Antonella XII

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Obrigada pelos 9.2 K de visualizações e 3K de estrelinhas hehe agradecemos!

Por Antonella;

Minhas pálpebras pesam e se fecham ao mesmo tempo em que tento recobrar meus sentidos totalmente.

Acordei há poucos minutos e continuei rolando sobre os lençóis macios que me abrigaram por sabe-se lá quanto tempo.

Minha cabeça está latejando, assim como fica sempre quando choro por muito tempo, e rapidamente me recordo do que vi antes de apagar e me sento sobre o colchão onde eu dormia.

Eu ainda estou com a mesma roupa de antes, o que me faz pensar que eles apenas me deitaram e me deixaram aqui. Olho ao redor para tentar reconhecer o lugar, vendo que nunca estive aqui. Embora eu tenha certeza de esse é o quarto de Lucca na enorme casa para onde ele me trouxe.

Vai ser rápido. — ouço a voz de uma mulher do lado de fora do quarto. Ela conversava com alguém, a quem ela parecia pedir sigilo. — Não diga para que estou aqui. — a mulher torna a falar e após afirmar que não diria nada a outra pessoa se despede.

A porta do cômodo é aberta em seguida e por ela passa uma mulher, também familiar. Eu me lembro de tê-la visto no mesmo dia em que vim a essa casa pela primeira vez.

Giordana, o nome dela vem rapidamente à memória. Ela certamente é mãe do Lucca, seus traços não me deixam enganada.

— Antonella, não é? — ela diz fechando a porta atrás de si. Eu concordo com um leve aceno. — Nós já nos conhecemos, você se lembra de mim?

— Sim. — respondo fitando seu rosto compadecido, e logo penso se houve outra tragédia. — Aconteceu algo?

— Não, não. Eu apenas soube do que aconteceu. Meus pêsames. Você passou por bastante estresse ontem, a notícia sobre sua amiga foi o estopim para que você desabasse. — ela explica calmamente. — Você desmaiou e ficou inconsciente pelo resto do dia e noite.

Lembro-me das imagens onde vi Isabelle, em especial a que ela estava morta. Eu sempre imaginei que as pessoas da máfia não eram como os filmes pregavam. Eles eram muito mais cruéis, estou sentindo na pele isso. Uma pessoa importante para mim perdeu a vida injustamente sem ter culpa e sem ter conhecimento do porque estavam fazendo tal atrocidade.

— Eles vão fazer isso novamente... — murmuro baixo enquanto tento disfarçar as lágrimas. Não quero nem imaginar se for com Giovanna que está grávida ou meus pais.

— Não irão. — ela diz com firmeza e caminha até colchão para se sentar. — Pode ter certeza que meu filho não irá deixar isso acontecer.

— É o mínimo que ele pode fazer depois de ter me colocado nessa situação. — digo sem pensar, mas ela não parece se irritar por me referir a ele dessa maneira. — Eu preciso falar com eles, preciso ter certeza de que estão bem. — aproveito o assunto para me certificar. Terei que conviver com o peso de mais uma morte, não sei se terei capacidade de aguentar outra. Ainda mais de qualquer outra pessoa especial para mim.

— Garanto que você irá falar com eles, mas creio que esse não é um bom momento. — ela responde complacente. — Eles não sabem o que está acontecendo, se souberem será trabalhoso e poderão se colocar em risco. Vamos deixar tudo como está até você se acalmar. — sua voz é suave, ela parece estar escolhendo as palavras.

Ela tem razão. Eu provavelmente teria uma crise de choro, eles estranhariam e iriam perguntar o que estava acontecendo. Eu já não tenho poder de escolha, estou de mãos atadas e me resta confiar no que ela diz para não entregar tudo.

Divã (Concluída)Where stories live. Discover now