Il padrino II

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Por Lucca,

Laura está dormindo na cama; É uma mulher com quem costumo sair dia sim, um ano não. Pensei que foderia para valer esta noite, mas uma dor de cabeça me pegou e não tem remédio que faça passar.

Ligo a televisão e sai trocando de canais, comida, comida, documentários, pornô e ainda são onze da noite. Paro na Rai 1 e está passando um programa de entrevistas, o convidado é uma psicóloga. Dou um meio riso e cesso de imediato.

Por que isso tem que lembrar a mercenária?

Meu desejo é trocar de canal, mas a conversa parece interessante e a todo momento eu penso " a figlia di una puttana da doutora me disse isso."

***

Uma semana se passou desde que assumi o comando da família e acredito que só tive um pouco mais de dor de cabeça que o costume, porém, nas minhas noites de sono eu consigo dormir tranquilamente.

Não quero ficar dependendo dessa porcaria para sempre, isso é uma droga e aos poucos ficarei viciado nisso.

Vou até o banheiro e faço minha higiene da manhã.

Talvez eu não queira encarar minha realidade de agora. De eu ser o chefe da família. Todo fardo dos negócios estão sobre mim. Todas as decisões que você toma afetam todas as facetas de todos os outros. É muita coisa para uma pessoa só.

Eu só considerei em alguma parte da minha vida que isso aconteceria caso Giovani falecesse, mas estou feliz por ele estar vivo e está em um tour pelos países vizinhos.

O novo "dom" como diria os mais antigos, por exemplo, o meu avô, é uma enorme responsabilidade que tenho, para onde vou... Exceto .

Bertolazzi Lucca, aquela mulher não sabe o que se passa atrás da minha vida. Quem eu realmente sou.

O que ela diria para um mafioso frio e calculista?

Ajeito meu blazer, de uma cor preta cintilando para o cinza, que combina com minha calça. Aparentemente para o mundo eu sou um homem de negócios e homens de negócios se vestem bem. Coloco o lenço preto no bolso do blazer.

Não estou tão ruim.

Cheguei à mansão cedo, vejo que o meu consigliere acabou de chegar. Retiro as luvas e coloco no bolso.

— Sabe qual o apelido, que ouvi, que te deram? — ele pergunta ao se aproximar.

Entro na casa e escuto uma música ao longe, provavelmente minha mãe está. Ela gosta de música e de preferência com o Luciano Pavorotti, que canta com maestria Nessun Dorma. Essa música me lembra minha infância, lembro dela na cozinha e eu segurando sua saia pedindo algo.

— O homem que não ri. — continua.

— É para eu ficar o tempo todo sorrindo como um palhaço? — entro no escritório e retiro meu blazer. — Eu andei pensando sobre aquela proposta que recebemos, quer dizer, que o Giovani recebeu de família de Florença. Seria uma boa ideia de lavar dinheiro. — mudo de assunto.

— As joias?

— Sim, joias. É uma boa forma de lavar dinheiro e não há tanta suspeita. Giovani não concordou e de início seria muito dinheiro. Uma joalheria em nome de um terceiro, mas à favor da família. — o celular do Pietro toca. — Pense!

Ele faz um gesto com a mão, pedindo para que eu espere. Eu assinto e noto sua cara de espanto. A ligação não era sobre boas notícias.

— Merda! Che merda! Continua seguindo. — ele desliga o celular.

Divã (Concluída)Where stories live. Discover now