Capítulo Três - Telhado

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O lugar se parece mais com um refúgio que qualquer outra coisa. Alguém definitivamente passa muito tempo ali e, pela maneira como Louis se move — guiando Harry através das almofadas e cobertores, passando em baixo de um toldo — em direção ao parapeito, Harry desconfia que seja ele.

O sol ilumina todo o telhado enquanto morre no horizonte.

— Aqui é meu lugar preferido — diz Louis.

— Seu refúgio — completa Harry com um sorriso. Ele conhece Louis Tomlinson muito bem, afinal. — Por causa da vista? — Arrisca, mas Louis nega com a cabeça.

— Por causa do silêncio — responde apoiando as mãos na barricada enquanto olha para baixo. — Estudo aqui. Em casa é muito barulhento.

— Então é aqui que você planeja como vai trapacear? — Provoca Harry parando ao lado de Louis, o qual ri e nega com a cabeça.

— Eu sou inteligente e você sabe disso, admita.

A maneira como Louis exige isso, com olhos em brasas e corpo se aproximando do de Harry... Céus. Nada disso é algo novo, ele já presenciou reações como essa no passado; na verdade, foi justamente um momento como esse que iniciou toda a história de não-beijos.

No entanto, neste final de tarde, tudo está diferente. Porque eles são amigos. Não, porque eles se beijaram há pouco. Não, não. Porque eles se beijaram de verdade. E porque Harry quer que aconteça de novo, mas para isso eles precisam brigar.

Harry não é um idiota, ele sabe que Louis é inteligente, negar este fato é negar a única coisa que tem certeza sobre si mesmo. Ambos estiveram no topo do ranking de notas pela mesma quantidade de anos, sejam juntos ou separados, por esta razão o último ano é ainda mais decisivo — irá desempatar.

E Louis não estaria empatado com Harry se não fosse inteligente.

— Eu sei de muitas coisas, Louis Tomlinson — começa Harry mantendo seus pés firmes enquanto Louis se aproxima cada vez mais —, provavelmente sei de tudo agora que aprendi ser seu amigo — há um pouco de desdém em sua voz, é falso e Louis sabe disso, mas está deixando as fagulhas da briga se tornarem fogo, então ele não interrompe Harry —, mas saber que você é inteligente? Nunca irei admitir tamanha mentira.

Apenas isso é o suficiente.

Geralmente iria precisar de mais para, de fato, irritar Louis, mas levando em consideração o que aconteceu minutos antes, é justificável. Ou não. Céus, Harry está confuso e ele sente as engrenagens de seu cérebro se esforçando para entender aquele momento no telhado.

Ele se esforça para entender Louis Tomlinson e porque ele está colocando sua língua na garganta de Harry de novo.

Seja como for, é um bom beijo. E Harry só admite a si mesmo que é um beijo beijo porque é melhor que o primeiro, mais quente e afobado.

Se ele fosse descrever com mais detalhes (o que Harry não irá fazer, pois um beijo de Louis Tomlinson não merece tanta apreciação assim), diria que o primeiro foi como os primeiros passos em uma terra desconhecia, testando o terreno para ver se é seguro continuar.

Uma vez decidido que o chão não irá ceder, seus passos ficam mais confiantes e a euforia de descobrir algo novo tira seu fôlego, exigindo por mais, querendo explorar mais.

Harry sabe que a pessoa o beijando é Louis Tomlinson, seu inimigo declarado desde os oito anos de idade, mas nada disso exclui o que Harry está sentindo neste momento. Quase como um desejo, mas ele nunca desejou nada antes com tanta intensidade.

Se Louis Tomlinson quisesse, ele poderia levar tudo de Harry neste momento.

[...]

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