LIVRO 1: A Civilização Esquecida
Islândia, meados do século XXI. Em um momento em que a fé é inexistente para muitos, um professor de Antropologia e Teologia sorteia, em uma de suas palestras, 13 jovens de uma Universidade para porem toda a sua cren...
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Encontrava-me diante de minha bolsa procurando minha faca maior, jurava que havia dormido com ela, mas não encontrava e já tinha revirado tudo ali umas duas vezes desde que acordei. Mas parei de vasculhar quando escutei o som de algo aproximando, virei rápido esperando que fosse alguma ameaça.
Era Bella, ela estava mais pálida que um fantasma, parecia que haviam esvaziado seu sangue, aquilo me preocupou. Notei em uma de suas mãos o objeto que eu tanto procurei e na outra uma marca que parecia estranhamente tribal.
— Você dá uma sumidinha e volta como membro de um culto paleolítico? Só não me sacrifica, okay? — comentei tentando descontrair e aliviar o humor do ambiente ao perceber que ela estava tensa. Esperei que ao menos ela tirasse a cara de defunta que estava.
A tentativa foi falha, a expressão dela só permanecia de pavor.
— Você viu que tem uma marca na minha mão? De onde veio isso? — indagou Bella gritando. Quando terminou de falar fechou os olhos e começou a entrar em um trabalho de respiração tentando se acalmar, porém acho que não conseguiu. — Tem uma história sinistra de uma Besta que se chama Frioellar e que come as pessoas e uma marca tribal em minha mão e sangue em um totem e eu não sei o que está acontecendo. — Vomitou todas aquelas palavras pra fora rápida e assustada.
Fiquei um pouco desconfortável sem encontrar uma boa saída para aquela situação após tudo que ela despejou em cima de mim. Forcei um sorriso reconfortante, que já era quase natural de tanto fingir para outras pessoas, tentei tranquiliza-la.
— Bom... Vamos analisar isso com muita calma, vem cá. — chamei com uma voz delicada e estendendo a mão para ela. Quando Bella pós sua mão esquerda com a marca em cima da minha, comecei a analisar. — Isso claramente é algo que você não tinha antes. Você sentiu alguma dor ou qualquer outra sensação quando isso apareceu?
Continuei com o sorriso de forma calma e parecia que, agora, estava surtindo efeito notei seus músculos tencionados relaxarem aos poucos.
— Talvez um pouco quente. — disse enquanto desviava os olhos para direita, movimento muitas vezes feito quando uma pessoa está tentando recordar de algo.
— Me conta bem devagarinho o que aconteceu. — pedi ainda com voz tranquila tentando controlar a situação.
Bella abanou com a cabeça.
— Eu ouvi o choro do animal e quis ver o que era, então segui o som, e ao chegar lá não vi animal algum. Apenas marcas de garras com sangue em um totem grande e ao lado dele havia essa bolsa. — disse pausadamente não deixando nenhum detalhe escapar. Por último retirou a mochila de suas costas e colocou enfrente ao seu corpo. — E dentro dela tem um capuz vermelho, uma espécie de garrafa de água e esse totem. — enquanto ia dizendo o que continha ali dentro ela ia retirando e mostrando ao jovem. Ela seguiu contando tudo, até o que aconteceu quando tocou naquela escultura. — E quando voltei da visão essa marca estava em minha mão. Por que estávamos no mesmo corpo? Não era eu, não sou uma Besta, não faço mal nem a formigas.
