Capítulo Vinte e Seis - Término

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Harry questiona-se se agora ele será considerado uma pessoa impulsiva, ou se essa explosão é um caso isolado. Talvez o ajude no futuro, quando ele tiver coragem de conversar sobre todas as atitudes de sua mãe que o fizeram sentir-se mal.

Outro pensamento que passa por sua cabeça enquanto sua mãe processa o que ele acabou de dizer: ser covarde é uma grande merda.

— Antes que você me pergunte se eu tenho certeza ou diga que é uma fase — começa Harry, aproveitando-se do silêncio. Agora que a merda está feita, é melhor acabar logo com isso. — Eu tenho uma pessoa, ok? E isso não muda absolutamente nada na pessoa que eu sou. Continuo o mesmo Harry estudioso e que fica longe das drogas.

Sua mãe olha para ele, bem fundo em seus olhos e sorri, suavemente.

— Ok, querido. Acredito em você, só estou... surpresa — diz ela com carinho, pegando Harry totalmente de surpresa. — Obrigada por ter compartilhado isso comigo, imagino que deve ter sido muito difícil.

Ele hesita e avalia a expressão facial no rosto dela, buscando qualquer sinal que contraria as palavras doces. Mas não há.

— Eu... — começa ele dando a volta da mesa de centro para se sentar ao lado dela. — Isso significa que está tudo bem? Estamos bem? — Questiona fitando suas mãos, as quais ainda seguram a autorização de viagem. Ele estende o papel e o deixa em cima da mesa.

— Claro que estamos bem, querido — responde sua mãe passando os braços por seu ombro, puxando-o para perto. — Saber que você está longe das drogas realmente conforta meu coração, mas eu ouvi você dizer que tem um namorado?

Harry congela e se não fosse pelo abraço, daria um jeito de escapar dali.

— Nós não estamos namorando — diz rapidamente. — É complicado, mas estamos caminhando para isso, eu acho — responde ele tentando encolher os ombros e demonstrar que não é nada demais.

— Hmm... entendo — diz sua mãe. Eles ficam alguns minutos em silêncio, até que ela solta. — É Louis, não é? Aquele jantar que você preparou, era um encontro?

— Em minha defesa — começa Harry —, eu não planejei que fosse um encontro. Apenas aconteceu.

— Sei... — provoca sua mãe, fazendo-o revirar os olhos. — Mas fico feliz que você me contou agora, quando vocês ainda não avançaram no relacionamento. Me sentiria péssima se não conversasse com você sobre usar preservativo.

Como se a conversa não pudesse ficar mais constrangedora, sua mãe diz isso, fazendo Harry se levantar com um pulo, decidindo que está ótimo de informações por hoje, sua mãe pode descobrir sobre o resto depois.

— Não precisamos conversar sobre isso agora. Boa noite — diz Harry deixando a sala, ignorando os chamados de sua mãe.

— Eu só quero que você se cuide, querido! — Grita ela a suas costas. — Podemos conversar sobre isso depois!

— Sim, claro — grita em resposta enquanto sobe as escadas rapidamente, sentindo seu rosto quente.

[...]

Na manhã seguinte, sua mãe prepara o café da manhã e insiste que eles conversem sobre "a importância do preservativo no sexo anal". Harry sente que poderia morrer de vergonha.

Nunca passou pela sua cabeça ter esse tipo de conversa com sua mãe, principalmente considerando que ele não esperava perder a virgindade no ensino médio.

Por mais que assegure a ela que está ciente das DSTs, ela insiste em dar a ele um folder. Onde diabos ela arrumou aquilo não é possível saber, mas como ela guardar um monte de tralhas em seu escritório, Harry desconfia que ela passou a noite procurando.

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