Capítulo 11 - Famílias

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Minutos se passaram desde que estávamos no ar. Havia fixado meus olhos na vasta escuridão fora do outro lado da janela enquanto relaxava. Desde pequena tive o hábito de me perder nos pensamentos e esquecer tudo ao meu redor, era um modo de refúgio de minha realidade, não era como tivesse um momento que eu poderia deixar de ser da minha família.

Batucava os dedos no braço da poltrona, sentia necessidade de conversar com alguém, conhecer novas pessoas. Dei uma pequena observada nos estudantes ali presentes, o único que eu conhecia era Johan, ele estava sentado mais a trás. Lembrei-me há dois dias em que lhe encontrei tocando violão à menina no qual ele tentara se desculpar estava aqui, talvez agora fosse o momento certo de eu ir falar com ela.

Levantei-me devagar e olhei para Johan atraindo o seu olhar, ele ergue uma das sobrancelhas ao perceber a direção em que eu estava indo, por um momento vi que ia se levantar, mas algo lhe fez parar. A garota estava com fones de ouvidos e cantarolando uma música.

— Oh, a rainha da paz sempre faz o seu melhor para agradar, isso serve para algo? Alguém tem que perder...

Sua voz era diferente, não era um soprano algo mais grava quase que um contralto, mas provavelmente ainda seria um mezzo-soprano.

— Ciao... — Falei de início receosa, até que percebo que havia falado em meu idioma nativo e me corrijo. — Olá... Incomodo?

Ela olhou para mim e pareceu demorar um pouco pra raciocinar o que falei, talvez tenha estranhando eu ter falado algo que não tivesse entendido. Em um momento ela desviou o olhar para onde Johan estava e depois para mim. A jovem retirou os fones das orelhas e sorrio.

— Imagina, fique a vontade. — Respondeu se afastando um pouco dando mais espaço para que eu sentasse. Agradeço com um singelo sorriso.

— Desculpa se atrapalho sua música... É só que... — Hesitei.

Como não sou nada boa com início de conversas (nem com meios ou fins) não sei o que falar, então me embolo um pouco.

— Estou entediada. — Falei por fim bufando de leve e olhando para frente. — Sou Bella, prazer...

Mesmo tentando esconder o meu sotaque italiano ainda era uma característica muito forte, dois meses não estavam sendo o suficiente para camufla-lo, além de piorar em momentos de nervosismos.

— Fique tranquila, só estava ouvindo porque não tinha realmente nada melhor para fazer.

A vi pegar no celular e pausar a música, virando-se para mim logo depois fechando por último um caderno que parecia estar fazendo anotações. Ela ficou me encarando.

— Mas pelo jeito achei algo mais interessante, ou melhor, alguém mais interessante. Então, sou a Trinity, muito prazer.

Trinity estendeu sua mão até mim, estranhei de início porque quando Johan havia me contado sobre ela, disse que não gostava de toques. Mas pareceu bem receptiva, o que me fez relaxar um pouco. Deixei um leve sorriso passar pelo canto dos meus lábios enquanto a olho e peguei sua mão em resposta ao cumprimento.

O Legado Perdido (FINALIZADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora