Capítulo Nove - Tutti-frutti

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Harry perde a hora na segunda-feira.

Depois de terminar o livro, ele passou algum tempo na internet pesquisando sobre a continuação e a série de televisão, fazendo-o ir dormir muito mais tarde que o habitual e, consequentemente, perder o horário de manhã.

Por mais que se apresse, ele não consegue chegar a tempo de falar com Louis, o que é bom, porque Harry está envergonhado por estourar na frente dele. Não que ele esteja arrependido — foi bom desabafar, mesmo que as circunstancias não tenham sido das melhores.

Entre o intervalo das aulas, Harry pede a Liam para avisar Louis que irá esperar por ele na biblioteca na hora do almoço.

Ele tenta evitar Louis durante as aulas e, na hora do almoço, ele corre para a biblioteca, tentando conseguir a mesa mais afastada, de modo que a bibliotecária não o veja comer seu sanduíche.

Louis provavelmente só aparecerá no final do horário de almoço, deixando Harry com tempo para comer e pensar no que dirá a ele sobre seu desabafo e, principalmente, o presente.

Entretanto (e apenas porque estamos falando de Louis Tomlinson), ele decide aparecer no momento em que Harry está se preparando para dar a primeira mordida em seu almoço, deixando-o sem alternativas que não seja se levantar e despejar mais um discurso íntimo e vergonhoso. Além de abandonar seu sanduíche e se levantar.

— Eu sinto muito, Louis, por ter dito aquelas coisas daquele jeito, eu... — Harry se enrola com suas palavras e mesmo em sua cabeça, elas não fazem sentido.

Louis apenas o encara do outro lado da mesa, seu olhar parece demonstrar preocupação, mas Harry não pode afirmar, pois nunca teve ninguém demonstrando tal sentido com relação a ele, pois sempre foi um menino bonzinho e previsível, livrando sua mãe de quaisquer preocupações.

— Olha, eu não queria ter discutido com você, principalmente depois dos últimos dias. Queria ter conversado e explicado a situação sem me envergonhar daquela forma, então... é... me desculpe?

Céus, Harry nunca se sentiu tão bobo em um período de tempo tão curto.

— Você está me dizendo que nunca desabafou com ninguém? — Pergunta Louis contornando a mesa — esquece essa pergunta — adiciona antes que Harry responda que por Deus, Louis, qual a parte de não ter amigos você não entendeu?

Louis senta-se ao seu lado, bem próximo, segurando seu rosto com ambas as mãos.

— Me desculpe por nunca ter tentado entender o seu lado, fiquei tão preso na ideia de competir com você que em nenhum momento tentei compreendê-lo...

— Eu também não fiz isso — interrompe Harry. Ele tenta fazer o mínimo de movimento com o rosto possível, temendo que Louis tire suas mãos dali e pense que ele está afastando-o novamente.

— Harry Styles — começa ele, pronunciando seu nome como se saboreasse cada palavra, como se nunca mais fosse dizê-lo novamente — você é meu amigo e isso é como uma sentença, pois jamais será capaz de se livrar de mim.

— Mas eu não quero ser seu amigo, Louis Tomlinson — responde ele, tentando ao máximo pronunciar o nome do outro como o seu fora pronunciado. — Eu não quero, você sabe... — tenta explicar, mas o olhar chocado de Louis está distraindo-o. Pelo menos ele ainda não soltou seu rosto — amigos não fazem sexo, bom, pelo menos eu acho que não, ou você faz com os meninos a mesma coisa que faz comigo?

Louis tira as mãos de seu rosto, mas apenas porque ele não se aguenta de tanto rir.

— Harry Styles, você é engraçado.

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