquê?

-Como será nossa amizade?

-Ela contou para meninas?

-Qual será meu destino, cobaia, prisioneira?

A imagem dos olhos arregalados da Hart o pânico estampado no rosto dela, o medo de me tocar.
Ela foi a primeira pessoa na base que conversei, Hart ficou comigo na enfermaria cuidando, conversamos tanto. Ela comemorou minha recuperação agora sou um monstro, uma abominação aos olhos dela.

Meus temores tornaram realidade, minha família conseguiu esconder por muito tempo receando as consequências do mundo saber, que alguém como eu existe. O medo de ser diferente de cair nas mãos do governo ser forçada a viver trancada, sendo sendo estudada dia e noite. Compreendo os medos que eles tinham, lamento não ter agradecido, sempre achei eles super protetores, estavam apenas protegendo a filha do mundo.

Por quê tem de ser assim cruel, justo quando estou feliz, voltando á sorrir depois de dois anos mergulhada no desespero sozinha. Encontrei pessoas das quais se preocupam comigo, que eu gosto.
Tudo desmoronou no momento que Victor tentou acabar comigo. Eu sonhava com dias melhores, tenho a impressão que eles jamais virão. Fui idiota por acreditar, ontem conversava sobre garotos eles vão virar a cara quando eu for arrastada posso até ser conta da por eles.

A porta se abre lançando brevemente luz no quarto escuro, fecho os olhos fingindo que estou dormindo, seja quem for é melhor ficar alerta. Mantenho a respiração calma, controlada, quem entrou não emitiu nenhum som, será possível ter imaginado ou outro assassino para terminar o que Cartel começou.

-Sofi - Escuto a voz de Charlie falando baixinho - Vai ficar tudo bem, limpei o quarto ninguém viu as munições Hart não vai dizer nada.

Ela fica calada por muito tempo escuto sua respiração, o barulho dos seus pés batendo no chão impaciente esperando minha resposta, deve desconfiar que não estou dormindo. Como ela pode ficar do meu lado após ver aquilo.

-Vou estar aqui - Ela fala paciente - Amigas cuidam umas das outras sabia?

As lágrimas começam á transbordar coloco as mãos na boca tentando conter os soluços, Charlie ainda é minha amiga . Meu corpo balançando devido ao choro as incertezas.
Ela senta na cama acaricia meus cabelos, abandono a vergonha e abraço forte.

- Ai eu sou frágil -Ela diz entre sorrisos - Pega leve comigo amiga.

Essas palavras fazem um turbilhão de lágrimas descerem.

-Estou do seu lado chega de choro, vai ficar tudo bem Sofi.

Ela ficou a noite toda comigo deitada ao meu lado hora em silêncio, hora conversando sempre ajeitando o lençol a minha volta. Eu tenho uma amiga e esta não teme quem sou, o quê posso fazer, jamais imaginei na vida ter uma amiga assim.

Asas da destruição.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora