– Podemos contratar uma cozinheira. Ou eu posso comprar um restaurante.

–Uau, gostei da ideia do restaurante. Quero um de comida mexicana. – Me desgrudo dele e abro a torneira pra lavar minha mão.

– Pra você levar o John? Não mesmo. – Faz bico.

Olho pra ele levantando as sobrancelhas sugestivamente.

– Você fica fofo com ciúmes, Mendes.

– Não estou com ciúmes, apenas não gosto dele.

– Falando nele, a Melanie conseguiu outra reunião com o Bradley? – Pego a faca começo a picar a cebola que estava pela metade.

– O que você está fazendo? A gente pode pedir comida. – Ele pega a faca da minha mão.

– Claro que não. Os ingredientes estão todos aqui, eu não vejo motivo pra pedir alguma coisa.

– Isso deveria ser um jantar romântico, a luz de velas. – Ele suspira.

– Ainda vai ser... Espera, vai ter velas? – Questiono.

Shawn bate a mão na testa e responde:

– Porra, eu sabia que estava esquecendo de comprar alguma coisa.

Solto uma risada.

– Esse é um péssimo encontro, Shawn. – Brinco.

– Eu sei. Como vou fazer você aceitar namorar comigo, se nem um encontro descente eu consigo te proporcionar.

– Você vai ter que suar a camisa pra me conquistar.

Rimos juntos. Ele não precisa saber que já estou conquistada, não é?

– Vem pra cá, vou te ensinar o básico sobre cozinha.

Passamos quase uma hora cozinhando, metade do tempo gasto foi tentando ensinar à Shawn como refogar uma carne. Quando a lasanha entrou no forno, começamos a preparar a sobremesa, uma torta de limão com cobertura de chantilly. Uma das poucas sobremesas que sei fazer.
Se minha mãe soubesse disso, com certeza pegaria o próximo avião pra Toronto só pra encher minha geladeira de comida.

Quando o forno apita, indicando que o tempo estimado para a lasanha acabou, Shawn me guia até a sala de jantar e gentilmente serve o meu pedaço da deliciosa massa.

Jantamos com sua playlist musical tocando ao fundo, enquanto compartilhavamos detalhes da nossa infância. Ao fim de refeição, nos jogamos no sofá da sala de estar.

Comi tanto que se estivesse de calça, com certeza, abriria o zíper. Felizmente coloquei um vestido hoje.

– Hey, você não me respondeu aquela hora. A Mel conseguiu agendar outra reunião? – Questiono quando seu braço se estende no sofá, atrás da minha cabeça.

– Pra falar a verdade, eu não sei. – Ele suspira. – Se você não se importar, eu gostaria de mudar de assunto. Não quero lembrar daquele porra.

Concordo com a cabeça. Eu entendo que ele esteja puto, mas gostaria muito de saber como eles vão fazer pra trabalhar juntos sem se matar.
Não quero ter que dar entrevista pro Luiz Bacci, depois do crime.

– Então vamos procurar alguma coisa pra assistir. – Roubo o controle da mesinha de centro e começo a fuçar nos canais.

Acabo parando num programa que sempre assisto. O Vestido Ideal consiste em algumas noivas indo a uma loja pra tentarem achar o tão sonhado vestido de noiva.

Adoro assisti-lo e ficar opinando sobre as escolhas das noivas, como se elas me ouvissem. Um passatempo inútil, mas eu amo.

Na televisão, vejo os olhos da mulher brilharem de felicidade quando ela entra em um dos vestidos. Com certeza esse será o escolhido, isso se a família dela não atrapalhar.

Sempre tem aquela pessoa que, mesmo vendo a felicidade estampada na nossa cara, resolve meter o bedelho e atrapalhar tudo.
Odeio isso.

Um barulho ao meu lado me recorda que não estou na minha casa e rapidamente mudo de canal. A maioria dos homens não gostam desse tipo de programa, afinal eles não sonham com um vestido de noiva.

– Você imagina como vai ser o seu? – A gigante mão de Shawn acaricia minha cabeça.

– O que? – Paro de mudar de canal e me viro pra ele.

– O seu vestido de noiva. – Ele sori. – Quer dizer, é uma coisa que as mulheres pensam, não é?

– As mulheres que querem casar.

– Você não quer casar? – Ele questiona curioso.

– Quero, mas não é algo que eu tenha totalmente planejado na minha mente. Claro que tenho ideia dos modelos de vestido que mais gosto. Levando em conta que esses vestidos justos não me agradam, talvez o meu seja algo bem solto e diferente, pode ter um cinto e alg...

– Vai dar azar. – Shawn interrompe meu falatório.

– Azar? Como assim? – A convivência com ele está me deixando meio lerda.

– Se você começar a descrever o vestido, eu vou começar a imaginar, e minha imaginação é muito boa. Então seria quase como ver o vestido. – Ele sorri abertamente. – E você sabe que dá azar o noivo ver o vestido antes da cerimônia.

– Ah, e desde quando você vai ser o noivo? – Sorrio.

– Desde quando sua mãe me adotou como genro. – Sorri convencido. – E a minha te adotou como nora.

– Sua mãe nem me conhece. – Solto uma risada.

– Claro que conhece, só não pessoalmente. Inclusive, ela convidou sua mãe pra jantar com ela assim que as duas estiverem no mesmo país. – Shawn me puxa pra seu peito mas eu rapidamente saio.

– Como assim? – Questiono e ele me olha, hesitando.

– Eu meio que posso ter.. colocadoasduasemumfacetimecomigo. – Ele fala a última parte tão rápido que quase não entendo. Quase.

– Você fez o que?

– Acho que está na hora da sobremesa, meu amor. – Ele dá um pulo do sofá e segue em direção à cozinha.

– Esse casamento vai acabar em divórcio, Mendes. – Grito e sua gargalhada preenche o ambiente.

Minha mãe é uma traíra, nunca mencionou que esse Facetime existiu, muito menos sobre o jantar.

Tenho medo que ela fale algo sem noção e Karen me expulse da família, antes mesmo de eu entrar.

Ainda bem que mamãe não tem planos de vir ao Canadá tão cedo.


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Lost In You | Shawn Mendes Where stories live. Discover now