Capítulo 42 - Queimadura

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Sentia a necessidade de algum momento ter que conversar com o garoto que encontramos, pois algo ele escondia

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Sentia a necessidade de algum momento ter que conversar com o garoto que encontramos, pois algo ele escondia. Encontrava-me sentada no mesmo lugar aconchegante das outras vezes, com minha bolsa ao meu lado. Ponho a mesma atrás das costas para ter mais conforto e não encostar direto na parede fria e dura da caverna, encostei, fechando os olhos para pensar. Tentava de todas as formas entender como eu faço o que fiz e o que aquele totem queria dizer. Eu realmente era o caos?

Mantive meus olhos fechados pensando sobre tudo que estava ocorrendo em uma seção de reflexão, era estranho tudo que estávamos passando. Parecíamos estar anestesiados com a adrenalina que ainda não paramos para surtar sobre tudo que está ocorrendo com nós.

— É você que é a garota em chamas? — Indagou receosa uma voz perto de mim. — É que precisamos de uma fogueira para assar essas carnes...

Abri os olhos devagar, ainda confusa por receber aquele pedido, não era algo comum que alguém diria em outro momento para mim. Ao despertar reconheço o rosto do indivíduo: Fred.

— É, sou eu, mas eu não sei bem como fazer isso, sabe? — Comentei segurando um pouco a frustação em minha voz. Aproximei dele enquanto balançava a mão com a marca. — Da última vez isso só... saiu. E depois eu fiquei bem cansada, quase completamente esgotada.

— Também não sei como funciona, mas tenho algumas teorias em mente, primeiro precisamos de madeira para a fogueira. — Disse já se direcionando para fora do ambiente. — Você viria, comigo?

— Claro, já vou indo.

Voltei para o canto que estava antes e peguei a bolsa, com cuidado retirei a Jamanca deixando-a ali no chão. Caminhei até ele já na saída da caverna me esperando. Fechei o casaco ao sentir o primeiro contato do vento em meu corpo, o frio me fizera tremer um pouco e desejei que a fogueira já estivesse pronta.

— Você por acaso não teria nenhuma marca também, não é? — Perguntei na espera de que pudéssemos nos entender mais e compreender melhor o que estava acontecendo comigo e deixava tão angustiada.

— Uma marca? É... — Fred tocou sobre sua mão direita, com luva, segurando-a com um tremor que facilmente poderia ser confundida entre nervosismo e frio. — Não, não tenho, infelizmente, talvez eu pudesse ter ajudado meus amigos ou ajudar-me a sair daqui.

Fui andando logo atrás dele deixando-o guiar. Arqueio uma sobrancelha ao lhe ouvir.

— Entendo. E você tem alguma, não sei, doença na mão ou sei lá? Desculpa, eu tenho a mania de reparar muito nas pessoas e não pude deixar de notar que você está toda hora mexendo nela. — Dei um sorriso sem graça e apressei os passos para andar lado a lado. — Se não quiser responder também não precisa, entendo que todos temos os nossos demônios que não queremos mostrar e etc.

— Ah, isso? — Levantou a mão que estava com a luva. — Eu fui mordido por um dinossauro quando tentava salvar meu amigo... não arrancou ela, mas fez um estrago, então tive que cicatrizar ela com fogo. Para não deixar a ferida exposta.

O Legado Perdido (FINALIZADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora