Martinelli Giorgia

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Por Antonella;

Eu experimentei todo tipo de sentimento desde que conheci Lucca. De raiva ao amor. Ele me ensinou paciência era um dom que eu achei que tivesse, mas estava enganada. Me ensinou também que amar e ser amada é melhor do que qualquer bem material que eu pudesse ter.

Ele me aceitou do jeito que eu sou e me cercou com todo seu amor. E só agora depois de vê-lo partir, eu percebo que sou dependente do som da sua risada sarcástica, dos seus beijos e abraços e até mesmo da sua eterna cisma com meu gosto para quadros.

Vejo Lucca caminhando para fora, quase que em câmera lenta, enquanto eu tenho um vislumbre mental de tudo de bom e ruim que tivemos que enfrentar durante esse tempo.

É como se fosse o vídeo que temos antes de morrer, embora não seja eu a partir dessa para melhor. Lucca me prometeu voltar, mas não dá para não pensar no pior, ainda mais agora quando eu tanto preciso dele.

Aceitar ficar sozinha agora está fora de cogitação. Eu sequer consigo pensar em viver em um mundo onde só ele não existe.

É definitivamente inaceitável.

E com todas essas boas lembranças eu recupero minhas forças e corro para a janela. Meu coração está em pedaços, eu estou quebrada. Bato no vidro da janela, gritando por ele, mas ele não me ouve e apenas lança seu último olhar para trás antes de virar e entrar no carro.

É como se o mundo estivesse caindo ao meu redor e não houvesse ninguém para socorrer. Lucca seria o único, mas ele está indo embora.

— Por favor, não vai. — suplico com o rosto banhado em lágrimas.

Tudo deveria ser diferente, se eu não deveria ter matado o Mateo, tudo isso seria evitado. Contudo, se eu não tivesse tomado uma decisão seria eu a estar morta nesse momento.

Não tinha escapatória, eu não sabia de verdade quem ele era e muito menos quem era a sua família. Se essas informações estivessem chegado a mim, eu poderia ter agido diferente, mas não foi assim que o destino quis.

Porém me tortura remoer a circunstância de que eu poderia ter resolvido de uma outra forma, assim eu não estaria passando por isso. Eu sou a culpada disso tudo, sou a culpada dele ter tomado essa decisão. Machuca ter consciência sobre isso.

Eu não quero te perder, mio grande amore.

Eu não estaria correndo o risco de perder Lucca, ele não estaria tendo enfrentar a morte em um jogo de apenas um vencedor, o perdedor morre.

Sinto uma pontada no meu útero, é forte, eu coloco a mão sobre a barriga. Dói e me sinto sendo sufocada pela dor aos poucos.

— Lucca. — chamei baixinho, chorando de tanta dor. — Me ajuda! — grito o mais alto que consigo. — Alguém me ajuda! — continuo gritando.

Nem mesmo meu telefone está próximo a mim. Não tem ninguém.

— Senhora Martinelli! — uma empregada aparece e corre para me socorrer.

A dor parece me consumir e há sangue escorrendo pela minha perna.

— Eu não posso perder esse bebê. — digo para mim mesma rangendo os dentes.

— Antonella! Santo cielo! — essa voz é familiar, é de Giordana. — Chame alguns dos homens, iremos ao hospital.

Eu não sinto mais as minhas pernas. Eu sou tão fraca, tão inútil. Estou tomada por um turbilhão de emoções, não sei o que pensar ou como reagir sobre o que está acontecendo. A minha mente ecoa sobre o que Lucca disse, a idéia de perdê-lo me parece ainda pior.

Divã (Concluída)Where stories live. Discover now